A Lugar-tenente da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, Rio de Janeiro, Almerinda Mendes e o Grão Prior coadjutor Comendador Mons. André Sampaio de Oliveira destacam a importância do Jubileu em Roma, ressaltando a conexão com a fé e a experiência vivida durante o evento. A Ordem tem como missão apoiar a presença cristã na Terra Santa e promove trabalhos sociais no Rio de Janeiro, com foco em ajuda humanitária e assistência a comunidades locais.
Silvonei José – Vatican News Recebemos nos estúdios da Rádio Vaticano - Vatican News a Lugar-tenente, Dama de Comenda Almerinda Mendes, da Ordem Equestre do Santo Sepulcro, Rio de Janeiro, Almerinda Mendes, junto com o Grão Prior coadjutor Comendador Mons. André Sampaio de Oliveira e um grupo de membros, presentes em Roma para o Jubileu da Ordem. Almerinda nos falou inicialmente do Jubileu da Ordem. O que significa estar em Roma num jubileu como esse? “É uma emoção muito grande, não só para mim, mas para a Ordem, para os cavaleiros e damas da nossa tenência. Esse Jubileu é de uma riqueza imensa porque nos traz às origens da fé, e vivenciar presencialmente é uma coisa fora de série. Estar aqui em Roma, na Cidade Santa, é incrível”. Teremos eventos nesses dias e depois a passagem também pela Porta Santa. “Sim, teremos. Inicia-se neste dia 21, a primeira passagem pela Porta Santa. Estamos nos preparando espiritualmente para que a gente se fortaleça na nossa caminhada da Ordem, como cavaleiros e damas”. A Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém é uma associação internacional de leigos católicos fundada com a missão de apoiar a Igreja na Terra Santa. “Correto. Os nossos objetivos, tanto da Ordem, tanto da nossa tenência é fazer esse trabalho para sustentar a presença cristã na Terra Santa. Nós, cavaleiros e damas, estamos sempre alinhados, de acordo com o seu magistério, na espiritualidade da Ordem, que é a fé, a caridade. E esse ano em especial, estamos vivendo o Jubileu da Esperança, para fortalecer a nossa fé cada vez mais”. Como é a Ordem no Rio de janeiro? “A Ordem no Rio é uma ordem de serviço. É uma ordem muito dinâmica também. A gente tem nossos trabalhos sociais, nós temos as nossas assistências junto às paróquias, temos assistência junto às comunidades. Estamos sempre fazendo o nosso trabalho junto ao próximo. Temos como missão e objetivos o apoio à Terra Santa, a prática da vida cristã, a conservação da fé e a ajuda humanitária". Começamos pela ajuda humanitária, como a senhora estava falando, seja local, seja em relação à Terra Santa. “Por exemplo, a gente ajuda muito a Terra Santa, porque a Ordem, o objetivo da Ordem é a caridade, e manter as obras da Terra Santa. Mas nós também temos a nossa responsabilidade local, junto à nossa tenência no Rio de Janeiro”. Que tipo de ação concreta vocês fazem? Ou nós fazemos, porque me coloco no meio também? Ah, pois é, você também é um cavaleiro da nossa tenência. Muito atuante também. A gente tem trabalhos solidários. Por exemplo, recentemente nós tivemos um trabalho social junto à nossa paróquia, com moradores de rua, de campanhas de cobertores, agora nessa época de frio. E temos ajudas também de solidariedade a instituições católicas nossas lá no Rio de Janeiro” Eis a íntegra da conversa com a Lugar-tenente e a participação também de Mons. Sampaio. As origens As origens históricas da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém são um tanto obscuras, embora, de acordo com tradição não documentada, remontem à Primeira Cruzada, quando seu líder, Godofredo de Bouillon, libertou Jerusalém. Na reorganização que fez das partes religiosa, militar e administrativa do território recém-libertado do controle Muçulmano, criou a Ordem dos Cônegos do Santo Sepulcro. Segundo os registos das Cruzadas, em 1103 o primeiro Rei de Jerusalém, Balduíno I, assumiu a chefia dessa Ordem canônica e reservou, para si e para os seus sucessores (como agentes do Patriarca de Jerusalém), a prerrogativa e o direito de nomear os Cavaleiros para essa Ordem, no caso de ausência ou impossibilidade do Patriarca. A Ordem incluía não só membros regulares (Frates), mas também seculares (Confrates) e militares. Estes últimos eram armados cavaleiros dentre os cruzados pelo valor e dedicação demonstrados, fazendo votos de obediência à Regra Agostiniana de pobreza e obediência e assumindo, como especial obrigação, defender o Santo Sepulcro e os Lugares Santos, sob o comando do Rei de Jerusalém. Pouco tempo depois da Primeira Cruzada, os cruzados - incluindo os Cavaleiros da Ordem