Os casos alarmantes de desastres climáticos não saem do noticiário nem no Brasil e nem no mundo. Este ano já tivemos as fortes enchentes no Rio Grande do Sul, a seca na Amazônia, inundações e ondas de calor na África, calor extremo e chuvas torrenciais com inundações na Ásia, tufões, furacões e tornados descontrolados nos Estados Unidos.
Conforme relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada às Nações Unidas, até agora, 2024 tem sido um ano muito ruim em termos de clima extremo, com secas, calor excessivo e inundações causando graves danos à saúde da população e prejuízos aos meios de subsistência, destruindo casas e plantações.
Os eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes e mais perigosos, sendo em boa parte causados pelo Efeito Estufa devido ao acúmulo de gases na atmosfera terrestre. Esses gases são provenientes da queima de carvão, petróleo e gás. A previsão para o futuro é bem pessimista e a chance desses fenômenos extremos aumentarem em número e intensidade é bem grande.
A ligação entre mudanças climáticas e o tempo
A mudança climática e as fortes ondas de calor fazem com que o processo de evaporação das águas dos mares e de outros espelhos d’água se acelere, colocando mais vapor de água na atmosfera. Isso causa chuvas mais intensas e enchentes em algumas partes do globo terrestre e secas mais extremas em outras. Deve-se a isso a ocorrência de efeitos tão variados do clima em todo o planeta e com isso já não se sabe mais o que é normal no clima, com a crescente ocorrência de eventos extremos.
As piores enchentes da história do Rio Grande do Sul que deixaram cerca de 150 mortos, mais de 100 desaparecidos e mais de 600 mil desalojados ou desabrigados é um bom exemplo dessas ocorrências e ao todo, mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas diretamente pela tragédia. Cientistas já apontaram os efeitos das acentuadas mudanças climáticas, além do fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico nessa época do ano.
Um estudo publicado na França concluiu o que já se desconfiava, ou seja, as fortes chuvas no estado do sul podem ser atribuídas principalmente à mudança climática causada pelo homem, pois o bioma dos pampas que cobre boa parte do estado gaúcho é um dos mais degradados do Brasil.
Em abril e maio a Índia e várias partes da Ásia já haviam sofrido com uma situação semelhante, devido a uma onda de calor sufocante que prejudicaram inclusive o comparecimento às urnas nas eleições gerais dos meses de abril e maio.
E em setembro e outubro veio a onda de tornados, tufões e ciclones nos Estados Unidos, onde este fenômeno é comum em algumas regiões como na Flórida, mas não com tal intensidade. Somente que lá nas terras do “Tio Sam” a população é mais preparada para enfrentar estes desafios climáticos da natureza.
Combustíveis fósseis e danos ao planeta
Por mais que os estudiosos se debrucem sobre as pranchetas é cálculos para analisar os fenômenos climáticos uma certeza vai se consolidando cada vez mais: enquanto a humanidade continuar queimando combustíveis fósseis em níveis cada vez mais altos, aumentando a concentração de gases na atmosfera provocando o efeito estufa, essas ondas de calor se tornarão mais frequentes, mais severas e mais duradouras.
O problema é que os danos causados pelas condições climáticas extremas, provocando secas em boa parte do Brasil, com os rios secando por toda parte, atingem mais a população mais vulnerável, seja aqui como em outras partes do mundo. Em países como a Índia e outras partes da África e da Ásia, muitas pessoas trabalham ao ar livre, estando mais expostas e mais vulneráveis até mesmo às mudanças relativamente pequenas no calor extremo. Os fenômenos climáticos extremos têm afetado também países mais ricos como os Estados Unidos que registram um aumento significativo do número de tornados neste ano, causando danos significativos e perda de vidas.
A história está repleta de exemplos de condições climáticas extremas, mesmo antes do período conhecido como Revolução Industrial que aconteceu na segunda metade do século XIX, levando a humanidade a queimar os combustíveis fósseis como carvão e petróleo que hoje são os responsáveis pelas mudanças climáticas extremas.
Esses fenômenos são naturais, mas a mudança do clima claramente os tornou muito mais frequentes e muito mais extremos, garantem os especialistas. Antes da década de 1990, cerca de 70 a 150 eventos climáticos e relacionados à água eram registrados por ano. Desde 2000, 300 eventos extremos têm sido registrados anualmente.
Esses fenômenos têm provocado um significativo aumento da temperatura do planeta, o que está levando ao derretimento das calotas polares e geleiras eternas de outras regiões, contribuindo para o aumento do nível do mar que por sua vez provoca estragos significativos nas cidades localizadas a beira-mar, onde o mar está avançando terra adentro, destruindo praias e residências.
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