O secretário de Estado responde às perguntas dos jornalistas à margem da apresentação do novo Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, elaborado pela ACN. Parolin expressa “preocupação” com as recentes violências no Oriente Médio após a trégua e considera inaceitável a perseguição contra os cristãos na Cisjordânia. O cardeal também se mostra preocupado com os “atos de intimidação contra a imprensa livre” após o atentado ao jornalista Ranucci.
Vatican News A Santa Sé “está preocupada” com a trégua em Gaza, que parece já ter “terminado” com as violências dos últimos dias, mas “está cheia de esperança de que o plano de paz possa funcionar”. Assim se expressou o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, sobre a situação na Terra Santa, à margem da apresentação oficial da mais recente edição do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo (RFR), realizado pela Ajuda à Igreja que Sofre (ACN). O purpurado respondeu às perguntas dos repórteres do lado de fora do Pontifício Instituto Augustinianum; entre elas, um pedido de comentário sobre as hostilidades vividas pelos cristãos na Cisjordânia, em particular na aldeia de Taybeh, por parte de colonos israelenses. “Certamente, ali o problema é muito complexo, mas não conseguimos entender como é possível que esses cristãos, que vivem sua vida normalmente, possam ser alvo de tanta perseguição”, afirma Parolin. “Falar de perseguição é um pouco problemático, mas certamente são situações que não podemos aceitar”. Violências contra os cristãos na Nigéria Voltando o olhar para a África e para a forte onda de ódio e violência que atinge os cristãos em certas regiões da Nigéria, o cardeal — citando interlocutores locais — esclarece que o caso nigeriano “não é um conflito religioso, é mais um conflito de tipo social, por exemplo entre criadores de gado e agricultores”. “Devemos levar em conta que também na Nigéria há muitos muçulmanos que são vítimas dessa intolerância”, destaca Parolin. “São grupos extremistas que não fazem distinção para levar adiante seus propósitos, seus objetivos. Usam a violência contra todos aqueles que consideram opositores”. Intimidações à imprensa livre Refletindo, por fim, sobre o conceito de liberdade religiosa, mas também sobre o de liberdade em geral, Pietro Parolin afirma que “é motivo de grande preocupação que possam ocorrer esses atos de intimidação contra a imprensa livre”. A referência é ao atentado ocorrido na última quinta-feira contra o jornalista Sigfrido Ranucci, apresentador do programa italiano Report, com um artefato explosivo detonado em frente à sua residência. O secretário de Estado, expressando antes de tudo “solidariedade àquele que foi alvo dessa intimidação”, declara: “Corremos o risco de viver cada vez mais em um clima de intolerância, onde as expressões livres já não são aceitas. Nós — reitera — queremos que todos possam expressar seu ponto de vista com respeito e objetividade, mas que todos possam se manifestar sem serem alvo desse tipo de ameaça”.