Cultura da Vida é um espaço de aprofundamento de temas relacionados à dignidade da vida humana e à missão da família como guardiã da vida com Marlon Derosa e sua esposa Ana Carolina Derosa, professores de pós-graduação em Bioética e fundadores do Instituto e Editora Pius com sede em Joinville, Santa Catarina. Marlon e Ana são casados há 8 anos, têm 3 filhos, são atuantes na Pastoral Familiar. Neste décimo sexto encontro, o urgente chamado da adoção pela Entrega Legal.
Vatican News Hoje, vamos falar sobre o urgente chamado da adoção pela Entrega Legal. Você sabe o que é a Entrega Legal? A entrega legal é um procedimento previsto no ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, no Brasil. Ela oferece às mulheres grávidas que por algum motivo acreditam que não poderão ter a criança, como é o caso das mulheres que engravidam por violência sexual, a possibilidade de entregar seu filho para adoção. Ainda durante a gestação, a mulher já inicia o procedimento, através da Justiça da Infância e da Juventude. A mulher contará com todo o apoio da rede pública e sigilo absoluto. Tudo será feito e permitirá que a criança seja adotada logo após o parto. E claro, se a mulher desistir após o parto, está tudo bem. Ela tem este direito garantido. Na sociedade atual, com frequência se fala em aborto como falsa solução para uma gestação em crise. O aborto é uma falsa solução, porque tira violentamente a vida do bebê e deixará marcas terríveis na mulher. Mas a entrega legal permite que a mulher dê uma segunda chance a esse bebê, que será adotado e receberá todo o amor que merece. Permite à mulher ter a consciência tranquila de saber que, apesar das dificuldades que ela enfrentou, a criança foi preservada e seguiu seu destino. Portanto, divulgar e promover a entrega legal é urgente porque ela pode evitar muitos abortos. E mais ainda: possivelmente, se divulgarmos a entrega legal com maior empenho, muitos casais inférteis poderão ser beneficiados, e reduzimos o risco de que eles caiam no erro gravíssimo de recorrer a técnica de fertilização in vitro, que cria e elimina vidas humanas em seu processo artificial. Existem milhares de casais que enfrentam o problema da infertilidade e gostariam de adotar uma criança de até 1 ou 2 anos de idade. Mas hoje os abrigos não têm bebês na mesma quantidade que casais desejando adotar esse perfil. Casais que colocam como critério que só adotam se for um bebê pequeno, sabem que terão de esperar 5 ou até 7 a 8 anos na fila da adoção. Isso torna a adoção algo difícil para estes casais e alguns, por falta de uma boa orientação, podem até acabar caindo na tentação de buscar a fertilização in vitro. A fertilização in vitro é outro tema que precisamos urgentemente conhecer. Por isso, já falamos sobre esse assunto aqui no Espaço Cultura da Vida, em nosso terceiro e quarto episódio. Conhecida pela sigla “FIV”, a fertilização in vitro vem crescendo assustadoramente. Além de ter custos altíssimos e baixa eficácia, seu maior problema é moral, porque em laboratório, são criados embriões, que são vidas humanas. E sempre será gerado um número maior de embriões para posterior escolha genética e eliminação dos excedentes. Ou seja, são vidas humanas criadas, manipuladas e descartadas. O descarte de embriões elimina vidas humanas, assim como o aborto. Uma pessoa com todo o seu DNA, sua individualidade genética, que é voluntariamente eliminada. Para enfrentar estes problemas é urgente divulgarmos as alternativas que afirmam o valor da vida. E um ótimo exemplo disso é a entrega legal. Salva o bebê no ventre de uma mulher em sofrimento e crise, dando ao bebê um lar; ajuda a mulher a não precisar lidar com o trauma e as consequências terríveis de um aborto; e ao mesmo tempo, ampara casais inférteis que, alguns deles, talvez, poderiam acabar recorrendo a fertilização in vitro. Se você quer saber como funciona a entrega legal é muito fácil. Através do Google, pesquise sobre a entrega legal e as regras no seu estado e município. Os tribunais de justiça estão preparados e vêm colaborando muito nisso, divulgando cartilhas e dando apoio a quem necessita. E uma outra forma de divulgar a entrega legal é propormos a criação de leis municipais e estaduais que determinem a afixação de cartazes em hospitais e maternidades, onde fica visível a orientação de que qualquer mulher com gestação indesejada pode buscar a entrega legal de forma sigilosa e terá todo o apoio para dar uma chance a essa vida que carregam no ventre. Estimulamos que você procure no seu estado e município sobre as possibilidades de divulgar melhor a entrega legal. E a Igreja também pode e deve inserir esse tema em formações em todos os momentos em que a comunidade eclesial está reunida para falar de vida e família. Juntos, com cada passo simples como este, vamos promover a cultura da vida! Este foi o Espaço Cultura da Vida, com Ana e Marlon Derosa. Até breve!