Província franciscana é a primeira no país a ter um Irmão como Ministro

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Província franciscana é a primeira no país a ter um Irmão como Ministro
Fonte: SANTUÁRIO APARECIDA

Desde 2022, o Papa estabeleceu que um instituto religioso ou de uma sociedade de vida apostólica poderá eleger “membros não-clericais”, que em muitas congregações são chamados de Irmãos, como superiores maiores.

E isso aconteceu pela primeira vez no último dia 17 de outubro, quando Frei Vicente Paulo do Nascimento, de 53 anos, foi eleito Ministro da Província Santa Cruz (MG).

Ele é o primeiro irmão consagrado da Ordem dos Frades Menores a assumir o serviço de Ministro Provincial no Brasil. Também é pioneiro na Conferência dos Frades Menores do Brasil e Cone Sul, que abrange a Argentina, o Chile e o Paraguai.

O frade obteve 33 votos entre os 60 religiosos votantes. Por se tratar de um religioso irmão, o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica confirmou a eleição no último dia 18 de outubro.

 

Em entrevista exclusiva ao A12, Frei Vicente contou da alegria em ser eleito Ministro da Província de Santa Cruz.

“Atualmente somos 90 religiosos, e 10% são irmãos. A minha chegada como ministro provincial, a eleição, é uma certa reparação histórica na nossa ordem. A minha alegria é representar um grupo que foi marginalizado na história da ordem e na vida religiosa masculina também. Na maioria dos grupos, os irmãos foram ficando quase que invisíveis. Essa é a alegria é poder colaborar, contribuir na Província Santa Cruz, sendo irmão. Na minha história da província, eu fui formador muitos anos, tanto para o Postulantado como no Juniorato, e ajudei na formação de candidatos ao Presbiterado. Então, a alegria é de poder colaborar, contribuir como irmão”.

O novo ministro provincial falou da responsabilidade em servir a todos, assim como Cristo fez.

“A referência para o irmão religioso é Jesus-irmão, aquele que serve. E na vida franciscana, é servir como frade menor, irmão menor, na minoridade e simplicidade franciscana. Eu quero ser um irmão, ministro provincial, um irmão que serve outros irmãos, os irmãos presbíteros, os leigos, todos aqueles que estão na fraternidade franciscana, viver a minoridade e a fraternidade”.

 

Perguntamos ao Frei o que motivou o Papa a determinar que, mesmo não sendo padre, o religioso pode se tornar administrador de um instituto.

“Na ordem franciscana, nos três ramos (Ordem dos Frades Menores, Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e a Ordem dos Frades Menores Conventuais), nós já vimos de um processo de reflexão sobre a igualdade de direitos dos irmãos no serviço de governo, pois há anos já somos formadores e guardiães das casas das Fraternidades. Eu creio que o Papa Francisco deu um passo para a Igreja entender a vocação dos irmãos terem também essa participação de governo.

Até porque não estou chegando a ministro provincial assim, [não foi] de uma hora para outra que eu apareci, mas eu já tenho uma participação na minha província. Já fui quatro vezes conselheiro, fui formador por 15 anos e coordenei casas de acolhida da província.

Penso que, como frade menor na minha província, tenho que viver e testemunhar o Evangelho, como São Francisco nos convida. A regra e a vida dos frades é viver o Evangelho. Então, esse valor do ministério é viver esse chamado de Deus, uma resposta simples, humilde, e uma resposta que a gente vai dando cada dia, construindo relações mais humanas e fraternas”.

Atualmente, a Província Santa Cruz tem 14 fraternidades, sendo oito paróquias, espalhadas por 10 cidades entre Minas Gerais e o sul da Bahia, além de presenças em missões no exterior. Nesses locais, eles atuam na pastoral paroquial, educação, projetos de ação social e de formação de lideranças cristãs.

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