O Papa recebeu esta manhã no Vaticano os promotores e protagonistas do evento programado para este sábado à tarde na Sala Paulo VI. O convite a “cantar bem” e “com o coração”, porque a música é um “caminho de beleza que conduz a Deus”.
Daniele Piccini/Mariangela Jaguraba – Vatican News O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta sexta-feira (0512), na Sala Clementina, no Vaticano, os organizadores e artistas que animarão, neste sábado, 6 de dezembro, na Sala Paul VI, o Concerto com os Pobres. É com grande alegria que os encontro hoje, na véspera da sexta edição do Concerto com os Pobres. Esta feliz intuição do Papa Francisco está se tornando uma bela tradição, que se insere no contexto da preparação para o Santo Natal, em que celebramos o Senhor Jesus Cristo que se torna próximo e pobre por nós. No Natal, Deus nos oferece um modelo de amor a seguir No Natal, explicou Leão XIV, citando a primeira encíclica do Papa Bento XVI Deus Caritas est, “o próprio Deus busca a ‘ovelha perdida’, a humanidade sofredora e perdida”. Deus que se faz criança, que se confia aos cuidados de pais humanos, que se oferece a cada um de nós, é o ícone do amor divino que vem nos salvar. Essa solicitude divina é também um modelo para nós, deve guiar as ações do cristão e representa o momento em que o próprio cristão se realiza plenamente como pessoa. Olhando para Ele, podemos aprender a amar como Ele nos amou; podemos descobrir que o mandamento do amor responde às nossas necessidades mais autênticas, porque é quando amamos que nos realizamos verdadeiramente. Os mais frágeis ocupam os primeiros lugares A maneira correta de ver o Concerto é, portanto, interpretá-lo como uma oportunidade para amar os mais pobres e frágeis. Não é apenas uma exibição de bons artistas ou um simples festival musical, nem mesmo um momento de solidariedade para acalmar nossa consciência diante das injustiças da sociedade. O Papa pediu aos cerca de 150 organizadores e artistas que encontrou nesta sexta-feira por volta do meio-dia, hora local, que tenham em mente as palavras de Cristo no Evangelho de Mateus para assumirem a atitude correta durante a exibição, a do dom: “Tudo o que fizeram a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizeram”. De fato, “se amamos concretamente quem tem fome e sede, quem não tem o que vestir, quem está doente, quem é estrangeiro, quem está preso, estamos amando o Senhor”, disse ainda o Papa. A dignidade dos homens e das mulheres não se mede pelo que possuem: nós não somos nossos bens e pertences, mas sim filhos amados de Deus; e esse mesmo amor deve ser a marca do nosso agir em relação ao próximo. Por essa razão, em nosso Concerto, os irmãos e irmãs mais frágeis ocupam os primeiros lugares. A música é uma celebração do mistério de Deus Citando Santo Agostinho, que no Comentário aos Salmos convidava a cantar a Deus, “mas com arte”, “não desafinado”, Leão XIV lembrou o “papel importante” da música “na experiência cristã”, e em particular na liturgia. A quarta arte, argumentou ele, não é “um simples fundo musical”, mas deve “elevar o espírito para conduzi-lo o mais próximo possível do mistério que se celebra”. Permitam-me, portanto, irmãos e irmãs, uma brincadeira: por favor, cantem bem amanhã! Cantem e toquem com arte e, acima de tudo, com o coração, porque a música pode realmente representar uma forma de amor, uma via pulchritudinis que conduz a Deus. Por fim, Leone XIV citou a saudação aos promotores e artistas, proferida há exatamente um ano pelo Papa Francisco, que convidava a ver a beleza como um dom de Deus “para todos os seres humanos, unidos pela mesma dignidade e chamados à fraternidade”. A proteção de Santa Cecília O Papa agradeceu a “todos aqueles que estão trabalhando para o sucesso do concerto”. Em particular, o cardeal vigário Baldo Reina, mons. Marco Frisina, junto com o Coro da Diocese de Roma, a Orquestra e a Fundação Nova Opera, a atriz Serena Autieri, Michael Bublé e sua banda e cada um dos artistas, sem esquecer todos os parceiros, que com seu generoso apoio tornam possível o evento. Ao final do encontro, o Bispo de Roma confiou os promotores e artistas do Concerto à “intercessão maternal de Maria Santíssima Imaculada”, invocando para eles a proteção de Santa Cecília, “padroeira dos músicos”, desejando que “o Senhor continue abençoando o seu compromisso e esta belíssima obra”.