Leão XIV: Esperança do semeador que semeia com largueza - Vatican News via Acervo Católico

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Leão XIV: Esperança do semeador que semeia com largueza - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

“Tenho em mente aquela maravilhosa pintura de van Gogh: O semeador ao pôr do sol. Aquela imagem do semeador sob o sol ardente fala-me também do trabalho do camponês. E surpreende-me que, por detrás do semeador, Van Gogh tenha representado o grão já maduro. Parece-me exatamente uma imagem de esperança....Contudo no centro da cena não está o semeador, que se encontra de lado, mas toda a pintura é dominada pela imagem do sol, talvez para nos recordar que é Deus quem move a história".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano No contexto de suas reflexões sobre o Ano Jubilar, Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje o tema “Leão XIV, esperança do semeador que semeia com largheza". Para ilustrá-la, o sacerdote gaúcho faz referência à famosa pintura de Van Gogh "O semeador ao pôr do sol". Neste sentido, aproveitamos para recordar a homilia do Santo Padre na Missa celebrada no Dia Mundial dos Pobres ao falar de Jesus como "o sol da justiça". E comentando a chegada do "dia do senhor" narrada na primeira leitura pelo Profeta Malaquias, explica o tempo de Deus "como um amanhecer que faz surgir um sol de justiça, as esperanças dos pobres e dos humildes receberão do Senhor uma resposta final e definitiva, e serão erradicadas, queimadas como se fossem palha, as obras dos ímpios e a sua injustiça, sobretudo em detrimento dos indefesos e dos pobres": “A vitória da vida não é uma palavra vã, mas um dado real, concreto. A alegria inesperada dos discípulos de Emaús seja para nós uma doce admoestação, quando o caminho se torna duro. É o Ressuscitado que muda radicalmente a perspectiva, infundindo a esperança que preenche o vazio da tristeza”, dizia o Papa Leão numa de suas últimas audiências. Desde sua primeira audiência, o Papa Leão continuou o Ciclo de Catequese – Jubileu 2025, com o título Jesus Cristo Nossa Esperança, iniciado pelo Papa Francisco. Simplesmente o Papa Leão dá continuidade às diversas catequeses em suas audiências gerais de quartas-feiras, apontando o tema da Esperança. Na primeira audiência de 21 de maio de 2025 falou-nos sobre a vida de Jesus, as parábolas, sobretudo na parábola do semeador. Jesus sempre falou de muitas coisas em parábolas (Mt 13,3). Disse assim Leão XIV: “Estou feliz por vos dar as boas-vindas a esta minha primeira Audiência geral. Hoje retomo o ciclo de catequeses jubilares, sobre o tema «Jesus Cristo, nossa esperança», iniciadas pelo Papa Francisco. Hoje continuamos a meditar sobre as parábolas de Jesus, que nos ajudam a redescobrir a esperança, porque nos mostram como Deus age na história. Hoje gostaria de meditar sobre uma parábola um pouco especial, pois é uma espécie de introdução a todas as parábolas. Refiro-me à do semeador (cf. Mt 13,1-17). Em certo sentido, nesta história podemos reconhecer o modo de comunicar de Jesus, que tem muito a ensinar-nos para o anúncio do Evangelho hoje”. O termo parábola vem do verbo grego paraballein, que significa lançar para a frente. A parábola projeta diante de mim uma palavra que me desperta, levando-me a questionar-me. A parábola, segundo o Papa, sempre me leva a pensar e me interrogar. Explica assim Leão XIV, fazendo uma interpretação dessa bela parábola de Jesus da semente lançada em diversas situações: “Estamos habituados a calcular as coisas - e às vezes é necessário - mas isto não vale no amor! O modo como este semeador “esbanjador” lança a semente é uma imagem da maneira como Deus nos ama. Aliás, é verdade que o destino da semente depende também do modo como o terreno a acolhe e da situação em que se encontra, mas nesta parábola Jesus diz-nos