Carlos Santa Rita - Uma visão ontológica da escrita - Vatican News via Acervo Católico

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Carlos Santa Rita - Uma visão ontológica da escrita - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

Vai ser apresentado a 28/11/25, no Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa, o livro “A Aldeia Perdida” de Carlos Santa Rita Vieira. Ele faleceu há menos de um mês. Médido, romancista e poeta lírico, ele é recordado pela amiga e poeta, Carlota de Barros, como um homem profundamente humano e bom poeta. Deixa quatro livros, todos publicados pelo editor Filinto Elísio que organiza a homenagem e a presentação dessa derradeira obra, para a qual o próprio Carlos já tinha iniciado a mandar convites.

Dulce Araújo - Vatican News  Quem lê uma obra de Carlos Santa Rita Vieira, não pode não querer ler as outras. Quem o diz é a poetisa, Carlota de Barros, que muito aprecia a escrita desse seu especial amigo de infância que deixou este mundo "cedo demais" e que não vai poder presenciar à apresentação da sua ultima obra, "Aldeia Perdida". O palco desta obra é um rincão do Ribatejo, onde ele encena profundamente a vida humana - faz saber a Rosa de Porcelana Editora, cujo co-fundador, Filinto Elísio dá a conhecer na sua crónica para o programa da Rádio Vaticano "África em Clave Cultural: personagens e eventos" o perfil do homenageado.  Crónica  Faleceu em 10 de novembro de 2025, Carlos Santa Rita Vieira. Figura cabo-verdiana, que residia em Portugal e que teve uma existência marcada pelos valores da autenticidade e da dignidade humanas. Destacou-se como médico e como escritor, com livros saídos nos últimos anos da sua vida, todos com a chancela da Rosa de Porcelana Editora. Médico de formação e escritor/ poeta por paixão, Carlos Santa Rita Vieira nasceu na ilha do Sal, em Cabo Verde, a 22 de janeiro de 1947. Após os estudos secundários no Mindelo e na Praia, mudou-se para Lisboa em 1964, onde concluiu o curso de Medicina em 1970. Atuou como assistente de Cirurgia nas Faculdades de Medicina e de Ciências Médicas de Lisboa e trabalhou em hospitais como Santa Maria e Pulido Valente, tendo entre 1986 e 2017, desempenhado funções no Hospital de Vila Franca de Xira e no Hospital de Torres Vedras, onde foi diretor do Serviço de Cirurgia até se aposentar em 2017. Autor conhecido pela originalidade e a inovação permanente que caracteriza o seu trajeto, tanto na poesia como na prosa, Carlos Santa Rita, foi sobretudo um grande cultor da língua portuguesa. "A Aldeia Perdida", um romance que aborda situações, durante o Estado Novo em Portugal, é o quarto livro do autor, que será lançado no dia 28 de novembro, numa sessão de homenagem póstuma ao escritor, no Centro Cultural de Cabo Verde em Lisboa. Já no terceiro livro, “Olhares” (2024) mas segundo livro de poemas, Carlos Santa Rita Vieira, visava “completar” as histórias em verso que desfilaram no seu primeiro livro, “Momentos e Outras Histórias”, publicado em 2022, confirmando que a sua escrita não se processava de uma forma linear e hierarquizada por temas ou por datas ou de outro modo, “tentando não ser previsível nem, tão pouco, encrespado”. “Nos Confins da Mente: o Lírio também é uma Flor” (2023), livro segundo, é um tributo singelo que o autor faz ao filho Henrique. Um livro escrito com a leveza do amor e o entusiasmo das paixões, tentando compreender o mundo do autismo, cheio de interrogações e labirintos fascinantes. Segundo o autor, o livro “Não seria uma biografia porque lhe falta o rigor do tempo e da prova, será antes um tributo de amor em que, ao longo das páginas do livro, demonstram-se e sublinham-se certas reações, sobretudo comportamentais, que fazem do Henrique uma pessoa muito estimada e querida, tanto no seio da família, como fora dela.” É impossível olhar para a obra deste autor e não sentir pertença. Olhar para Carlos Santa Rita e não se identificar com as suas palavras. Quem o lê, pela primeira vez, não tem como evitar leitura dos seus escritos. Além da medicina e da escrita, Carlos Santa Rita Vieira foi, desde sempre, um cidadão exemplar e um homem de família. Com a sua morte, Cabo Verde e Portugal perdem uma personalidade de enorme sentido cívico e de dedicação ao bem-comum, para além de autor com uma cosmovisão ontológica da escrita.  Aqui fica o programa "África em Clave Cultural: personagens e eventos" com as considerações da Carlota de Barros sobre o amigo, Carlos de Santa Rita Vieira.               

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