Imerso na violência das gangues, Haiti tenta manter a esperança - Vatican News via Acervo Católico

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Imerso na violência das gangues, Haiti tenta manter a esperança - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

A persistência da violência entre gangues faz a situação econômica e social do país se deteriorar. Hospitais e outros serviços fecham as portas na capital, enquanto alguns haitianos tentam manter a esperança, em meio ao início de nova missão armada. Padre Massimo Miraglio, missionário camiliano e pároco do vilarejo de Pourcine Pic-Makaya, fala de projeto que investe na educação das crianças.

Sem uma trégua na violência, o Haiti continua sua deriva rumo a um futuro cada vez mais sombrio. Na quarta-feira (17/10), a organização internacional “Médicos Sem Fronteiras” anunciou o fechamento do seu pronto-socorro na capital, Porto Príncipe. A causa é o assédio das gangues armadas, que já controlam cerca de 90% do território da cidade. Após ataques, o principal hospital do país já havia fechado as portas no início de 2025, assim como três em cada cinco unidades médicas na capital. A desativação do pronto-socorro ilustra a degradação geral da infraestrutura do Haiti. A ação das gangues força agricultores a abandonar seus cultivos, pequenas empresas a fechar suas portas e alimenta uma recessão contínua, iniciada em 2019, de acordo com o Banco Mundial. Desde então, o país tem produzido menos a cada ano, situação que se reflete no PIB nacional. Cerca de metade da população do Haiti, estimada em 11,4 milhões de pessoas, hoje sofre com a carência alimentar. Segundo um relatório recente do Unicef, o número de refugiados internos já passa de 1,3 milhão, sendo 680 mil crianças. São mais de mil escolas fechadas, muitas delas porque atualmente precisam funcionar como abrigos pessoas desalojadas. As crianças fora da escola se tornam presa fácil para o recrutamento das gangues, alimentando um ciclo de violência. Missionários ajudam vilarejo a manter a esperança Nesse cenário de desalento, um pequeno vilarejo, encravado nas montanhas no leste do Haiti, pretende se tornar uma exceção. Enquanto escolas fecham no país, em Pourcine Pic-Makaya a comunidade investe na formação de professores, também graças ao importante trabalho dos missionários presentes na ilha caribenha. Entre eles está o padre Massimo Miraglio, missionário camiliano e pároco do vilarejo, localizado a cerca de 300 km de Porto Príncipe. Padre Massimo fala com carinho da jornada de formação com cerca de 15 professores da escola de alfabetização para crianças. “Esperamos poder organizar em breve um segundo encontro, pedido por todos os participantes. No início de novembro, retomaremos as aulas da escola Alpha para adultos”, revela padre Massimo. Em um momento em que um grande número de escolas fecha no Haiti, a escola de Pourcine Pic-Makaya iniciou o ano letivo para mais de 200 alunos da pré-escola e do ensino fundamental. Nova missão armada internacional Outra aposta para melhorar a situação social do Haiti é a Força de Eliminação das Gangues (GSF), uma nova missão armada multinacional apoiada pela ONU, que deve substituir a atual missão militar e policial liderada pelo Quênia. Na última semana, a GSF realizou suas primeiras operações, enfrentando a “forte resistência” de grupos armados durante ações na região de Artibonite, ao norte de Porto Príncipe, segundo um comunicado divulgado pela própria GSF.

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