O Conselho Gestor do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) divulgou que, em sua última reunião, realizada no dia 16 de outubro, mais 140 iniciativas no país foram aprovadas. Ao longo do ano, 677 projetos foram cadastrados para receberem os recursos da Coleta Nacional de Solidariedade, que passaram por uma triagem inicial.
O Departamento Social da CNBB identifica se tem conformidade com o edital e a documentação do projeto. Após esta análise e três reuniões, 238 projetos receberam R$ 6.551.121,54 do gesto concreto da Campanha da Fraternidade 2024.
Dom Ricardo Hoepers, bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou que os projetos estão vindos de lugares e instituições diferentes, mostrando a amplitude da consciência do Fundo Nacional de Solidariedade e a importância da organização de grupos em torno de projetos sociais que tem a ver com o tema da Campanha.
“É uma grande alegria. Para nós isto mostra o quanto a Campanha da Fraternidade vem crescendo e o quanto a consciência do Fundo Nacional de Solidariedade está trazendo para as comunidades e dioceses e regionais um maior envolvimento e compromisso com este grande projeto”, disse.
A prática da amizade social e da fraternidade
A CNBB faz uma relação entre os projetos apoiados pelo Fundo Nacional de Solidariedade ao tema da Campanha. Para a escolha das iniciativas, o objetivo foi selecionar e apoiar projetos que contribuam para “despertar para o valor e a beleza da fraternidade humana, promovendo e fortalecendo os vínculos da amizade social, para que, em Jesus Cristo, a paz seja realidade entre todas as pessoas e povos” (Objetivo Geral da CF 2024).
Como todos os anos, os recursos foram distribuídos em três eixos, alinhados com o tema da CF. O primeiro, voltado para 110 projetos de reconstrução do tecido social através de iniciativas de comunhão, reconciliação e fraternidade, capazes de estimular a cultura do encontro.
O segundo eixo atendeu a 16 projetos de apoio e integração social de migrantes, refugiados e povos tradicionais. Além destes dois setores, 112 projetos de socorro emergencial aos mais vulneráveis da sociedade e de promoção e geração de emprego e renda foram aprovados pelo Fundo.
Um desses projetos é o “Projeto de Integração local e social de Migrantes e pessoas em situação de refúgio”, desenvolvido pelo Centro de Integração do Migrante (CIM), de São Paulo (SP), ligado às Irmãs Servas do Espírito Santo. A iniciativa oferta no período de um ano, atendimento humano e escuta acolhedora a 350 migrantes e pessoas em situação de refúgio que chegam à capital paulista, de modo a favorecer a regularização migratória e o acesso a direitos.
“O CIM, por meio desse projeto, de integração local e social de imigrantes e refugiados, com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade da CNBB, contribui com um profissional capacitado que dedica um dia da semana para orientação e encaminhamentos para regularização migratória e acesso a direitos. Somente nos últimos dois meses, por exemplo, foram mais de 80 pessoas atendidas de cinco nacionalidades, com predominância de bolivianos e venezuelanos. A nossa gratidão à CNBB por esse apoio que muito contribui para que os migrantes também possam chegar e se integrar na sociedade e também poder trabalhar para sustentar a família”, disse a Irmã Malgarete Scapinelli Conte, coordenadora do projeto.
O projeto, nesse sentido, busca atender à urgência no estabelecimento de um atendimento semanal para orientação documental e acesso a direitos, possibilitando inclusive aproximação com a comunidade brasileira, evitando a xenofobia. Esse serviço deve beneficiar, segundo a entidade, 210 mulheres, 80 homens, 40 crianças e adolescentes e 20 jovens, além de 1400 pessoas de forma indireta.
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