"Como peregrinos de esperança nesta vida, caminhemos rumo à sua plenitude na Casa do Pai!", disse Leão XIV durante a saudação aos fiéis de língua portuguesa. Entre eles, um brasileiro de Curitiba/PR, há 3 anos morando na Itália, que apresentou ao Papa uma das suas obras: um balão de papel em forma de cruz de mais de 7 metros de altura feito a convite de um baloeiro italiano da ilha de Ventotene, famosa por atividades com o balonismo, que é prática legal no país.
Andressa Collet - Vatican News Assim o Papa Leão XIV saudou os peregrinos de língua portuguesa presentes na Audiência Geral desta quarta-feira (10/12), na catequese que refletiu sobre o mistério da morte e o amanhecer da Ressurreição de Cristo. Entre os brasileiros presentes, Emerson Israel Basso, o brasileiro de Curitiba/PR, há quase 3 anos morando em Medolago, pequena cidade de Bergamo, onde mora com a esposa e dois filhos e trabalha como mecânico. De hobby, porém, desde os 5 anos de idade, está o balonismo: "acho que eu tenho mais foto de balão, no meu celular, do que dos meus filhos", comentou ele que nesta quarta-feira (10/12) também trouxe para a Praça São Pedro uma de suas obras para apresentar ao Papa Leão XIV. O balão de mais de 7 metros em forma de cruz Emerson tem uma história muito longa com o balonismo, uma tradição que passou do avó para o pai e para ele. Toda família cresceu com a arte do balão de papel: "Aprendi não só a fazer balão, mas criar moldes, desenhos e projetos. A gente sempre se virou com tudo e com muita responsabilidade para não gerar problemas para terceirose e para nós. Uma das preocupações é usar aplicativo de vento, para fazer todos os cálculos para o balão; fazer o balão com maior segurança possível; não carregar muito no peso." Na Itália, Emerson conheceu um grupo de baloeiros de Ventotene, uma das Ilhas Pontinas no Mar Tirreno, a 46Km da costa de Gaeta, bem na divisa entre as regiões do Lazio e da Campânia, no sul do país. Entre eles, Luigi, de quem partiu o convite para fazer um balão em formato de cruz que foi enchido em 14 de setembro na ilha para a Festa da Exaltação da Santa Cruz: "Ele falou pra mim: 'este ano vai ter o encerramento do Jubileu, você não gostaria de fazer um balão pra levar lá pro Papa e a gente enche lá e conhece o Papa...' Perfeito, eu disse, porque pra mim será um prazer conhecer o Papa e não tem nem como recusar". Assim, o mesmo balão que foi a Ventotene, de 7 metros e meio de altura, em forma de cruz, artisticamente aperfeiçoado com a própria imagem de Leão XIV e da Basílica de São Pedro, veio ao Vaticano nesta quarta-feira (10/12). O balão já tinha a imagem de Jesus, de Santa Candida e da igreja de Ventotene em sua homenagem. A pequena cidade italiana festeja a sua padroeira todo 20 de setembro com várias atividades, inclusive com uma corrida famosa de balões de carta que, na Itália, é regularmente permitido, ao contrário do que acontece no Brasil, onde confeccionar, transportar e soltar balões artesanais (com fogo) é prática ilegal considerada crime ambiental e aeronáutico desde 1998, devido a riscos de incêndios e acidentes aéreos. A obra foi apresentada a Leão XIV Ao final da Audiência Geral, o balão foi enchido para apreciação tanto dos milhares de fiéis presentes na Praça São Pedro quanto do próprio Papa Leão XIV, para experiência inédita do brasileiro no Vaticano: "Eu faço balão a vida inteira, desde os 5 anos. Minha vida inteira gira em torno do balão. E hoje eu tive o prazer de encher um balão em formato de cruz com os desenhos do Papa e de Ventotene, a cidade que me acolheu aqui em relação ao mundo do balão Hoje praticamente eu fiz história no Vaticano. O mundo inteiro pode ver o meu balão e as minhas pinturas."