COP30: “a Cúpula da Terra retorna ao Brasil” - Vatican News via Acervo Católico

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COP30: “a Cúpula da Terra retorna ao Brasil” - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

Ao longo desta sexta-feira, os chefes de Estado discursarão na plenária principal, seguindo uma ordem previamente estabelecida. O cardeal Pietro Parolin, que chefia a Delegação da Santa Sé deve falar na manhã desta sexta-feira.

Silvonei José – Belém O presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva abriu ontem, quinta-feira (06), em Belém, a Cúpula do Clima que reúne chefes de Estado e de Governo. O evento antecede o início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cop30) e que se realizará na capital paraense entre os dias 10 e 21 de novembro. A Cúpula do Clima, que se estende até esta sexta-feira (7), assinala o início das discussões políticas no que diz respeito aos desafios climáticos. Observadores destacam que esses encontros precedentes à COP30 irão direcionar o rumo para as negociações que se realizarão nas próximas duas semanas, na cidade “porta da Amazônia”. “Se não forem adotadas medidas urgentes, o planeta estará dois graus mais quente até 2100”, destacou o presidente Lula, ao abrir a Cúpula. Na sua fala Lula recordou que, mais de trinta anos após a Cúpula da Terra no Rio de Janeiro, “a Cúpula da Terra retorna ao Brasil”, desta vez “no coração da Amazônia”, que ele definiu como “o símbolo mais poderoso do imaginário global” na luta contra as mudanças climáticas. “Aqui – disse -, vivem milhares de espécies de plantas e animais que compõem o bioma mais rico do planeta, além de centenas de povos indígenas”, afirmou o presidente, ressaltando que essas comunidades “buscam legitimamente uma existência digna e têm a missão vital de defender um dos maiores patrimônios da humanidade”. “É o momento deles perguntarem ao resto do mundo o que está sendo feito para preservar sua casa”, acrescentou Lula, em um discurso no qual chamou a atenção ao senso de urgência e à responsabilidade global na proteção das florestas tropicais. O presidente lembrou ainda que a conferência coincide com duas datas simbólicas: os 80 anos das Nações Unidas e o décimo aniversário do Acordo de Paris, enfatizando a necessidade de traduzir os compromissos internacionais em ações concretas para o clima e para a vida no planeta. Ao longo desta sexta-feira, os chefes de Estado discursarão na plenária principal, seguindo uma ordem previamente estabelecida. O cardeal Pietro Parolin, que chefia a Delegação da Santa Sé deve falar na manhã desta sexta-feira. No início da tarde desta quinta realizou-se o lançamento do TFFF, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, idealizado pelo presidente Lula para financiar ações de preservação e desenvolvimento sustentável em países com grandes áreas de floresta. Houve ainda o almoço reservado aos líderes e a sessão temática sobre “Clima, natureza, florestas e oceanos”. O primeiro dia do encontro se concluiu com a foto dos participantes e um coquetel oferecido pelo presidente Lula às 18h, no centro de convenções da capital paraense. A Cúpula Segundo os organizadores, diferentemente das outras COPs como Glasgow (2021) e Dubai (2023), onde os encontros dos líderes de Governo e chefes de Estado ocorreram junto à abertura oficial do evento, em Belém a ideia foi que os líderes se encontrassem antes do início formal da COP, para liberar os negociadores e ampliar o tempo dedicado às decisões climáticas mais complexas. O evento, organizado pela Presidência brasileira, reúne governantes, vice-presidentes e ministros de cerca de 140 países. “A cúpula não é deliberativa. O que é deliberativo é a COP. Não há ideia de documento final na cúpula, isso será da conferência”, explicou o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente. Em dois dias de Cúpula, haverá pronunciamentos na plenária e três mesas de alto nível. A primeira sessão foi dedicada a florestas e oceanos. Já a segunda sessão, dedicada à transição energética, deve concentrar as discussões sobre metas de curto e médio prazo. Entre os compromissos em debate estão triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030, duplicar a eficiência energética e consolidar o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis (Belém 4x), uma coalizão liderada por Brasil, Itália e Japão que pretende quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. Por fim, a terceira mesa fará um balanço dos dez anos do Acordo de Paris (2015–2025), avaliando o cumprimento das metas nacionais e o que deve ser incorporado nas novas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) para 2035. Nem todos os países, contudo, estão representados por seus chefes de Estado. Os Estados Unidos, por exemplo, não enviaram representantes políticos de alto escalão, e Donald Trump não participa do encontro. Ao todo, representantes de mais de 100 países estão presentes no evento. Entre os líderes o presidente da França, Emmanuel Macron, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. Outra presença é do príncipe William como representante do rei Charles III, do Reino Unido. “A humanidade encontra-se num momento crucial que exige coragem, cooperação e um compromisso inabalável com o futuro do nosso planeta”, disse o príncipe William na abertura do seu discurso na COP30. O príncipe de Gales lembrou que, dez anos após o Acordo de Paris, o mundo deve redescobrir “o poder extraordinário das nações, comunidades e indivíduos que se unem para liderar a mudança”, enfatizando a importância de valorizar os povos indígenas e as comunidades locais como “líderes climáticos”. Mapa do Caminho de Baku a Belém As Presidências da COP29 do Azerbaijão e da COP30 do Brasil anunciaram nesta quarta-feira o Mapa do Caminho de Baku a Belém — um plano estratégico para mobilizar pelo menos US$1,3 trilhão por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035. Os presidentes Mukhtar Babayev e André Corrêa do Lago enfatizam que essa meta é alcançável — mas exigirá esforços significativos tanto de fontes tradicionais quanto da criação de mecanismos financeiros novos e inovadores. “Precisamos agir — e o momento é agora. Os compromissos climáticos para 2030 e 2035 nos oferecem uma oportunidade rara de transformar promessas em desenvolvimento real e sustentável — protegendo o planeta, gerando empregos, fortalecendo comunidades e garantindo prosperidade para todos”, declarou Babayev. Logística Dois navios de cruzeiro estão funcionando nestes dias como hotéis flutuantes para delegações e outros participantes da COP30, em Belém. Eles estão ancorados no Porto de Outeiro e oferecem, juntas, cerca de 6 mil leitos. A contratação dos navios (MSC Seaview e Costa Diadema) integra a estratégia do governo federal para aumentar a oferta de hospedagem em Belém durante a COP30. O objetivo é garantir condições adequadas e acessíveis para os milhares de participantes da conferência, reforçando o compromisso do Brasil com uma COP inclusiva, sustentável e bem-sucedida. Para garantir a capacidade de receber os dois transatlânticos, o Terminal Portuário de Outeiro foi completamente reformado. A expectativa é de que o novo terminal passe a integrar rotas regulares de turismo marítimo, impulsionando os setores de hotelaria, gastronomia, transporte e comércio local.

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