A esperança em Leão XIV nas provações e no silêncio - Vatican News via Acervo Católico

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A esperança em Leão XIV nas provações e no silêncio - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

"O Papa Leão XIV ensina que é nos momentos de maior fragilidade e silêncio que a esperança se manifesta com mais força. O Grito da Confiança na cruz é prova de Esperança, não de desespero. Jesus na Cruz ensina que o clamor do sofrimento, quando dirigido ao Pai, é um ato supremo de confiança: "Naquele grito, Jesus colocou tudo o que lhe restava: todo o seu amor, toda a sua esperança. Uma esperança que não desiste. Gritamos quando acreditamos que alguém ainda pode ouvir".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano Na mensagem para o 9° Dia Mundial dos Pobres, a ser celebrado em 16 de novembro, o Papa Leão XIV recordou que "a esperança cristã, à qual a Palavra de Deus remete, é certeza no caminho da vida, porque não depende da força humana, mas da promessa de Deus, que é sempre fiel. Por isso - explicou - desde os primórdios, os cristãos quiseram identificar a esperança com o símbolo da âncora, que oferece estabilidade e segurança. A esperança cristã é como uma âncora, que fixa o nosso coração na promessa do Senhor Jesus, que nos salvou com a sua morte e ressurreição e que retornará novamente no meio de nós".  Em sua série de reflexões sobre a esperança, Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje "A esperança em Leão XIV nas provações e no silêncio": "Após refletirmos com intensidade a Esperança nos programas nessa memória histórica, e nos últimos aprofundamentos comentarmos a Esperança nos Papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e, sobretudo, a esperança nas exortações do Papa Francisco, que abriu as portas desse Ano Santo jubilar, com o lema: “Peregrinos de Esperança”, estamos agora refletindo a virtude teologal da Esperança nas menagens do novo Papa Leão XIV. E nessa reflexão, destacamos a Esperança nas Provações e no Silêncio, motivados nas palavras do atual Sumo Pontífice.   Papa Leão XIV fez uma série de mensagem em sua Audiência Geral de quartas-feiras, refletindo sobre o Sábado Santo e a Vigília Pascal. Nos momentos de maior fragilidade e silêncio, como o sofrimento na Cruz e o Sábado Santo, a esperança se manifesta como confiança em Deus e espera fecunda, garantindo que nenhuma falha ou ferida é definitiva. O Papa Leão XIV ensina que é nos momentos de maior fragilidade e silêncio que a esperança se manifesta com mais força. O Grito da Confiança na cruz é prova de Esperança, não de desespero. Jesus na Cruz ensina que o clamor do sofrimento, quando dirigido ao Pai, é um ato supremo de confiança: "Naquele grito, Jesus colocou tudo o que lhe restava: todo o seu amor, toda a sua esperança. Uma esperança que não desiste. Gritamos quando acreditamos que alguém ainda pode ouvir. Jesus não gritou contra o Pai, mas para Ele”, reflete o Sumo Pontífice Ele nos exorta: “aprendamos o grito da esperança quando a hora da prova extrema chega. Não para ferir, mas para nos confiarmos”, disse o Papa Leão na Audiência Geral de 10 de setembro de 2025. Quando Jesus mais amou a cada um de nós? Quando Ele transmite maior amor pela humanidade? Quando, de fato, na solidão e angústia, mais sofreu na cruz por nós, ou seja, quando ele mais se sente abandonado, embora não estivesse. Finalmente, depois de sentir-se abandonado, como tantos irmãos nossos que sofrem, Jesus entrega seu espírito nas mãos do Pai, dizendo: “Pai, em tuas mãos, entrego meu Espírito”, numa confiança e esperança nos braços de quem nunca, nem na hora derradeira da cruz, o deixou de amar. Cabe aqui recordar a Exortação pós-sinodal do Papa Bento XVI Verbum Domini, após o sínodo dos bispos sobre a Palavra de Deus, que fala sobre o silêncio confiante de Cristo na Cruz. Escreve assim o Papa Bento, na introdução desse documento papal: “Com a XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, de 5 a 26 de outubro de 2008, estamos conscientes de nos termos debruçado de certo modo sobre o próprio coração da vida cristã, dando continuidade à assembleia sinodal anterior sobre a Eucaristia como fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. De fato, a Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela. Ao longo de todos os séculos da sua história, o Povo de Deus encontrou sempre nela a sua força, e também hoje a comunidade eclesial cresce na escuta, na celebração e no estudo da Palavra de Deus. Há que reconhecer que, nas últimas décadas, a vida eclesial aumentou a sua sensibilidade relativamente a este tema, com particular referência à Revelação cristã, à Tradição viva e à Sagrada Escritura. Pode-se afirmar que, a partir do pontificado do Papa Leão XIII, houve um crescendo de intervenções visando suscitar maior consciência da importância da Palavra de Deus e dos estudos bíblicos na vida da Igreja, que teve o seu ponto culminante no Concílio Vaticano II, de modo especial com a promulgação da Constituição dogmática sobre a Revelação divina Dei Verbum. No número 21 dessa exortação apostólica, papa Bento professa assim: “Como mostra a cruz de Cristo, Deus fala também por meio do seu silêncio. O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra encarnada. Suspenso no madeiro da cruz, o sofrimento que Lhe causou tal silêncio fê-Lo lamentar: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34; Mt 27,46). Avançando na obediência até ao último respiro, na obscuridade da morte, Jesus invocou o Pai. A Ele Se entregou no momento da passagem, através da morte, para a vida eterna: «Pai, nas tuas mãos, entrego o meu espírito» (L c 23,46)”. E continua a dizer o teólogo Papa Bento, nessa mesma reflexão agora de Leão XIV: “Esta experiência de Jesus é sintomática da situação do homem que, depois de ter escutado e reconhecido a Palavra de Deus, deve confrontar-se também com o seu silêncio. É uma experiência vivida por muitos Santos e místicos, e que ainda hoje faz parte do caminho de muitos fiéis. O silêncio de Deus prolonga as suas palavras anteriores. Nestes momentos obscuros, Ele fala no mistério do seu silêncio. Portanto, na dinâmica da revelação cristã, o silêncio aparece como uma expressão importante da Palavra de Deus”. Leão XIV, na Audiência Geral de 17 de setembro de 2025, refletindo o mistério pascal, fala do Silêncio do Sábado Santo, que é sempre esse mistério da vida e da morte: “Mesmo o mistério da morte e do sepultamento não é um vazio, mas uma espera fecunda: “O Sábado Santo é o dia do grande silêncio... é precisamente aí que se realiza o mistério mais profundo da fé cristã... é espera, plenitude contida, promessa preservada na escuridão... Deus não tem medo do passar do tempo, porque Ele é também o Deus da espera. Assim, até o nosso tempo ‘inútil’... pode tornar-se o ventre da ressurreição”. Há na sepultura de Cristo, enterrado ao mistério do solo do sepulcro, um embrião, uma semente de esperança que irá brotar no domingo festivo da Páscoa da Ressurreição. A fecundidade maior nasce do silêncio sepulcral de da vigília, gestada pela espera vigilante da Ressurreição, quando a semente da vida nova jogada na terra, como grão de trigo que morre, brota na semente de uma vida nova e abundante.mas determinação. Esta é a verdadeira esperança: saber que, mesmo na escuridão da provação, o amor de Deus nos sustenta...” (Audiência Geral de 27 de agosto de 2025)". *Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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