O cristianismo na Turquia - Vatican News via Acervo Católico

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O cristianismo na Turquia - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

Terra natal de São Paulo de Tarso e "berço" da propagação do cristianismo, os cristãos representam hoje uma minoria em uma população de quase 86 milhões, com uma maioria absoluta de muçulmanos sunitas. Não obstante presente e atuante no país, a Igreja Católica continua a não ter um reconhecimento jurídico, nem mesmo o status de "confissão admitida" que o Tratado de Lausanne de 1923 havia concedido aos ortodoxos, aos armênios ortodoxos e aos judeus.

Vatican News Ao preparar-me para realizar a Viagem Apostólica à Turquia, com esta carta desejo encorajar em toda a Igreja um renovado impulso na profissão da fé, cuja verdade – que há séculos constitui o património comum dos cristãos – merece ser confessada e aprofundada de maneira sempre nova e atual. A este respeito, foi aprovado um precioso documento da Comissão Teológica Internacional: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador. O 1.700º aniversário do Concílio Ecuménico de Nicéia. Remeto-me a ele, porque oferece perspectivas úteis para aprofundar a importância e a atualidade não só teológica e eclesial, mas também cultural e social do Concílio de Nicéia. (Leão XIV, Carta Apostólica In Unitate Fidei, no 1.700° aniversário do Concílio de Niceia). Os cristãos na Turquia (Türkiye)   Terra natal de São Paulo de Tarso e "berço" da propagação do cristianismo, os cristãos representam hoje uma minoria em uma população de quase 86 milhões, com uma maioria absoluta de muçulmanos sunitas. Embora a Constituição turca reconheça a liberdade de culto e, segundo uma circular de 2003, a conversão de uma fé para outra seja legal, as comunidades cristãs, juntamente com outras minorias religiosas no país, enfrentam hoje diversas dificuldades. Em particular, a Igreja Católica continua a não ter um reconhecimento jurídico, nem mesmo o status de "confissão admitida" que o Tratado de Lausanne de 1923 havia concedido aos ortodoxos, aos armênios ortodoxos e aos judeus. Essa falta de reconhecimento se estende à questão dos bens e das propriedades, mas também a todas as estruturas, como dioceses e paróquias, e ao status do clero. Um sinal positivo nesse sentido foi o decreto de 2011, pelo qual o então primeiro-ministro Tayip Erdoğan estabeleceu a restituição aos cristãos greco-ortodoxos, caldeus, armênios e judeus das propriedades confiscadas pelo governo nacionalista de Kemal Ataturk na primeira metade do século XX. Restituição da qual foi excluída a Igreja Latina. A reivindicação da Igreja por maior liberdade religiosa, contudo, também enfrentou hostilidade de grupos e partidos islamistas, defensores do retorno a um Estado confessional. Embora as relações com o governo islâmico moderado do primeiro-ministro Erdoğan tenham sido marcadas pelo diálogo, na última década a Igreja Católica na Turquia também viveu momentos dramáticos com os assassinatos do padre Andrea Santoro em Trabzon, em 2006, e de dom Luigi Padovese, Vigário Apostólico da Anatólia, assassinado em İskenderun, em junho de 2010. O Patriarcado Ecumênico   A Igreja Ortodoxa conta com aproximadamente 225 milhões de fiéis, presentes principalmente no sudeste e leste da Europa. É composta por diversas Igrejas Patriarcais, que mantêm sua autonomia, embora permaneçam unidas em espírito de fé. O termo "ortodoxo" foi adotado pela primeira vez pelos cristãos gregos no século IV para distinguir a fé canônica das doutrinas heterodoxas. Também são chamadas ortodoxas algumas Igrejas Orientais que se separaram no século V, após a controvérsia monofisista. As Igrejas Ortodoxas são lideradas por um Patriarca, título que remonta às cinco primeiras Igrejas de Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, e à Pentarquia estabelecida sob Justiniano (527-565). O título foi posteriormente estendido ao Metropolita de Moscou (século XVI), aos Arcebispos da Sérvia e Bulgária (início do século XX) e ao chefe da Igreja da Romênia (meados do século