Ao saudar os peregrinos do país báltico, o Pontífice regozijou-se com os seus laços cada vez mais estreitos com a Santa Sé. Recordou a viagem apostólica do Papa Francisco, em 2018, no centenário da independência, e a citação da escritora Zenta Maurina, que afirmou que as raízes da nação estão "no céu".
Edoardo Giribaldi – Vatican News O conflito que ameaça as portas da Letônia corre o risco de trazer à memória o passado “turbulento” do país. Diante de tais “tribulações”, é essencial recorrer a Deus, para sermos consolados pela graça que vem daquele “céu” onde estão as “raízes” da nação. Esta é a exortação que o Papa Leão XIV dirigiu, nesta segunda-feira (24/11), aos mais de duzentos peregrinos vindos da Letônia, recebidos na Sala Clementina da Residência Apostólica Vaticana. Cem anos desde a primeira peregrinação O Pontífice evidenciou que a chegada dos peregrinos a Roma coincide com o centenário da primeira peregrinação oficial da Letônia à capital italiana. Esperança no meio de desafios e incertezas Uma viagem que recorda como Roma "sempre foi uma casa para todos os cristãos" e o lugar onde "os grandes apóstolos" Pedro e Paulo se tornaram mártires da fé cristã, dando "supremo testemunho" do Evangelho. Recorrer a Deus nas tribulações "Foram precisamente as inseguranças e os contextos complicados que marcaram a história do país", afirmou Leão XIV. O seu predecessor, o Papa Francisco, já o tinha recordado quando visitou a Letônia em 2018, no centenário da independência. As raízes "no céu" O tema central do Jubileu, a esperança, não traz consigo “todas as respostas”, mas é um convite a “depositar nossa confiança em Deus e seguir Cristo mais de perto”. Não por acaso, como lembrou o Papa Francisco durante seu discurso no Palácio Presidencial de Riga, a fé cristã desempenhou um “papel fundamental” na história do país. A esse respeito, o Papa Bergoglio citou a escritora local Zenta Maurina, que escreveu que as raízes da Letônia “estão no céu”. Saudação à primeira-ministra da Letônia Ao saudar a primeira-ministra da Letônia, Evika Siliņa, presente na Sala Clementina, Leão XIV ressaltou como a virtude da esperança está intrinsecamente ligada à da fé, para fixar o olhar no presente e acolher as bênçãos de Deus no “aqui e agora”. A oferta do “silêncio” da peregrinação Nesse sentido, a peregrinação desempenha um papel essencial na vida de fé, pois oferece tempo e espaço “para encontrar Deus mais profundamente”, afastando da rotina e do “barulho” do cotidiano, oferecendo “o silêncio para ouvir mais claramente a voz de Deus”. A viagem continua A peregrinação, concluiu o Papa, alcança também a pátria para onde se regressa. As suas sementes, de fato, devem “criar raízes num discipulado quotidiano e dar frutos na sua vida”.