Cardeal Spengler, COP30: onde há abertura de mente e de coração, há diálogo franco - Vatican News via Acervo Católico

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Cardeal Spengler, COP30: onde há abertura de mente e de coração, há diálogo franco - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

Cardeal Spengler conversou com a Rádio Vaticano – Vatican News sobre a COP30 e a Igreja. Reconhecer a importância, a dignidade da obra da criação. Há necessidade de levar adiante propostas da Igreja com espírito colaborativo e esperançoso durante a Copa.

Silvonei José - Belém Realizou-se na tarde desta quarta-feira dia 12 de novembro, no âmbito da COP30, em Belém um evento de grande importância para a caminha da Igreja Católica no Brasil: o “Simpósio Internacional – Igreja Católica na COP30” com o objetivo de refletir e dialogar sobre os caminhos da ecologia integral, a justiça climática e a conversão ecológica. O objetivo da Articulação Brasileira para a COP30, ao realizar o Simpósio, foi apresentar as perspectivas da Igreja Católica e de seus interlocutores destacando seu compromisso com a justiça climática e a ecologia integral. Nós conversamos com o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), cardeal Jaime Spengler: Dom Jaime, nós tivemos na tarde desta quarta-feira (12/11) o Simpósio da Igreja Católica na COP30. Um momento diferente, podemos dizer, e que nos dá esperança. Certamente. Primeiro ouvimos bispos de diferentes contextos globais. E percebemos que a preocupação é a mesma, os desafios são idênticos. Depois tivemos a possibilidade de compartilhar algumas indicações de distintos setores da sociedade. Um bispo, um cientista, uma pastora de uma outra expressão religiosa, um indígena. E o diálogo que se desenvolveu nos indica que é possível sim, construir caminhos juntos. Onde há abertura de mente e de coração, onde há disposição para o diálogo, onde a esperança é possível sim, através, repito, do diálogo franco, honesto, transparente, tendo em consideração os dados da ciência, tendo também presente aquilo que os povos originários têm como sabedoria, tendo também a experiência da fé. É possível sim sonhar com dias melhores para todos. E se formos capazes de juntos sonhar, este sonho pode se tornar realidade entre nós. Isso já nos dizia Dom Helder Câmara. A Igreja Católica fez um percurso para chegar até a Copa. É um percurso longo, participativo, reflexivo. Mas agora chegou, está aqui. Eu destacaria o Manifesto do Sul Global, que foi construído, seja  com a América Latina, Caribe, seja com a África, seja com a Ásia, e também, eu diria assim, com a participação, ainda que não direta, da Europa. Certamente um documento que marcou a preparação, desta COP. Em nível de América Latina, se fez um trabalho junto às diversas conferências episcopais extraordinárias. E no Brasil, eu diria, um caminho magnífico. Seja através da campanha da Fraternidade deste ano, onde nós tínhamos como tema Fraternidade e Ecologia Integral. Seja já em vista da próxima campanha da Fraternidade, 2026, “Fraternidade e Moradia”, porque a questão ambiental tem relação com a moradia. Habitar é mais do que ter um espaço geográfico para uma morada, digamos assim. Seja através das pré-COPs que foram realizadas nas cinco macro-regiões do território. O Brasil ouviu falar da COP, sim, através dos meios de comunicação. Mas as nossas comunidades tiveram a possibilidade de se engajar de uma forma toda particular, em espírito de oração também, alimentando, por assim dizer, a perspectiva da corresponsabilidade social, seja através, como dizia, da campanha da Fraternidade, seja através das pré-COPs. Agora estamos na Copa, e são também grandes os eventos, muitos deles, que a Igreja Católica está promovendo. Existe um espírito, em alguns setores, um pouco pessimista em relação a esta COP. Mas eu creio que não podemos nos deixar levar pelo pessimismo de alguns. Há possibilidade, as respostas, as propostas estão postas, agora se trata de levá-las adiante, e com espírito de estadistas, não simplesmente de pessoas... ambientalistas, ou que se dedicam à atividade política. Eu gosto dessa expressão, com a cooperação e a disposição de estadistas, levar à implementação daquilo que aqui, hoje, nesses dias, está sendo proposto para todos. O que o senhor espera dessa COP brasileira? Eu espero dessa COP brasileira um elam, eu diria assim, ainda mais vigoroso, em torno daquilo que está implícito na celebração da própria COP, ou seja, a necessidade de reconhecer a importância, a dignidade da obra da criação.

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