dos Cônegos do Santo Sepulcro - começaram a regressar às suas terras natais. Este movimento levou à criação de priorados por toda a Europa, os quais faziam parte da Ordem e estavam sob a mesma jurisdição dos nobres cavaleiros ou prelados investidos no próprio Santo S epulcro e que, apesar de terem deixado de estar ao serviço do Rei de Jerusalém, continuavam a pertencer à Ordem. A Ordem começou a falhar como corpo militar coeso de cavaleiros depois da reconquista de Jerusalém por Saladino, em 1182, deixando de existir como tal depois da derrota de São João d’ Acre, em 1291. O fim do Reino Cristão de Jerusalém deixou a Ordem sem liderança, apesar de se manterem os vários priorados Europeus, graças à proteção de reis, príncipes, bispos e da Santa Sé. Estes priorados conservaram vivos os ideais dos Cavaleiros Cruzados: propagação da Fé, defesa dos fracos, caridade para com qualquer ser humano. Com exceção das intervenções na Espanha, raramente os Cavaleiros do Santo Sepulcro tomaram parte em ações militares de defesa da Cristandade. No século XIV, a Santa Sé teve que fazer um elevado pagamento ao Sultão do Egito para que este permitisse que os frades franciscanos fossem proteger os Santuários Cristãos. Durante todo o período em que o Patriarcado Latino esteve vacante, o direito de investir novos Cavaleiros era do representante da maior autoridade Católica na Terra Santa, o Custódio da Terra Santa. Mas, a primeira evidência documentada de uma investidura de Cavaleiros referida como “do Santo Sepulcro” data de 1336. Desde o primeiro testamento da Ordem, século XIV, os papas expressaram gradualmente e regularmente seu desejo de anexar juridicamente à Santa Sé. Finalidade A Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém- OESSJ - pode ser definida como a única instituição leiga da Santa Sé encarregada de suprir as necessidades do Patriarcado Latino de Jerusalém e de sustentar a atividade e as iniciativas em favor da presença cristã na Terra Santa. O Patriarcado tem, portanto, como principal fonte de contribuição institucional, as ofertas feitas pelos membros da Ordem. A Ordem, pela sua natureza e pelas suas finalidades estritamente religiosas e caritativas, é estranha a qualquer movimento ou manifestação de carácter político. Os membros da Ordem não podem tomar parte em atividades de entidades, organizações e associações, cujas características, fins e programas estejam em contraste com a doutrina e os ensinamentos da Igreja Católica, ou pertencer a pretensas Ordens e Instituições de carácter cavaleiresco, não reconhecidas pela Santa Sé ou não outorgadas por Estados Soberanos. Assim, a Ordem tem os seguintes objetivos: - Reforçar nos seus membros a prática de uma vida cristã, em absoluta fidelidade ao Sumo Pontífice e segundo os ensinamentos da Igreja, observando os princípios da caridade dos quais a Ordem é um meio fundamental de ajuda à Terra Santa; - Sustentar e ajudar as obras e as instituições caritativas, culturais e sociais da Igreja Católica na Terra Santa, em particular as do e no Patriarcado Latino de Jerusalém, com o qual a Ordem mantém tradicionalmente ligações; - Apoiar a preservação e a propagação da Fé na Terra Santa, promovendo a participação não apenas dos Católicos espalhados pelo mundo, unidos na caridade pelo símbolo da Ordem, mas também de todos os outros Cristãos; - Defender os direitos da Igreja Católica na Terra Santa. Projetos na Terra Santa Os projetos sociais hoje já existentes são da Diocese do Patriarcado Latino de Jerusalém, para onde a OESSJ canaliza suas ações. Atualmente o número de fiéis católicos na diocese é de 90.000. A missão e trabalho do Patriarcado Latino de Jerusalém, é em grande parte de preservar a presença cristã na Diocese, e também de frear o êxodo de fiéis, hoje estimulado por desafios políticos e econômicos. A Diocese do Patriarcado Latino de Jerusalém é formada por: Jordânia, Palestina, Israel e o Chipre. O Patriarcado Latino de Jerusalém lidera a missão cristã na Terra Santa, e mantém viva sua presença através de inúmeras iniciativas e programas como por exemplo: catequese, ministério dos jovens, pastoral social, da saúde e econômica, e vários programas de suporte e manutenção das famílias cristãs. As paróquias e escolas implementam estas estratégias e planos para toda a diocese. O Patriarcado também é responsável por inúmeros centros de acolhimento a idosos e crianças, assim como clínicas de reabilitação e programas de ajuda humanitária. Fonte: Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém – Rio de Janeiro