O cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal, convida “todos, todos, todos” para uma celebração na tarde de 26 de outubro, dia no qual foi ordenado, em 1975, o primeiro bispo da diocese, D. Manuel Martins.
Rui Saraiva – Portugal Neste Ano Santo de 2025, a diocese de Setúbal completa 50 anos da sua criação. No próximo domingo 26 de outubro reúne-se solenemente na sua Igreja Catedral para assinalar o caminho pastoral que iniciou em 1975. Celebrar e agradecer a Deus O bispo de Setúbal formula um convite para esta grande celebração. O cardeal Américo Aguiar, através de uma mensagem vídeo, lembra que foi o Papa S. Paulo VI quem criou a diocese em 1975 e pede a participação de “todos, todos, todos”, pois “não podemos deixar de estar presentes para celebrar e agradecer estes 50 anos de criação da diocese”, afirma. “Saudações fraternas a todos. No próximo dia 26 de outubro, às quatro e meia da tarde, na nossa Igreja Catedral de Setúbal, vamos celebrar os 50 anos da criação da nossa diocese pelo Papa S. Paulo VI em 1975. Quero convidar a todos, todos, todos. Podemos ficar cá fora ou lá dentro, pode estar chuva ou pode estar sol, mas não podemos deixar de estar presentes para celebrar e agradecer estes 50 anos de criação da diocese”, afirma. O cardeal Américo Aguiar lembra que foi nesta data, 26 de outubro, que em 1975 decorreu a ordenação episcopal do primeiro bispo de Setúbal, D. Manuel Martins. “Gostaria de abraçar todos nesse dia para darmos graças a Deus”, diz o purpurado. “É o mesmo dia em que, há 50 anos, o senhor D. Manuel Martins, o primeiro bispo de Setúbal, era ordenado bispo, por isso, mais uma razão suplementar para fazermos o esforço de estarmos presentes. Convido os jovens, os escuteiros, os catequistas, os ministros da comunhão, os representantes das paróquias, das vigararias, das congregações, dos institutos, da sociedade civil…todos, todos, todos. Gostaria de abraçar todos nesse dia para darmos graças a Deus pelos 50 anos desta nossa amada diocese de Setúbal”, salienta. Todos os que colaboram e constroem a diocese de Setúbal, seja num passado ou no presente, serão lembrados nesta celebração que quer dar graças a Deus, desde logo, pelos bispos que a serviram, diz D. Américo Aguiar. “Damos graças por D. Manuel Martins, nosso primeiro bispo, D. Gilberto dos Reis, nosso segundo bispo e D. José Ornelas, nosso terceiro bispo e todos aqueles sacerdotes que ao longo destes 50 anos serviram a nossa diocese. Também queremos dar graças por todos os leigos, por todos os homens e mulheres de boa vontade, que colaboram, que construíram e constroem esta amada diocese de Setúbal”, declara o cardeal. Igreja de Setúbal, peregrina da esperança Numa Carta Pastoral publicada no 49º aniversário da diocese, em 2024, o bispo de Setúbal colhe o dinamismo do Jubileu para o título desse texto: “Igreja de Setúbal, peregrina da esperança”. Nela refere o mistério da fé que une todos os batizados na diocese de Setúbal. “Somos, realmente, um mistério admirável da Fé, revelado por Deus ao longo do tempo, ao qual muitos membros da igreja e da sociedade civil se foram associando de forma particular”, assinala no seu texto o cardeal Américo Aguiar. O purpurado recorda alguns aspetos históricos porque “importa fazer memória de alguns acontecimentos”, afirma. Refere que “a origem da criação desta diocese tem uma natureza teológica historicamente situada: o Concílio Vaticano II”. É nesse período histórico e, especialmente, com o espírito do decreto “Christus Dominus”, sobre o múnus pastoral dos bispos, que são dados os primeiros passos para a futura criação da nova diocese de Setúbal. “Encerrado o Concílio, o Patriarca de Lisboa publica, em 18 de abril de 1966, um Decreto a criar a “Comissão preparatória da reestruturação pastoral do Patriarcado de Lisboa”, pode-se ler na Carta Pastoral. Neste texto é citado um decreto do Patriarca de Lisboa, de 29 de maio de 1966, que estabelece três unidades pastorais: Lisboa, Santarém e Setúbal. Estas últimas viriam a ser criadas como novas dioceses em Portugal. A diocese de Setúbal foi criada pela bula “Studentes Nos” do Papa S. Paulo VI que a cria com a data de 16 de julho de 1975, sendo nomeado como seu primeiro bispo o então vigário-geral da diocese do Porto, cónego Manuel da Silva Martins. Foi, assim, que na tarde de 26 de outubro de 1975, na igreja de Santa Maria da Graça, elevada a Catedral, foi ordenado bispo D. Manuel Martins. Sobre os seus antecessores bispos, o cardeal Américo Aguiar escreve o seguinte na sua Carta Pastoral: “O ministério episcopal de D. Manuel Martins (1975-1998) marca de uma forma única a vida da Igreja em Portugal, pelo reconhecimento unânime da sua determinação em denunciar a pobreza e as injustiças sociais que, ao tempo, eram uma duríssima realidade nesta diocese que lhe tinha sido confiada e que cuidou e amou até ao fim. Também o zelo pela questão vocacional demonstrado desde o princípio por D. Manuel Martins levou à criação do Seminário de Santa Maria, Mãe da Igreja, em 1992”, escreve o purpurado. “O ministério episcopal de D. Gilberto dos Reis (1998-2015) ficou especialmente marcado, em primeiro lugar, pela integração do Santuário de Cristo Rei e do Seminário de Almada na Diocese de Setúbal e pelo Jubileu do ano 2000, durante o qual a Diocese celebrou o seu jubileu de prata. Além disso, levou a bom termo as obras de reestruturação do edifício da Cúria Diocesana”, salienta D. Américo Aguiar. “O ministério episcopal de D. José Ornelas (2015-2022) caraterizou-se pelo estímulo dado à dimensão sinodal da Igreja, concretizada na preparação do sínodo diocesano por ocasião do jubileu de ouro da Diocese de Setúbal e em comunhão com o sínodo e o jubileu da Igreja universal (2024-2025)”, assinala o cardeal. Para o futuro imediato, aproveitando a dinâmica celebrativa do Ano Santo de 2025, o bispo de Setúbal, revela na sua Carta Pastoral de julho de 2024, iniciar um processo de revisão do mapa diocesano, tendo constituído uma comissão técnica com o objetivo de ajudar “a traçar eventuais novos rumos”. “Olhar para o mapa implica olhar também para a distribuição do clero, dos recursos humanos e materiais, procurar tornar mais eficaz, carinhosa e acolhedora a presença da Igreja, dar-lhe a possibilidade de chegar onde ainda não chegou e de ter em conta os sonhos e as necessidades de tanta gente que chega de outros contextos e geografias. Dito de outro modo, colocar a Igreja de Setúbal em chave missionária, a ir ao encontro do Ser Humano concreto e real, rejeitando o que já não serve e abraçando novos meios e desafios para dar a conhecer Jesus Vivo”, escreve o cardeal Américo Aguiar na sua Carta Pastoral para este ano jubilar na diocese de Setúbal que celebra 50 anos da sua criação. Laudetur Iesus Christus