Bombas em hospital em Mianmar: 33 mortos e mais de 50 feridos - Vatican News via Acervo Católico

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Bombas em hospital em Mianmar: 33 mortos e mais de 50 feridos - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

Mais um ataque por parte do exército na tentativa de reconquistar terreno. Irmã Naw Elsi: a Igreja birmanesa não recua. O apoio passa também por meio da presença nos vilarejos mais isolados

Guglielmo Gallone - Cidade do Vaticano São ao menos 33 mortos e mais de 50 os feridos provocados por mais um ataque aéreo sobre o Mianmar. Desta vez, o exército birmanês atingiu um hospital de Mrauk U, uma localidade situada no Estado de Rajine, quase inteiramente controlado pelo Arakan Army (AA), um grupo étcnico armado ativo muito antes de o exército derrubar o governo civil de Aung San Suu Kyi.  É exatamente nas áreas onde a presença das milícias rebeldes tem maior alcance que a guerra está cada vez mais intensa. Aconteceu no sábado, 6 de dezembro, na pequena cidade de Tabayin, no coração de Sagaing, onde outro ataque aéreo provocou 18 mortes e cerca de 20 feridos.  O exército tenta reconquistar terreno  Os dois recentes ataques de Mrauk U e Tabayin se inserem, assim, em uma fase em que o exército birmanês está tentando reconquistar terreno. Em diversas regiões, sobretudo no Norte, as Forças Armadas birmanesas (Tatmadaw) estão explorando a nova campanha de recrutamento obrigatório, o uso de drones e a mobilização das milícias locais para desacelerar o avanço das múltiplas forças rebeldes. Com efeito, uma recente análise do Instituto ISEAS – Yusof Ishak, citada pela The Diplomat, fala de uma “recuperação limitada”, que permitiu aos militares recuperar algumas posições nos Estados Shan, Kachin e Kayin, rompendo cercos e reabrindo corredores estratégicos. Tratam-se, no entanto, de sucessos circunscritos, fruto mais da reorganização interna do que de uma mudança real nas relações de forças. Zonas amplas do Mianmar permanecem fora do controle da junta militar e a violência sobre os habitantes – como a vista em Sagaing – continua a marcar o conflito.  Os rebeldes do Arakan Army têm, por exemplo, subtraído a Tatmadaw a quase totalidade do Estado costeiro de Rakhine, um território mais vasto do que toda a Bélgica. O resultado é que a junta militar mantém um controle efetivo só sobre 20% a 30% do país e, segundo diversos analistas, a possibilidade de uma reconquista total do território ainda é remota.  Os taques às infraestruturas  As infraestruturas são as primeiras a sofrer as consequência desse conflito prolongado: desde 2021, ano do golpe de Estado no Mianmar, mais de 400 unidades de saúde foram destruídas ou tornadas inutilizadas, enquanto mais de 240 escolas foram atingidas por bombardeamentos ou transformadas em bases militares.  Nem as instituições religiosas são poupadas desse destino. Segundo os dados coletados pelas organizações civis ativas no país -  Independent Investigative Mechanism for Myanmar, Centre for Information Resilience e Myanmar Witness -, mais de 200, entre mosteiros budistas, mesquitas, igrejas e outros lugares sagrados foram danificados, saqueados ou raspados do solo nos últimos quatro anos.  A Igreja birmanesa não recua  Apesar disso, “a Igreja birmanesa não recua”, relata aos veículos de comunicação do Vaticano, a irmã Naw Elsi, das Servas Missionárias do Santíssimo Sacramento.  A religiosa birmanesa descreve uma comunidade que continua a viver  ao lado da própria gente, compartilhando “dificuldades, desesperos, choros e dores”, acolhendo as feridas de um povo provado pela guerra e pela pobreza. O apoio passa também por meio da presença nos vilarejos mais isolados. “As nossas irmãs ajudam as crianças, os órfãos e os pobres nos campos remotos, levando comida, água, roupas, remédios, construindo espaços para dormir e rezar, ensinando catecismo e acompanhando as famílias na tentativa de reconstruir um futuro possível. É um trabalho feito de visitas às casas, aos campos, às escolas, para ouvir as pessoas, compreender a dor e encorajá-las a viver”, relata. Um compromisso constante nas sombras que, repete irmã Naw Elsi, a Igreja birmanesa nunca interrompe. 

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