Cúpula do Clima, Parolin: objetivos do Acordo de Paris ainda distantes - Vatican News via Acervo Católico

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Cúpula do Clima, Parolin: objetivos do Acordo de Paris ainda distantes - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

No seu discurso em Belém o cardeal Parolin fez um forte apelo para que nos comprometamos a enfrentar, sem hesitação, o desafio das mudanças climáticas. “Devemos aumentar nossa vontade política para empreender conscientemente esse caminho".

Silvonei José – Belém O cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, proferiu na tarde desta sexta-feira (07/11) em Belém, o seu discurso aos participantes da cúpula sobre o clima que contou com a presença de 70 líderes mundiais nos dias 6 e 7 de novembro, em vista da COP30, que terá início nesta segunda-feira (10/11)na capital paraense. O cardeal Parolin iniciou o seu discurso com um chamado à consciência do mundo e dos governantes: “há dez anos, a comunidade internacional adotou o Acordo de Paris. Os desafios identificados nele são hoje mais relevantes do que eram há dez anos, mas a consecução de seus objetivos ainda parece distante. Não podemos nos dar ao luxo de mais uma década de oportunidades perdidas. Devemos nos perguntar o que está faltando”. O discurso do secretário de Estado, que participou de uma mesa redonda com o título claro e desafiador “10 anos do Acordo de Paris: contribuições determinantes em nível nacional e financiamentos”, chama a atenção para a importância desse acordo que “não tem apenas um significado ambiental, econômico e político, mas também uma relevância social e ética, pois diz respeito principalmente à vida dos mais pobres e dos mais frágeis ”. Portanto, é preciso abordá-lo tendo o cuidado de não abandonar uma perspectiva integral que garanta o seu processo de implementação: “sabemos que a ligação entre ética e educação é profunda: a educação é um dos principais instrumentos através dos quais se forma o nosso sentido ético e a ética, por sua vez, orienta os objetivos e os métodos da educação. Nesse contexto, a componente educativa da implementação do Acordo de Paris é da máxima importância”. Parolin, nesse sentido, quis lembrar quando o Papa Francisco — por ocasião da Cúpula Virtual de Alto Nível sobre Ambição Climática 2020, em 12 de dezembro de 2020 — anunciou o compromisso da Santa Sé de adotar uma estratégia de emissões zero até 2050: o Papa, disse o Secretário de Estado, “destacou a importância de alcançar esse objetivo, agindo em duas frentes. Por um lado, o Estado da Cidade do Vaticano se compromete a intensificar seus esforços de gestão ambiental, já em vigor há vários anos. Essas questões são apresentadas em detalhes no primeiro Relatório Bienal de Transparência (Biennial Transparency Report - Btr) e na recente Comunicação Nacional apresentada pela Santa Sé, em nome e por conta do Estado da Cidade do Vaticano. Por outro lado, a Santa Sé se compromete a promover a educação à ecologia integral. As medidas políticas e técnicas devem ser combinadas com um processo educacional que promova um modelo cultural de desenvolvimento e sustentabilidade baseado na fraternidade e no cuidado da criação”. O modelo cultural ao qual Parolin se refere deverá ser capaz de superar a cultura do descarte, substituindo-a pela cultura do cuidado. Mas esse novo modelo também deve levar em conta a justiça climática que, afirmou Parolin citando Leão XIV, “é uma necessidade urgente que vai muito além da simples proteção do meio ambiente. Trata-se, na verdade, de uma questão de justiça social, econômica e humana”. Na conclusão de suas palavras aos participantes da Cúpula sobre o Clima — que antecipou a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas Cop30 —, Parolin fez um forte apelo para que nos comprometamos a enfrentar, sem hesitação, o desafio das mudanças climáticas. “Devemos aumentar nossa vontade política para empreender conscientemente esse caminho. A Santa Sé está pronta para apoiar esse processo, consciente de que, sob nosso Pai comum, somos uma única família humana: não há fronteiras ou barreiras, políticas ou sociais, atrás das quais possamos nos esconder”.

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