O pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização, cardeal Luis Antonio Tagle, esteve em Gorizia para o encontro promovido pela arquidiocese sobre o tema “Europa, culturas em diálogo. Superar as fronteiras para ser capital de uma Cultura Europeia”. O cardeal convidou os jovens a “mergulharem nos sofrimentos dos outros”, através de “experiências que toquem o coração”, especialmente diante de situações de dificuldade.
Mauro Ungaro - Gorizia “O preconceito gera medo, e o medo se vence com o encontro com o outro. Conhecer-se é o primeiro passo para poder compreender o outro e dialogar com ele com respeito”. Essa foi a mensagem transmitida aos jovens pelo cardeal Luis Antonio Tagle, pro-prefeito da Seção para a Primeira Evangelização e as novas Igrejas particulares do Dicastério para a Evangelização, durante o encontro “Europa, culturas em diálogo. Superar as fronteiras para ser capital de uma Cultura Europeia”. A noite, realizada no Kulturni Center Lojze Bratuž, foi promovida no último sábado (08/11) pela Arquidiocese de Gorizia, na Itália, no âmbito das iniciativas do ano em que a cidade acompanha a cidade de Nova Gorica, na Eslovênia, na experiência de capital europeia da cultura. Em diálogo com os jovens O encontro coincidiu com a quarta edição da “Festa do Voluntariado e da Solidariedade”, momento anual de celebração, confronto e intercâmbio promovido pela Caritas diocesana de Gorizia em colaboração com numerosas realidades de voluntariado e do Terceiro Setor de ambos os lados da fronteira. Apresentado pelo arcebispo de Gorizia, dom Carlo Roberto Maria Redaelli, o cardeal Tagle dialogou com alguns alunos das turmas IV e V do ensino médio da escola “Dante Alighieri” de Gorizia e com seus colegas de vários países do Colégio do Mundo Unido do Adriático de Duino, respondendo com entusiasmo a todas as perguntas e frequentemente contando histórias relacionadas à sua experiência pessoal, tanto de fé quanto familiar e social. Mergulhar no sofrimento dos outros Àqueles que lhe perguntaram que ações devem ser realizadas, como jovens, para construir a paz e ser mais empáticos com os outros no mundo de hoje, Tagle destacou com preocupação a disseminação de uma indiferença que é fechamento e que cega para a realidade e para o sofrimento do próximo. Todos nós precisamos despertar o coração: “para os jovens – destacou ele – é importante conseguir mergulhar no sofrimento dos outros, por meio de experiências que abram e toquem o coração para fazê-lo bater ainda mais forte diante de situações de dificuldade”. Sempre dar respostas Encontro, conhecimento, experiência, diálogo e reconhecer-se no outro: essas são as palavras-chave confiadas aos presentes pelo cardeal. “Os jovens precisam de contato humano e é necessário dar sempre uma resposta às suas buscas sobre o sentido da vida”, exortou aos presentes, parando também para refletir sobre como as religiões podem realmente ser um instrumento de paz, respondendo assim a um dos problemas mais “sentidos” por seus interlocutores: “toda religião é uma expressão organizada de uma fé que remete, antes de tudo, ao Amor. Infelizmente, em muitas partes do mundo, as religiões são usadas para dividir e como instrumentos ideológicos: porém, apesar de suas diversidades, elas têm muitos pontos de convergência e é justamente daí que devemos partir antes de começar a discutir as diferenças, mas, ao mesmo tempo, sem negá-las”. Pela manhã, o cardeal presidiu a concelebração eucarística na igreja de Santa Maria Assunta dos padres capuchinhos, na presença dos religiosos e religiosas da diocese e de muitos fiéis da comunidade filipina vindos de toda a região italiana de Friuli Venezia Giulia.