Dom Diquattro: o rosto humano da crise climática deve sempre inspirar o trabalho da COP30 - Vatican News via Acervo Católico

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Dom Diquattro: o rosto humano da crise climática deve sempre inspirar o trabalho da COP30 - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

O arcebispo Giambattista Diquattro, Chefe Adjunto da Delegação da Santa Sé e Núncio Apostólico no Brasil tomou a palavra no encontro de Alto nível na COP30, nesta terça-feira, em Belém. Citando o Papa Leão XIV, reafirmou que a educação “deve combinar justiça social e justiça ambiental, promover a sobriedade e estilos de vida sustentáveis”.

Silvonei José – Belém Como nos lembrou o Papa Leão, devemos retornar ao coração, que “não é apenas o centro dos sentimentos e emoções, mas o locus da liberdade... O coração é o lugar onde a realidade externa tem o maior impacto, onde ocorre a busca mais profunda, onde se descobrem os desejos mais autênticos, onde se encontra a identidade última de cada um e onde se tomam as decisões. É somente retornando ao coração que a verdadeira transformação ecológica pode acontecer”. Palavras do arcebispo Giambattista Diquattro, Chefe Adjunto da Delegação da Santa Sé e Núncio Apostólico no Brasil no encontro de Alto nível nesta terça-feira, na COP30, em Belém. Na sua fala diante de representantes de vários países, dom Diquattro, recordou a Mensagem do Papa Leão XIV a COP30, no qual enfatizou que os desafios apresentados pelas alterações climáticas “colocam em risco a vida de todos neste planeta e, por conseguinte, exigem cooperação internacional e um multilateralismo coeso e orientado para o futuro, que coloque a sacralidade da vida, a dignidade inerente a cada ser humano e o bem comum no seu centro”. O Núncio Apostólico destacou então quatro questões-chave: em primeiro lugar, o reforço de um “multilateralismo coeso e orientado para o futuro” é fundamental, disse. As alterações climáticas não conhecem fronteiras e, por conseguinte, exigem esforços. “Isto dá-nos a oportunidade de compreendermos coletivamente que «somos uma só família humana. Não existem fronteiras nem barreiras, políticas ou sociais, atrás das quais nos possamos esconder, muito menos espaço para a globalização da indiferença». «A dignidade das pessoas deve prevalecer, de modo que a ética prevaleça sobre os interesses locais ou contingentes»”. Em segundo lugar, o Núncio Apostólico destacou que para manter o aumento da temperatura global dentro do limite de 1,5°C, é essencial garantir uma transição justa e equitativa. Essa transição deve levar em consideração a decisão adotada na COP28 em Dubai de “transição para longe dos combustíveis fósseis”, tendo em mente que as consequências das mudanças climáticas afetam principalmente os mais pobres e vulneráveis. Já em terceiro lugar, o representante da Santa Sé chama a atenção para “o rosto humano da crise climática”, que deve sempre inspirar o trabalho da COP. Nessa perspectiva, a Santa Sé espera que o Plano de Ação de Gênero (GAP) reconheça que mulheres e meninas são afetadas de forma desproporcional pelas mudanças climáticas, particularmente no Sul Global, e o importante papel que desempenham no enfrentamento dessa crise. Dom Diquattro reafirmou que também nesse contexto, é essencial “buscar uma linguagem comum e consenso, deixando de lado os interesses egoístas, tendo em mente a responsabilidade mútua e as futuras gerações”. Uma abordagem construtiva e agir de boa-fé são importantes para forjar consenso e manter o objetivo principal firmemente em mente: o florescimento das mulheres de hoje e das gerações futuras. Como quarta questão o Chefe Adjunto da Delegação da Santa Sé destaca que nesta transição justa e equitativa, os recursos econômicos e operacionais são necessários, mas não suficientes. Acrescenta que “não podemos atingir os objetivos do Acordo de Paris a menos que as soluções políticas e técnicas sejam acompanhadas por um processo educativo que proponha novas formas sustentáveis ​​de viver e cuidar da criação”. Citando o Papa Leão XIV, reafirma que a educação “deve combinar justiça social e justiça ambiental, promover a sobriedade e estilos de vida sustentáveis ​​e formar consciências capazes de escolher não apenas o que é conveniente, mas o que é justo”. Desta perspectiva, é crucial reforçar o papel transversal da educação para garantir que as metas de mitigação sejam cumpridas, os desafios da adaptação sejam enfrentados, os meios de implementação sejam reforçados, as perdas e os danos sejam evitados e que se alcancem progressos. Concluiu dizendo que é encorajador que muitos Estados Partes, como a Santa Sé, tenham recentemente introduzido componentes educativos nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) nesta segunda ronda de submissões. “Este é um caminho que deve continuar a ser trilhado”, finalizou dom Diquattro.  

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