Rede reafirma protagonismo na mobilização dos povos e na incidência socioambiental em Belém.
Vatican News Nesta segunda-feira (10/11) no âmbito da programação da REPAM-Brasil na COP30, intitulada “O papel da REPAM na COP30”, e coordenada pela professora Lady Anne, coordenadora da Pastoral da Educação, foi apresentas na segunda mesa uma reflexão sobre o caminho histórico de mobilização, incidência e espiritualidade que a Rede Eclesial Pan-Amazônica vem trilhando em defesa dos povos e territórios da Amazônia. O assessor jurídico e de incidência política da REPAM-Brasil, Melillo Dinis, destacou que a atuação da rede na construção de uma consciência climática e na defesa da ecologia integral antecede a própria conferência das Nações Unidas. “Antes mesmo da COP30, a REPAM já mobilizava a Igreja e a sociedade civil pela justiça socioambiental. Esse processo começou muito antes, inspirado por figuras como Dom Erwin Kräutler, Irmã Dorothy Stang e tantos mártires que entregaram suas vidas pela Amazônia”, afirmou. Melillo compartilhou bastidores da articulação política e pastoral da REPAM desde o anúncio de Belém como sede da conferência, citando o diálogo com o governo federal, a Santa Sé e diversas organizações da sociedade civil. A REPAM é uma das oito organizações católicas internacionais com credenciamento oficial na Zona Azul da ONU, o espaço de negociações diplomáticas da COP30. A mobilizadora Joana Menezes, integrante da equipe da REPAM em Belém, apresentou o percurso de diálogo e escuta realizado junto a mais de 60 movimentos sociais, povos indígenas, comunidades quilombolas, ribeirinhas e universidades. Esse processo resultou na Carta de Demandas dos Povos da Amazônia, elaborada com a contribuição de cerca de mil pessoas e entregue a Joaquim Belo, representante das comunidades tradicionais na COP. “Não há luta sem afeto. A REPAM caminhou com os povos, respeitando seus tempos, culturas e espiritualidades. É essa escuta que faz com que nossa presença na COP seja viva, coletiva e transformadora”, destacou. Joana também ressaltou a participação da REPAM na Câmara de Participação Social sobre o Plano Clima, instância do governo federal para formulação de políticas públicas, e sua presença ativa na Cúpula dos Povos, que ocorre paralelamente à conferência. A programação inclui a Marcha Global pelo Clima, o funeral dos combustíveis fósseis e a Feira do Bem-Viver — espaços de partilha e resistência dos povos amazônicos. Encerrando a mesa, os participantes reafirmaram que a presença da REPAM na COP30 representa não apenas um marco, mas a continuidade de uma caminhada comprometida com o cuidado da Casa Comum. “A COP é um momento importante, mas não é o fim. Depois dela, a luta continua — pela vida, pelos territórios e pela Amazônia que resiste”, concluiu Melillo. Fonte: REPAM