Somos “servos inúteis”?

Somos “servos inúteis”?
Fonte: SANTUÁRIO APARECIDA
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“Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi mandado, dizei: “Somos servos inúteis: só fizemos nossa obrigação”. (Lucas 17,10)

Essa expressão “servos inúteis”, que encontramos no Evangelho de Lucas, nada mais é do que ser alguém que faz algo sem esperar recompensa, pois não recebe salário. Leia MaisNão quero ser um servo mau e cruel!

Podemos dizer que é também um convite para o reconhecimento das nossas fragilidades, da dependência da graça de Deus e de que aquilo que fazemos porque somos chamados, precisa ser um ato de gratuidade.

“Tudo o que temos ou é Deus, ou é prova e penhor do seu amor. Se perdermos essa consciência ao dar e também ao receber, pervertemos sua essência e a nossa própria. De administradores solícitos de Deus (cf. Lc 12, 42), passamos a ser escravos do dinheiro (cf. Mt 6, 24) e, subjugados pelo medo de não ter (v. 25), entregamos nosso coração ao tesouro da falsa segurança econômica, da eficiência administrativa, do controle, de uma vida tranquila (v. 20)”, afirmou o Papa Francisco ao refletir sobre o tema da gratuidade, em março deste ano.

PeopleImages.com - Yuri A/ shutterstock.
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Além disso, precisamos saber que evangelizar e participar ativamente da Igreja não podem ser práticas apoiadas nas nossas próprias forças ou para a nossa própria glória, pois, dessa forma, não alcançaremos os frutos de eternidade; pelo contrário, nos assemelharemos aos fariseus e sua hipocrisia.

Desse modo, é necessário crescer em nós a consciência de que sem Deus, nada é possível, e que precisamos nos responsabilizar pelas nossas ações, realizando tudo por amor, sem esperar nada em troca, seja de Dele ou das pessoas.

Portanto, o conceito de “ser servo inútil” nos desafia a rever o sentido do nosso agir. Muitas vezes, o ser humano busca reconhecimento ou recompensas por suas ações, e esse desejo pode corromper o propósito verdadeiro de um serviço que deveria ser gratuito e desinteressado. 

Por isso, é fundamental cultivar a confiança e a entrega, cientes de que é Deus quem sustenta nossos passos e multiplica nossos frutos. Afinal, não somos donos do que recebemos nem das graças derramadas.

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