Claudia, Livia e Ana Paula integram a comunidade brasileira no Líbano, a maior do Oriente Médio. Juntas, elas contribuem para que o país supere os desafios impostos pelas crises política e econômica, promovendo iniciativas em prol da população local. Elas colocam à disposição seus dons e talentos, mas - sobretudo - sua generosidade.
Bianca Fraccalvieri - de Beirute, no Líbano Guerreiras e vitoriosas: assim Claudia Farah define as mulheres brasileiras que residem no Líbano. A paulista é uma das mais longevas, pois está há 44 anos no país e faz parte do "Grupo Amizade Brasil", que surgiu no final da década de 1980. Todas as integrantes têm em comum o fato de terem se casado com libaneses e terem fincado raízes através das famílias que construíram. Mas não só, o verdadeiro elemento agregador é a sororidade, pois o grupo se destaca pelas inúmeras iniciativas filantrópicas, como doação de cestas básicas, auxílio escolar, campanhas do "cobertor" e do "pijama", entre outras atividades. "Estamos fazendo a nossa história aqui no Líbano", ressalta a baiana Livia Tawil, uma das fundadoras do Grupo, que hoje é reconhecido seja por autoridades libanesas, seja por órgãos brasileiros no país. "O Líbano nos recebeu e nós estamos aqui sendo gratas por isso." Por sua vez, para quem decide deixar o Brasil deve enfrentar no Líbano não só as crises regionais, que acabam minando a segurança e economia, mas também a dificuldade linguística e uma sociedade em que a mulher ainda luta para ter igualdade de condições. "Guerreiras e vitoriosas", completa Claudia. "Se não houvesse a amizade entre nós, seria impossível." A esperança representada pelo Papa Leão XIV Com o grupo das veteranas, a reportagem do Vatican News entrevistou também Ana Paula Zanini. A catarinense integra o "Grupo Mulheres do Brasil — Núcleo Líbano", cujo foco é o empreendedorismo feminino, "como forma de deixar as mulheres autossuficientes, para que elas possam caminhar por si, ter um pouco mais de abertura". Estando há "apenas" quatro anos no país, Ana Paula se sente mais vulnerável por causa da guerra, evitando zonas mais expostas a ataques. Por isso, ela considera "a visita do Papa importantíssima, porque além de ele vir para reafirmar a comunidade católica, não só católica, mas a comunidade cristã que existe aqui no Líbano, ele traz esperança". "Para nós, cristãos aqui no Líbano é uma alegria, porque a vinda de mais um Papa no Líbano, nesse ambiente que estamos com guerra com os nossos vizinhos, é de total importância para o cristianismo aqui", acrescentou Livia. "Ele vai fortalecer a existência dos cristãos aqui. Apesar de no Oriente Médio ter poucos cristãos, nós no Líbano estamos presentes, estamos firmes e vamos continuar aqui no Líbano." "Nossos filhos estão indo embora à procura de emprego ou estudo, isso vai dar uma força muito grande para nós. Nós estamos aqui e vamos continuar!", arrematou Claudia.