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Dario Vitali: “Levemos à maturidade os frutos do Sínodo”
Rosa Martins – Vatican News
Uma compreensão profunda do verdadeiro significado de caminhar juntos, a reflexão sobre como levar o Evangelho ao mundo extremo e às periferias existenciais, e o discernimento sobre o papel do diaconato estarão no centro do compromisso da Igreja neste novo ano que acaba de começar. “Não percamos a oportunidade de levar à maturidade os frutos esperados na assembleia sinodal, que nos deram um amplo horizonte”, exorta o professor de eclesiologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, consultor da secretaria geral do Sínodo dos Bispos e coordenador dos especialistas em teologia na primeira fase sinodal, Pe. Dario Vitali.
Alguns dos desafios mais importantes que a Igreja universal terá de enfrentar neste novo ano que acaba de começar estão relacionados ao Sínodo que será concluído com a segunda fase prevista para outubro próximo.
De acordo com Vitali, 2024 será uma oportunidade para aprofundar o tema central da sinodalidade. “Devemos evitar que seja um tempo vazio que não traga à maturidade os frutos esperados na primeira parte do trabalho sinodal que nos deu um amplo horizonte”, enfatiza.
Reflexão cuidadosa
A Igreja sinodal em saída, o método sinodal e a relação entre autoridade e participação são algumas das principais questões sobre as quais todos os bispos e todas as Conferências Episcopais deverão refletir cuidadosamente. A atividade missionária, por sua vez, será um desafio que hoje deve levar em conta o caráter da Igreja sinodal. "Uma missão que não seja sinodal corre o risco de ser uma ação de proselitismo: cada grupo segue seu próprio caminho, cada sujeito realiza a missão de acordo com sua própria ideia. Em essência, ativa-se uma dinâmica missionária que corresponde ao próprio modelo de Igreja, com o risco de uma perigosa polarização”, ressalta.
O papel das mulheres, olhar para a Tradição
Ainda segundo o professor, deve haver uma reflexão sobre o diaconato no que diz respeito à sua própria natureza e independentemente dos assuntos envolvidos. “Qual é a natureza do diaconato? Para que ele serve? Na Igreja, qual é a sua finalidade?”
E acrescenta que “se for pensado em estrita unidade com as outras duas ordens, em uma chave sacerdotal e em uma forma de ascensão ao grau mais elevado, então não há espaço para uma atribuição a outros sujeitos que não sejam homens. Ou seja, que permanecem diáconos ou recebem o segundo grau em uma forma ascendente que, no entanto, não corresponde à Tradição".
A Tradição, detalha o teólogo, “pensava no ministério diaconal como uma forma de serviço à comunidade, e na Tradição havia também a presença de mulheres realizando esse serviço. E é precisamente essa presença feminina na Tradição que nos obriga a refletir se não podemos restaurar o diaconato também para as mulheres. Uma reflexão que deve nos permitir encontrar um equilíbrio dentro da Igreja, respeitando todas as sensibilidades existentes”.
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