A última audiência desta quinta-feira (06/11) foi dedicada às Religiosas de Jesus-Maria e às Scalabrinianas, "duas congregações nascidas do mesmo amor pelos pobres", disse o Papa. Para os trabalhos nos Capítulos Gerais, Leão XIV convidou a colocar Jesus "sempre no centro: deem muito espaço à oração e ao silêncio", porque em um "Capítulo, as iluminações mais importantes são captadas 'de joelhos'" e "é somente ouvindo o Senhor que se aprende a ouvir verdadeiramente uns aos outros".
Andressa Collet - Vatican News Nesta quinta-feira (06/11), na última audiência da manhã, o Papa Leão XIV recebeu duas delegações: uma formada por 38 Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo e outra com 56 Religiosas de Jesus-Maria. As Scalabrinianas, fiéis à missão junto a migrantes e refugiados, participam do XV Capítulo Geral que termina no domingo (09/11) na cidade italiana de Rocca di Papa, a 30Km de Roma; já a outra congregação religiosa de mulheres dedicada à educação e ao serviço dos jovens em condições de dificuldade, presente em 28 países, participa do XXXVIII Capítulo Geral. São "duas congregações nascidas, embora em circunstâncias diferentes, do mesmo amor pelos pobres", disse o Pontífice logo no início do discurso. Os temas que guiam os Capítulos, sobre a proximidade de Deus e a resposta do homem, "são complementares ao expressar as dinâmicas das fundações", disse o Papa. Mas, continuou ele, as circunstâncias que envolveram as origens "não foram fáceis": por parte dos fundadores das Scalabrinianas - São João Battista Scalabrini, Beata Assunta Marchetti e o Venerável Pe. José Marchetti - foi a tragédia da emigração em massa; já o drama da Revolução Francesa marcou a fundação das Religiosas de Jesus-Maria, Santa Claudine Thévenet: "Nenhum deles, porém, recuou, nem se desanimou, mesmo diante das dificuldades surgidas após as fundações. E o segredo de tanta fidelidade deve ser buscado justamente no encontro com Jesus Ressuscitado. A partir daí tudo começou para eles e também para vocês. A partir daí se começa e a partir daí se recomeça, quando necessário, para continuar com coragem e tenacidade a se dedicar à caridade." As religiosas, complementou o Papa, devem ter presente quem sempre ajuda durante o Capítulo Geral a reler a própria história que é o próprio Jesus que "se coloca ao lado" e caminha junto. O convite final de Leão XIV, além de agradecer pela missão em várias partes do mundo, é para "viver estes dias em humilde escuta a Deus e em corajosa atenção às necessidades dos outros": "Nestes dias, que Ele esteja sempre no centro: deem muito espaço à oração e ao silêncio, durante todo o processo dos seus trabalhos. Em um Capítulo, as iluminações mais importantes são captadas 'de joelhos', e o que amadurece nas salas capitulares precisa ser semeado e avaliado diante do Tabernáculo e na escuta da Palavra. É somente ouvindo o Senhor que se aprende a ouvir verdadeiramente uns aos outros. Isso requer coragem para se deixar provocar pela presença de quem sofre, sem medo de abandonar as próprias seguranças, aventurando-se, se o Senhor pedir, em novos caminhos."