Cultura da Vida: afetividade ordenada em prol da cultura da vida - Vatican News via Acervo Católico

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Cultura da Vida: afetividade ordenada em prol da cultura da vida - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

Cultura da Vida é um espaço de aprofundamento de temas relacionados à dignidade da vida humana e à missão da família como guardiã da vida com Marlon Derosa e sua esposa Ana Carolina Derosa, professores de pós-graduação em Bioética e fundadores do Instituto e Editora Pius com sede em Joinville, Santa Catarina. Marlon e Ana são casados há 8 anos, têm 3 filhos, são atuantes na Pastoral Familiar. Neste décimo segundo encontro, afetividade ordenada em prol da cultura da vida.

Vatican News Olá, amigos da Rádio Vaticano! Aqui é Marlon e Ana Derosa. Hoje, vamos falar sobre o tema da educação afetiva e da sexualidade, um tema essencial para as famílias e para a cultura da vida. O dicastério para os leigos, família e vida publicou neste ano um documento chamado “a vida é sempre um bem”, onde ressalta a importância da educação afetiva para colocarmos em prática uma verdadeira pastoral da vida humana, pois é um tema que tem relação com a proteção da vida em todas as suas fases. Esse assunto deve ser bem compreendido em primeiro lugar pelos casais, para que compreendam cada vez mais o verdadeiro significado da sexualidade, e assim possam vivê-la de forma ordenada, e depois, que também sejam capazes de orientar seus filhos quando surgirem as dúvidas deles. Com frequência o tema é tratado como tabu até mesmo entre o casal, e principalmente com os filhos. Muitos caem nos extremos ou de uma vivência desregrada e erotizada, ou de uma vivência cheia de escrúpulos como se a sexualidade no matrimônio fosse algo pecaminoso. A sexualidade é um dom de Deus e o prazer inerente à relação entre homem e mulher não foi um acidente do Criador, mas algo desejado por Ele. Assim, a união conjugal entre homem e mulher tem uma dupla finalidade: unitiva e procriativa. Isso quer dizer que pelo ato conjugal o casal se une profundamente e ao mesmo tempo está aberto à transmissão da vida. A Igreja ensina que todo ato conjugal deve ser aberto à vida. Hoje temos o grave problema da banalização da sexualidade, e em consequência disso, a banalização da própria vida humana, já que muitas novas vidas são concebidas por conta da vivência de uma sexualidade desregrada, e quando isso acontece, boa parte da sociedade vai sendo levada a buscar o aborto como uma falsa solução. Outra grave consequência da banalização da sexualidade é a desvalorização da mulher, e inclusive as várias formas de violência praticadas contra ela. A mulher tem sido cada vez mais reduzida a um simples objeto de prazer egoísta, usada, descartada e privada de sua dignidade, exatamente como advertiu profeticamente São Paulo VI na encíclica Humanae vitae. Ou seja, a raiz de tantos problemas graves da sociedade está justamente na incompreensão da sexualidade. A solução para este problema está em conscientizar os casais e também os jovens sobre a verdade e o significado da sexualidade humana, que é a expressão de um amor verdadeiro, fiel, total e fecundo, e não um mero divertimento passageiro. Essa compreensão começa em casa. Os pais, tendo recebido de Deus o grave dever de educar seus filhos, precisam buscar essa compreensão aprofundada da sexualidade, e buscar também as formas mais adequadas de ensinar isso aos filhos. Toda criança precisa saber, desde cedo, que é amada e que é fruto do amor entre os pais. Uma criança nunca deve ter a ideia, mesmo que vaga, de que a concepção de uma nova vida seja um acidente, como um efeito colateral de uma busca de prazer egoísta. Não. É preciso deixar claro que cada filho é fruto do amor conjugal. Assim, cada filho é - ou deveria ser - gerado a partir do amor. Os pais precisam transmitir isso com clareza aos seus filhos, porque essa é a base da afetividade bem ordenada. No dia a dia da vivência familiar, portanto, os pais têm o grande desafio de comunicar o amor a todo instante, e da forma mais clara possível: tanto o amor que sentem um pelo outro como casal, quanto o amor que sentem pelos filhos, que são os frutos dessa união. Hoje muitas coisas roubam a atenção e a convivência familiar. Muitos filhos são abandonados pelos seus pais dentro de suas próprias casas, porque as relações estão sendo substituídas pelas telas. E uma criança que não se percebe amada com clareza, vai correr o risco de buscar o amor nos lugares errados. Da mesma forma, uma criança que não testemunha o amor dos pais de forma clara, vai crescer com uma visão distorcida do matrimônio. Se uma criança aprende desde cedo que é amada e querida, e que sua vida é fruto do amor entre os seus pais, ela vai compreender mais facilmente, na hora certa, que a sexualidade é a expressão do amor matrimonial. Jovens que possuem essa compreensão dificilmente cairão nas armadilhas de uma sexualidade desregrada ou da falsa promessa de que o aborto é a solução para os seus problemas. Precisamos ajudar os casais a compreenderem a união matrimonial de forma mais profunda, para que conduzam mais adequadamente a educação moral e afetiva de seus filhos, e precisamos ajudar também os jovens a compreenderem que a sexualidade não é um divertimento, mas a expressão do amor matrimonial. Um grande abraço e até logo!

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