Os Papas e a escola, "portal da vida" e onde a pessoa é formada - Vatican News via Acervo Católico

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Os Papas e a escola, "portal da vida" e onde a pessoa é formada - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

No dia do encontro do Papa Leão XIII com os estudantes, no âmbito do Jubileu do Mundo Educativo, reapresentamos algumas das reflexões dos Pontífices sobre a escola.

Amedeo Lomonaco – Cidade do Vaticano São eles uma das maiores esperanças deste mundo, nestes tempos marcado por tantas feridas: são as multidões de adolescentes, jovens e estudantes. O Papa Leão XIV encontra-se com eles neste dia, 30 de outubro, como parte do Jubileu do Mundo Educativo. Paulo VI: a escola é uma porta para o futuro   Uma oportunidade para reler as reflexões dos pontífices sobre este universo, a escola, onde a humanidade se entrelaça com o presente e o futuro. No Angelus de 28 de setembro de 1969, o Papa Paulo VI falou da escola como uma "porta para a vida": Encanta-nos, nos comove, nos faz sonhar com essa marcha da infância, da adolescência, da juventude rumo a essa escada ascendente, rumo a essa porta da vida, que é a escola. Ali olhamos todos esses filhinhos; e assim como Jesus, um dia, olhando para um jovem, o Evangelho diz que o amou cordialmente, divinamente (Mc 10,21), assim também sentimos que os amamos, um a um, e todos juntos, esses alunos a caminho da escola; e ali gostaríamos de saudá-los, com seus pais, durante os passos que os conduzem à abertura para o conhecimento, para a vida adulta, para o seu futuro destino. Pois o que é a Escola? Haverá, talvez, um nome mais elevado, um lugar mais sagrado do que o do lar e o do templo de oração? Onde o pequeno se torna grande, onde aprende a conhecer, a pensar e a falar; onde adquire o sentido da verdade e da bondade; onde sua alma, abrindo o livro, vê o universo, e onde o universo parece entrar no coração do aluno e se tornar consciência. A escola é uma oficina que molda o homem; Vamos todos honrá-la, vamos amá-la. João Paulo I, o Pinóquio e o gosto pela escola   Quase dez anos depois destas palavras proferidas por Paulo VI, as saudações de João Paulo I aos estudantes de todos os níveis do sistema educativo chegaram ao Angelus em 17 de setembro de 1978. Dirigindo-se aos alunos mais novos, o Papa Luciani mencionou primeiro uma personagem fictícia, a protagonista de um famoso romance infantil: Aos alunos das escolas elementares desejaria eu recordar o amigo que têm em Pinocchio; não esse que um dia faltou à escola para ir ver saltimbancos; mas o outro, o Pinocchio que tomou o gosto à escola, tanto que, durante o ano escolar inteiro, todos os dias foi o primeiro a entrar na aula e o último a sair. Os meus votos mais afectuosos dirigem-se, porém, aos alunos das escolas médias e especialmente das superiores. Estes não têm diante, só problemas imediatos da escola, mas vêem a distância o tempo a seguir à escola. Tanto na Itália como nas outras nações do mundo, hoje estão portões escancarados para quem deseja entrar nas escolas médias e nas universidades; mas quando têm o diploma ou o doutoramento e saem da escola, só encontram uns biscatos de nada e não trabalho sério; daí não poderem casar-se. São problemas que a sociedade de hoje tem de estudar deveras e procurar resolver. João Paulo II e as interrogações   A escola também deve ser um tempo de crescimento humano e formação integral. Em seu discurso aos pais, alunos e professores das escolas católicas em 23 de novembro de 1991, João Paulo II abordou um tema que domina as agendas de alunos e professores: os exames orais: Permitam-me voltar um pouco ao tempo em que eu era um estudante como vocês. Do que mais se tem medo na escola? Das provas. Espero que vocês nunca sejam reprovados. Mas não o serão, se souberem como respondê-las. Jesus, o Mestre, fazia muitas perguntas e, quando questionado, dava respostas sábias. Este é um objetivo que trará plenitude à sua personalidade: saber questionar, isto é, ir ao fundo das coisas, além das aparências, e tornar-se buscadores honestos da verdade, especialmente daquela religiosa; e, ao mesmo tempo, saber ouvir as respostas, as dos professores e dos pais. Vocês devem fazer de forma tal que sua escola seja ativa, aberta e capaz de nutrir seu desenvolvimento integral. Francisco e o amor pela escola   O Papa Francisco faz uma pergunta específica: por que amar a escola? Em seu discurso ao sistema escolar italiano em 10 de maio de 2014, ele evocou pela primeira vez a imagem de sua primeira professora: Por que amo a escola? Vou procurar dizê-lo. Tenho uma imagem. Ouvi aqui que não se cresce sozinhos e que há sempre um olhar que te ajuda a crescer. E tenho a imagem da minha primeira professora, aquela mulher, aquela mestra, que me admitiu com seis anos, no primeiro ano de escola. Nunca me esqueci dela. Ela fez com que eu amasse a escola. E depois fui visitá-la durante toda a sua vida até ao momento em que faleceu, com 98 anos. E esta imagem faz-me bem! Amo a escola, porque aquela mulher me ensinou a amá-la. Este é o primeiro motivo pelo qual eu amo a escola. Amo a escola porque é sinónimo de abertura à realidade. Pelo menos assim deveria ser! Mas nem sempre o consegue ser, e então significa que é preciso mudar um pouco a organização. Ir à escola significa abrir a mente e o coração à realidade, na riqueza dos seus aspectos, das suas dimensões. E nós não temos direito a recear da realidade! A escola ensina-nos a compreender a realidade. Ir à escola significa abrir a mente e o coração à realidade, na riqueza dos seus aspectos, das suas dimensões. Leão XIV e os desafios ligados à educação   Há muitos desafios a serem enfrentados no campo da educação, no mundo da formação. O Papa Leão XIV, em seu discurso aos Irmãos das Escolas Cristãs, inspirado por São João Batista de La Salle, aborda alguns desses desafios: Os jovens do nosso tempo, como os de todas as épocas, constituem um vulcão de vida, de energias, de sentimentos, de ideias. Vê-se isto a partir das maravilhas que sabem fazer, em tantos setores. Contudo, também precisam de ajuda, para fazer crescer tanta riqueza em harmonia e para ultrapassar o que, embora de modo diferente em relação ao passado, ainda pode impedir o seu desenvolvimento saudável. Se, por exemplo, no século XVII, o uso da língua latina representava para muitos uma barreira de comunicação insuperável, hoje há outros obstáculos a enfrentar. Pensemos no isolamento que provocam modelos relacionais alastradores, cada vez mais pautados pela superficialidade, pelo individualismo e pela instabilidade afetiva; na difusão de esquemas de pensamento debilitados pelo relativismo; na predominância de ritmos e estilos de vida em que não há espaço suficiente para a escuta, a reflexão e o diálogo, a escola, a família, às vezes até entre os próprios coetâneos, com a solidão que disto deriva.

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