Mensagem da Lugar-Tenente Brasil–Rio de Janeiro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém Almerinda Mendes.
Vatican News O sentimento natalino vem sendo, muitas vezes, esvaziado de seu verdadeiro significado. A lógica do consumo transforma este tempo sagrado em mera ocasião comercial. E os shoppings, que para muitos se tornaram espécies de novas catedrais, erguem árvores monumentais, luzes abundantes e estrelas que, no entanto, não apontam para Belém, mas apenas para as vitrines. O Natal, porém, nos convida ao caminho do silêncio, da autenticidade, da essencialidade. A simplicidade do presépio contrasta com o barulho do mundo. Ali, na pobreza de uma manjedoura, Deus escolheu fazer-se próximo, assumindo nossa fragilidade e iluminando nossa esperança, como tão bem recorda o Cardeal Fernando Filoni em sua recente mensagem. Nesse contexto, ecoam também as palavras do Evangelho que narram Jesus expulsando os vendilhões do Templo. O gesto firme do Senhor nos leva a refletir que os espaços sagrados, externos e internos, não podem ser ocupados por aquilo que desvia o coração de Deus. O presépio não é um ornamento; é um convite à conversão. Por isso, neste Natal, somos chamados a recolocar Cristo no centro. A perguntar, com sinceridade: Onde estão Maria e José? Onde estão Baltazar, Gaspar e Melquior? Onde está o Menino Deus? Sem Ele, o Natal perde sua alma. Com Ele, reencontramos a alegria, a esperança e a paz que não dependem das luzes exteriores, mas da luz que nasce dentro de nós. Que o Deus Menino, humilde e silencioso, renove nossa fé e nos faça viver um Natal que vá além das luzes — um Natal que nos leve ao amor incondicional. Mensagem da Lugar-Tenente Brasil–Rio de Janeiro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém Almerinda Mendes.