O assassinato de Elias Joseph al-Baba, um jovem ourives cristão, provocou indignação e tristeza na comunidade cristã, onde muitos agora descrevem assassinatos, extorsões e intimidações como realidades diárias. Moradores locais afirmam que as autoridades não conseguiram conter a violência nem fazer justiça, aprofundando a desilusão pública com as instituições de segurança e judiciárias da Síria.
Vatican News Em Jaramana, nos arredores de Daramsouk (Damasco), o brutal assassinato de Elias Joseph al-Baba, um jovem ourives, chocou a comunidade cristã local. Um grupo armado, suspeito de ter ligações com antigos membros do Hayat Tahrir al-Sham (a antiga milícia islâmica que agora detém o poder na Síria), invadiu a loja, roubou-a e atirou contra o jovem.. Segundo fontes locais, os agressores levaram dinheiro e objetos de ouro antes de matar al-Baba a sangue frio. Com mais este ato de violência, a crescente inquietação se espalha entre as comunidades cristãs da Síria à medida que se multiplicam os relatos de violência direcionada contra civis, como a série de recentes ataques contra cristãos em Hemto (Hama), Hmoth (Homs) e outras áreas do país, onde roubos, sequestros e assassinatos semelhantes permaneceram praticamente impunes. Ativistas alertam que a “complacência das forças de segurança” e o “silêncio das autoridades” alimentam o medo, a desconfiança e um sentimento de abandono entre os cidadãos. O assassinato de Elias Joseph al-Baba provocou indignação e tristeza na comunidade cristã, onde muitos agora descrevem assassinatos, extorsões e intimidações como realidades diárias. Moradores locais afirmam que as autoridades não conseguiram conter a violência nem fazer justiça, aprofundando a desilusão pública com as instituições de segurança e judiciárias da Síria. Em um evento separado, mas relacionado ao assassinato, um comovente apelo humanitário chamou a atenção na cidade de Suqaylabiyah, na zona rural de Hemto. Um jovem, Elias Imad Asber, fez um apelo público ao novo presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, pedindo a libertação de seu pai, Imad Asber, que está detido há mais de seis meses na prisão de Hemto. Em uma mensagem divulgada por ativistas, o filho descreveu o pai como “um homem simples que ama seu país, serviu sua comunidade com bondade e nunca se envolveu em nada prejudicial ao Estado ou à sua segurança”. Ele enfatizou que as acusações contra ele “não se baseiam em nenhuma evidência clara” e que sua família continua a ter esperança em sua libertação, “confiando na justiça do presidente al-Sharaa”. O caso reacendeu o debate sobre a persistência de detenções arbitrárias na Síria, particularmente aquelas envoltas em segredo ou sem transparência jurídica. Famílias de detidos frequentemente relatam ter o acesso a informações jurídicas ou visitas negado, o que as deixa em prolongada incerteza e desespero. Observadores notam que tais incidentes ilustram o crescente abismo entre os cidadãos e as instituições estatais, especialmente entre as comunidades minoritárias que se sentem cada vez mais vulneráveis e desprotegidas. Com a persistência da violência e da repressão, muitos sírios questionam se o ideal de preservar o “tecido nacional” do país ainda faz sentido. Em meio ao crescente medo, desconfiança e fragmentação, um número cada vez maior teme que a outrora celebrada coesão social da Síria esteja se desfazendo — uma comunidade de cada vez.