Papa Francisco presidiu na quinta-feira (25), na Basílica de São Paulo, a celebração das Segundas Vésperas de conclusão da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que teve início no último dia 18 de janeiro. Com o tema “Amarás o Senhor teu Deus... e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10, 27), o subsídio foi preparado por um grupo ecumênico local no Burkina Faso.
Na homilia, o Santo Padre iniciou recordando que no Evangelho lido na celebração, o doutor da Lei, que embora se dirija a Jesus como “Mestre” não quer seguir seus ensinamentos, mas testá-lo com uma pergunta que, segundo o Pontífice, é um equívoco: “Que hei de fazer para possuir a vida eterna?”.
Jesus é paciente e convida aquele homem a encontrar a resposta na Lei em que é perito: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”.
“E quem é o meu próximo?”, pergunta o doutor da Lei, justificando sua pergunta. Jesus, porém, não replica com uma teoria, mas com a parábola do bom samaritano.
“Isto permite a Jesus concluir que a pergunta correta não é “Quem é o meu próximo?”, mas “Eu me faço próximo?” Só este amor que se torna serviço gratuito, só este amor que Jesus proclamou e viveu, aproximará uns dos outros os cristãos separados. Sim, só este amor, que não esquadrinha o passado para justificar distâncias ou acusas, só este amor que, em nome de Deus, antepõe o irmão à férrea defesa do próprio sistema religioso, nos unirá”.
:: Conhecendo os Evangelhos: O Bom Samaritano
Francisco continuou dizendo que “entre nós não deveríamos jamais perguntar-nos “quem é o meu próximo?”. Porque todo o batizado pertence ao mesmo Corpo de Cristo; mais ainda, porque cada pessoa no mundo é meu irmão ou minha irmã e, todos, compomos a “sinfonia da humanidade”, da qual Cristo é primogénito e redentor.
Citando o Apóstolo Paulo como exemplo, do qual a Igreja celebra a conversão em 25 de janeiro, o Pontífice relembra sua vida ainda como Saulo de Tarso, perseguidor dos cristãos, ao encontrar Jesus naquela visão de luz que o envolve e muda a sua vida.
Paulo não muda de vida na base dos seus objetivos, não se torna melhor porque realiza os seus projetos. A sua conversão nasce de uma reviravolta existencial, onde já não pertence à sua valentia em praticar a Lei, mas à docilidade nascida em Deus, numa abertura total ao que Ele quer.
“Se Jesus é o tesouro, o nosso programa eclesial não pode consistir senão em fazer a sua vontade, em ir ao encontro dos seus desejos. E Ele, na noite antes de dar a vida por nós, elevou uma ardente súplica ao Pai por todos nós, “para que todos sejam um só”. Esta é a sua vontade”.
Ao encerrar a homilia, Papa Francisco recordou do Abade Paulo Couturier, grande pioneiro do movimento ecumênico, que costumava implorar a unidade dos crentes “como Cristo a quer, com os meios que Ele quer”.
Com esse exemplo, fez o apelo de perseguirmos a conversão de perspectiva e, sobretudo, de coração, pois, como afirmou o Concílio Vaticano II há 60 anos, “não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior”.
“Enquanto rezamos juntos, reconheçamos – cada qual partindo de si mesmo – que precisamos de nos converter, de permitir que o Senhor mude os nossos corações. Esta é a estrada: caminhar juntos e servir juntos, colocando a oração em primeiro lugar”.
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