A situação está muito tensa na Venezuela por causa da campanha contra o tráfico lançada pelos Estados Unidos no Mar do Caribe. Foram iniciadas as operações do Comando de Defesa Integral venezuelano com o deslocamento de forças e equipamentos militares. O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com a chegada do porta-aviões estadunidense Gerald Ford.
Marina Tomarro – Cidade do Vaticano O maior porta-aviões do mundo se uniu à operação estadunidente contra o narcrotráfico da América Latina. A Venezuela vê como uma tentativa de derrubar o líder Nicolás Maduro. A chegada do Gerard R. Ford na região coincidiu com um novo deslocamento de militares venezuelanos para responder às ameaças dos Estados Unidos. A Rússia condenou o bombardeio de navios, provavelmente usados para o transporte de drogas. O último ataque aconteceu domingo, 9 de novembro, no Pacífico Oriental. Moscou, aliado chave de Maduro, definiu os ataques como inaceitáveis. Venezuela toma providências de defesa Enquanto isso, na Venezuela, foram iniciadas as operações do Comando de Defesa Integral, com o deslocamento de forças e equipamentos militares. O Ministério da Defesa reportou a mobilização massiva de meios terrestres, aéreos, navais, fluviais e de mísseis. A televisão estatal VTV mostrou a mobilização dos soldados armados com fuzis. E o presidente Maduro pediu o alistamento na Milícia Bolivariana, que é um corpo das Forças Armadas composto por civis com uma forte orientação ideológica. O secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, fez referência à morte de seis pessoas a bordo de duas embarcações. Foram bombardeadas vinte embarcações com ao menos 76 mortos. Desde setembro, os Estados Unidos posicionaram navios de guerra, aviões de combates e milhares de tropas no Caribe para essas operações contra o potencial narcotráfico, proveniente da Venezuela e da Colômbia. Machado: não deixem o meu país sozinho O secretário-geral da ONU, Guterres, expressou preocupação com as notícias que chegam do Caribe, principalmente sobre onde é anunciada chegada do porta-aviões norte-americano Gerald Ford, um movimento que se enquadra nas pressões dos EUA sobre a Venezuela. “As nossas preocupações continuam as mesmas daquelas já expressas anteriormente”, disse o porta-voz da ONU. O secretário-geral quer garantir que não haja uma posterior escalada nas águas à costa da América Latina. No entanto, a líder da oposição venezuelana e prêmio Nobel da Paz, Maria Corina Machado, voltou a pedir o apoio da comunidade internacional para opor-se ao governo Maduro. “São horas decisivas para a Venezuela. Aquilo que está acontecendo não é apenas um fato nacional, mas é um ponto de virada para toda a América Latina”, afirmou a prêmio Nobel da paz. Machado falou ainda de um cenário de transição política ordenada, pacífica e irreversível, afirmando que, em caso de queda do governo Maduro, “assumiremos o controle institucional desde o primeiro dia para enfrentar a emergência humanitária, colocar ordem e transparência nas finanças e começar as reformas e as transformações profundas que farão com que a mudança seja irreversível”, ressaltou.