X), enquanto o chefe da antiga Igreja da Geórgia tem o título de "Catholicos Patriarca". Por fim, a Igreja Apostólica Armênia (Etchmiadzin) é liderada por um Catholicos. A hierarquia ortodoxa inclui as três antigas ordens de diácono, presbítero e bispo: o arquidiácono é um diácono; o arquimandrita é um sacerdote; o metropolita, o arcebispo e o patriarca são bispos. O Patriarcado Ecumênico constitui a sede mais elevada e o centro supremo da Ortodoxia em todo o mundo. O Patriarca Ecumênico é primus inter pares, o primeiro entre iguais, em relação aos outros Patriarcas da Ortodoxia, e a primazia de Constantinopla incorpora canonicamente a unidade da Ortodoxia e coordena suas atividades. Sua jurisdição eclesiástica inclui, além de Istambul, quatro dioceses turcas, o Monte Atos, Creta, Patmos e as Ilhas do Dodecaneso e, após a emigração, dioceses na Europa Central e Ocidental, nas Américas, no Paquistão e no Japão. Por fim, o Patriarcado Ecumênico representa os ortodoxos em todo o mundo, nos territórios não sujeitos à jurisdição direta dos outros Patriarcados Ortodoxos. A sede do Patriarcado esteve, durante séculos, ao lado da Catedral de Santa Sofia. Após a queda de Constantinopla em 1453, foi transferida e está localizada no bairro de Fanar desde 1601. O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, S.S. Bartolomeu I Demétrio Archondonis, nasceu em 1940 na ilha de Imoros, no Mar Egeu (atual Gökçeada, Turquia). Cidadão turco, mas pertencente à comunidade grega da Turquia, estudou na Escola Teológica de Halki (1961), no Pontifício Instituto Oriental de Roma, no Instituto Ecumênico de Bossey e na Universidade de Munique. Ordenado diácono (1961) e sacerdote (1969), tornou-se secretário particular de seu antecessor, o Patriarca Ecumênico Demétrio (1972-1991). Metropolita da Filadélfia (1973) e de Calcedônia (1990), foi eleito o 270º sucessor de Santo André em 2 de novembro de 1991, adotando o nome de Bartolomeu I. Notório o seu empenho em favor da cooperação inter-ortodoxa e o diálogo ecumênico, bem como com o meio ambiente,  o que lhe rendeu o apelido de "Patriarca Verde". A Igreja Patriarcal de São Jorge   A Igreja Patriarcal de São Jorge fica ao lado do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. O prédio sagrado, de 1720, não possui cúpula, em conformidade com a regra estabelecida pelos otomanos após a conquista da cidade, já que as cúpulas eram consideradas prerrogativa exclusiva de mesquitas e prédios ligados à tradição islâmica. De notável valor artístico é o Trono do Patriarca Ecumênico, incrustado com marfim e datado do final do período bizantino. A Igreja Patriarcal abriga as relíquias de alguns dos santos mais venerados da antiga Constantinopla, como Eufêmia de Calcedônia. Desde a festa de Santo André (30 de novembro) de 2004, a Igreja Patriarcal também abriga parte das relíquias de São Gregório, o Teólogo, e São João Crisóstomo, entregues em 27 de novembro de 2004 ao Patriarca Bartolomeu I. A Catedral Latina do Espírito Santo   A Catedral Latina do Espírito Santo foi aberta ao culto em 5 de julho de 1846. As relíquias de vários santos foram colocadas perto do altar, incluindo a de São Lino, Papa e mártir (67-69), sucessor do Apóstolo Pedro. Na festa de São João Crisóstomo, padroeiro do Vicariato Apostólico de Constantinopla (27 de janeiro de 1884), o Papa Leão XIII doou uma relíquia do santo à Catedral. A Catedral, afiliada à Basílica de São Pedro do Vaticano em 11 de maio de 1989, tem capacidade para aproximadamente 550 pessoas. No pátio, encontra-se uma estátua do Papa Bento XV, erguida pelos turcos em 1919, apesar de ele ainda estar vivo, em reconhecimento pelo seu compromisso com as vítimas turcas da guerra de 1915-1918, com a inscrição: "Ao grande Pontífice da tragédia mundial, Bento XV, benfeitor dos povos, sem distinção de nacionalidade ou religião, como sinal de gratidão, o Oriente." Durante seu pontificado, ocorreram massacres de cristãos armênios no Império Otomano, e Bento XV fez tudo o que pôde para ajudá-los. A Catedral do Espírito Santo foi visitada pelo Papa Paulo VI (1967), acompanhado pelo