Bispos do Sudão e do Sudão do Sul apelam ao diálogo e à paz - Vatican News via Acervo Católico

  • Home
  • -
  • Notícias
  • -
  • Bispos do Sudão e do Sudão do Sul apelam ao diálogo e à paz - Vatican News via Acervo Católico
Bispos do Sudão e do Sudão do Sul apelam ao diálogo e à paz - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

Ao concluir a sua sessão plenária de uma semana, realizada em Malakal, no Sudão do Sul, de 7 a 14 de novembro, os bispos do Sudão e do Sudão do Sul manifestaram a sua consternação perante a escalada da violência e a crise humanitária nos dois países. Rezaram pela paz e apelam ao diálogo para pôr termo aos conflitos que atormentam populações de ambos os países.

Paul Samasumo e Dulce Araújo - Vatican News  Naquela que é talvez uma das mais contundentes das suas Declarações Pastorais dos últimos tempos, os bispos sudaneses e sul-sudaneses, são implacáveis na sua análise. A crise no Sudão continua a deteriorar-se rapidamente - sublinham. Embora a guerra e a situação humanitária no Sudão persistam há anos, os recentes relatos dos meios de comunicação social têm destacado atrocidades generalizadas, assassinatos em massa e violência sexual cometidos pelas Forças de Apoio Rápido (RSF) em El Fasher, no Darfur do Norte. A situação no Sudão do Sul não é melhor. Segundo informações do site Amani Africa, “A situação política e de segurança no Sudão do Sul deteriorou-se drasticamente após a detenção de altos funcionários, principalmente o primeiro vice-presidente Riek Machar; o surgimento de fações dissidentes; o envio de tropas ugandesas; e a intensificação das operações militares das Forças de Defesa Popular do Sudão do Sul (SSPDF) contra o SPLM/A-IO e grupos aliados.” Existe o perigo de a transição política no Sudão do Sul falhar, arriscando-se o regresso à guerra. É alarmante que o diálogo já não seja visto como um veículo para a harmonia, a cura, a reconciliação e a unidade”, escrevem os prelados. Espantosa falta de respeito da dignidade humana  Os bispos denunciam os políticos do Sudão e do Sudão do Sul pela sua espantosa falta de respeito pela dignidade humana. “As lutas de poder em curso dentro dos nossos governos e grupos de oposição no Sudão e no Sudão do Sul demonstram uma falta de respeito pela dignidade humana; são profundamente prejudiciais e maliciosamente egoístas. Enquanto isso, a nossa terra é rica em recursos, que são indevidamente apropriadas por indivíduos para o seu luxo, criando grupos de apoiantes enquanto o povo sofre pela extrema pobreza” - lê-se na Declaração. Os bispos estão também profundamente preocupados com o que descrevem como “divisões étnicas, tribais e inter-tribais, sem precedentes, em nome da política”. Partilhamos a sua dor da população A concluir, os bispos, embora preocupados com os acontecimentos no Sudão e no Sudão do Sul, afirmam que continuam esperançosos de que, através de um diálogo sincero, se possam encontrar soluções. Reafirmam a sua solidariedade para com o povo dos dois países e dizem partilhar a sua dor e sofrimento. Declaram-se também determinados a continuar a defender o diálogo, a reconciliação, o cuidado, a unidade e a paz, tanto para com os líderes políticos como para com as comunidades locais. ONU: Parem com o fornecimento de armas externas Coincidentemente, no mesmo dia em que foi tornada pública a Declaração dos Bispos, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, sublinhou a gravidade da situação nos dois países através de uma publicação na plataforma X com estas palavras: “Estou profundamente preocupado com os recentes relatos de atrocidades em massa e graves violações dos direitos humanos em El Fasher, bem como com o agravamento da violência em Kordofan e noutras partes do Sudão. O fluxo de armas a combatentes da parte de grupos externos deve ser interrompido. A ajuda humanitária deve chegar rapidamente aos civis necessitados. As hostilidades devem cessar. Faço apelo às Forças Armadas Sudanesas e às Forças de Apoio Rápido para que tomem medidas urgentes e concretas rumo a uma solução negociada.”

Siga-nos
Acervo Católico

© 2024 - 2025 Acervo Católico. Todos os direitos reservados.