sobretudo que Deus lança a semente da sua palavra em todos os tipos de solo, isto é, em qualquer uma das nossas situações: às vezes somos mais superficiais e distraídos, outras vezes deixamo-nos levar pelo entusiasmo, por vezes sentimo-nos oprimidos pelas preocupações da vida, mas há também momentos em que estamos disponíveis e somos acolhedores. Deus confia e espera que, mais cedo ou mais tarde, a semente floresça. É assim que nos ama: não espera que nos tornemos o melhor terreno, concede-nos sempre generosamente a sua palavra. Talvez precisamente vendo que Ele confia em nós, nasça em nós o desejo de ser uma terra melhor. Esta é a esperança, fundada na rocha da generosidade e da misericórdia de Deus”. Importante repetir essa frase conclusiva do papa: “Talvez precisamente vendo que Ele confia em nós, nasça em nós o desejo de ser uma terra melhor. Esta é a esperança, fundada na rocha da generosidade e da misericórdia de Deus”. O Papa Leão termina essa sua primeira catequese da esperança com uma analogia com uma pintura famosa de Van Gogh: O semeador ao pôr do sol. Para o ouvinte de rádio, vou descrever em palavras essa imagem que pode ser encontrada nas redes sociais. Trata-se de uma bela pintura do “O semeador ao entardecer”, pintada na Provença em junho de 1888 e conservada no Museu Kröller-Müller, em Otterlo, na Holanda. Em estilo pós-impressionista, Van Gogh retorna a um tema famoso por seu pintor favorito, Millet e o transforma em algo cósmico — o semeador como mediador entre o sol e a terra, assim como o pintor media entre a luz intangível e o material físico. O sol é incrível — ele preenche todo o céu. Na frente existe a figura do semeador e já no fundo, casando com o sol, o trigo amarelo integrando-se com o sol que se põe. Há uma mistura belíssima de cores. O Papa cita essa pintura por ocasião de sua primeira audiência de quarta-feira. «Aquela imagem do semeador sob o sol ardente fala-me também do trabalho do camponês», disse. O camponês semeia na esperança de colher o fruto. As palavras textuais de Leão XIV dizem assim: “Tenho em mente aquela maravilhosa pintura de van Gogh: O semeador ao pôr do sol. Aquela imagem do semeador sob o sol ardente fala-me também do trabalho do camponês. E surpreende-me que, por detrás do semeador, Van Gogh tenha representado o grão já maduro. Parece-me exatamente uma imagem de esperança: de uma maneira ou de outra, a semente deu fruto. Não sabemos bem como, mas é assim! Contudo no centro da cena não está o semeador, que se encontra de lado, mas toda a pintura é dominada pela imagem do sol, talvez para nos recordar que é Deus quem move a história, embora às vezes pareça ausente ou distante. É o sol que aquece os torrões da terra, fazendo amadurecer a semente. Caros irmãos e irmãs, em que situação da vida de hoje a palavra de Deus nos alcança? Peçamos ao Senhor a graça de acolher sempre esta semente, que é a sua palavra. E se nos dermos conta de que não somos um terreno fecundo, não desanimemos, mas peçamos-lhe que nos trabalhe ainda mais para fazer de nós uma terra melhor”. É o sol o que domina na pintura de Van Gogh citada, em sua primeira catequese, pelo Papa Leão: «Aquece a terra e faz amadurecer a semente». Escrevia o pintor a um amigo: «A aspiração ao infinito, da qual aquele homem é símbolo, me encanta». Nosso desejo, diante das trevas, escuridão, sombras e tempestades e no trabalho árduo de semear, que o sol domine na arte de nosso viver, na perspectiva do fruto maduro aconteça pela esperança que brota do Ressuscitado. É a lembrança também do salmo 126: “Quando se vai, vai se chorando, levando a semente, quando se volta, volta-se cantando, carregando-se os feixes” (Salmo 126, 5-6). *Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS. ______________  Audiência Geral de 22 de outubro de 2025.

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