Irmã Luciane de César, da congregação das Pobres Servas da Divina Providência, trabalha com crianças em vulnerabilidade no Quênia, oferecendo abrigo e educação a meninas e meninos de rua.
Silvonei José – Belém No âmbito da COP30, na visita que fizemos ao Barco-Hospital Papa Francisco e o Barco-Hospital Papa São João XXIII estão no porto do distrito de Icoaraci, em Belém, tivemos a alegria de encontra Irmã Luciane DeCesaro, das Pobres Servas da Divina Providência, que se encontra em missão no Quênia. Nós conversamos com ela: Irmã Luciane DeCesaro conta um pouco da sua missão no Quênia, na África. A minha missão no Quênia, na África. Como a missão das minhas irmãs lá, é tomar conta de crianças, as meninas que moram conosco, que são meninas em grande vulnerabilidade, meninas que tiveram problemas com a família, de abuso, etc., também com os meninos de rua. Na verdade, nós fazemos parte de um projeto. Os meninos de rua que aderem ao nosso projeto podem morar na casa com os irmãos. Eles podem estudar e ter o abrigo da casa. As meninas que moram conosco, as irmãs, são meninas que, como eu falei, tiveram esse tipo de problema. E, portanto, vivem conosco. Elas vão à escola, elas vão à igreja, mas voltam para a nossa casa. Vivem conosco. Enquanto os processos jurídicos duram, ou algumas por toda a vida mesmo. E, além disso, nós também fazemos um trabalho, assim, já na paróquia, porque a paróquia também pertence à nossa congregação dos pobres servos da Divina Providência. Então, lá, nós somos a família calabriana. Os irmãos, os padres e as irmãs. E trabalhamos com essas crianças. E temos também esse centro diurno para meninos de rua na cidade. Qual é a realidade hoje do país? O Quênia é um país pobre, mas é um país que é a pátria de pessoas que têm muita dignidade. Eles vivem, na maioria, de agricultura, uma agricultura de subsistência. Um povo duro, sofrido, mas com uma dignidade, assim, impressionante. E a gente só lamenta, que eles não tenham oportunidades, também de viver com maior dignidade. Especialmente as crianças não têm acesso à educação, a educação pública ainda é paga. E isso deixa muitas crianças fora da educação. Saúde é outro drama, é outro drama. Tanto é verdade que as pessoas ainda recorrem muito à medicina tradicional, porque o hospital eles não têm, eles não têm acesso ao hospital e a remédios. Não têm também outros serviços básicos. E, inclusive, por exemplo, nós não temos ainda leis, trabalhistas, as coisas que aqui no Brasil seriam as coisas, tão normais, tão comuns, tão, até mesmo já de velha data, lá não, ainda não, ainda não chegamos lá. Então, nesse sentido, eu, assim, eu vejo eles, como pessoas menos privilegiadas, mas é muito gratificante trabalhar lá, eu garanto. A Congregação A Congregação das Pobres Servas da Divina Providência, fundada por São João Calábria e oficialmente reconhecida em 1957, é composta, atualmente, por cerca de 100 irmãs. O dia 17 de abril de 1910, data histórica da fundação da Congregação das Irmãs, coloca-se num contexto verdadeiramente desafiador para o Padre João Calábria, como ele mesmo relata em um dos seus escritos: "Foi o Senhor, sem que eu pensasse, que, por meio de várias circunstâncias, empurrou-me, diria quase docemente me coagiu, a recolher piedosas mulheres que se sentissem dispostas a auxiliar os irmãos nas funções mais específicas do sexo feminino, para o bem das pobres criaturas abandonadas e recolhidas nos tetos da Divina Providência". São duas as Irmãs que constituem o início desta fundação: a Irmã Ângela de Battisti e a Irmã Lavínia Perez. Padre Calábria, sempre atento aos sinais de Deus, percebe a vontade divina através das necessidades de contar com a ajuda de algumas mulheres ao garantir um cuidado junto aos menores acolhidos na casa, ocupando-as com tarefas domésticas e aos cuidados e carinho próprios da figura materna. Para saber mais sobre as Irmãs Pobres Servas, acesse o site oficial www.pobresservas.org.br