Patriarca Ecumênico Atenágoras; João Paulo II (1979), acompanhado pelo Patriarca Ecumênico Dimitrios I; Bento XVI (2006) e Francisco (2014), acompanhado pelo Patriarca Bartolomeu I. Catedral Apostólica Armênia   O Patriarcado Armênio de Constantinopla é uma sede autônoma da Igreja Apostólica Armênia. A sede do Patriarca Armênio de Constantinopla, também conhecido como Patriarca Armênio de Istambul, é a Igreja Patriarcal Surp Asdvadzadzin (Igreja Patriarcal da Santa Mãe de Deus), no bairro de Kumkapı. O Patriarcado Armênio de Constantinopla reconhece a primazia do Catholicos de Todos os Armênios, na sede espiritual e administrativa da Igreja Armênia, Etchmiadzin (Armênia), em assuntos referentes à Igreja Apostólica Armênia em todo o mundo. Em assuntos locais, a sé patriarcal é autônoma. Igreja Siríaca Ortodoxa   A Igreja Siríaca Ortodoxa é uma Igreja Ortodoxa Oriental autocéfala originária da Síria, mas com seguidores espalhados por todo o mundo. A Igreja é liderada pelo Patriarca siro-ortodoxo de Antioquia, com sede em Damasco, a capital da Síria. A Igreja Siríaca Ortodoxa tem aproximadamente dois milhões de fiéis em todo o mundo. O Patriarca da Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia e de Todo o Oriente é Inácio Efrém II. Membro do Conselho Mundial de Igrejas, ele contribuiu significativamente para a fundação da organização ecumênica Christian Churches Together ("Igrejas Cristãs Unidas") em 2007. A Igreja siríaca ortodoxa Mor Ephrem está localizada em Yeşilköy, no lado europeu de Istambul. Inaugurada em 2023, é a primeira e, até o momento, a única igreja construída na Turquia desde a fundação da República. É dedicada a Efrém, o Sírio. A igreja levou dez anos para ser construída, sete dos quais sete anos devido a questões administrativas. Sua inauguração foi adiada pela pandemia de COVID-19 e pelo terremoto de 2023 na Turquia e na Síria. A Igreja Católica na Turquia (dados)   Segundo dados fornecidos pelo Escritório Central de Estatística da Igreja, existem na Turquia pouco mais de 34 mil católicos, pequeno rebanho pastoreado por 10 bispos, 18 sacerdotes diocesanos e 58 sacerdotes religiosos (76 no total). Os diáconos permanentes são 2, os religiosos não sacerdotes 5, religiosas professas 37, membros de Institutos Seculares 1, missionários leigos 2, catequistas 56. Há 1 seminarista menor e 10 seminaristas maiores. A Igreja no país tem 7 Circunscrições Eclesiásticas, 40 paróquias, além de 18 outros centros pastorais. Administra 13 escolas maternais e primárias, com 1.165 estudantes; 10 médias inferiores e secundárias, com 5.198 estudantes; e um instituto superior/universidade, com 400 estudantes. Ademais, possui 5 hospitais, 2 ambulatórios, 5 casas para idosos e pessoas com invalidez; 2 orfanatrófios e jardins da infância; tem 1 consultório familiar, além de outras 7 instituições. Estão presentes na Turquia:   Dos Latinos: 1 Arquidiocese em (Izmir/Esmirna) 2 Vicariatos Apostólicos (Istambul, Anatólia) Dos Caldeus: 1 Arquieparquia (Diarbekir) Dos Armênios: 1 Arquieparquia (Istambul) Dos Sírios: 1 Exarcado Patriarcal (Turquia) Dos Bizantinos: 1 Exarcado Apostólico (Istambul) İznik   İznik, anteriormente conhecida como Niceia, é uma cidade na Turquia, localizada a 130 km a sudeste de Istambul, no centro do distrito homônimo da província de Bursa. A cidade é mais conhecida por ter sediado dois Concílios Ecumênicos: o convocado pelo Imperador Constantino I em 325 e aquele convocado pela Imperatriz Irene de Atenas em 787. Hoje, a localidade é mais conhecida por sua produção de cerâmica. Em 2014, foram descobertas as ruínas do que mais tarde ficou conhecido como as ruínas de uma antiga basílica de três naves. A igreja, construída há aproximadamente 1.600 anos em nome de São Neófito, um jovem mártir cristão morto em 303 durante as perseguições do Imperador Diocleciano, foi destruída por um terremoto em 740, e seus restos foram submersos pelo lago. As ruínas, visíveis graças a fotografias aéreas da época de sua descoberta, agora são facilmente avistadas da margem.

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