O arcebispo Caccia, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, interveio na IV Comissão da 80ª Assembleia Geral da ONU, dedicada à Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Médio, elogiando o seu importante trabalho humanitário e pedindo aos Estados que reforçassem o apoio político e financeiro. Condenou também os ataques contra as instalações da Agência e salientou a necessidade de respeitar o direito internacional humanitário
Vatican News No Oriente Médio, a Santa Sé "reafirma seu apoio aos dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança, dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas". E deplora "os ataques contra as instalações da UNRWA", a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio, "incluindo escritórios, escolas e hospitais". A Santa Sé considera a missão da Agência "essencial" e convida todos os Estados-Membros "a renovar e fortalecer seu apoio político e financeiro". Com essas palavras, o arcebispo Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, discursou na quinta-feira, 13 de novembro, na Quarta Comissão da 80ª Assembleia Geral da ONU, sobre o item da agenda dedicado à UNRWA. Solução de dois estados e multilateralismo O arcebispo enfatizou que a Santa Sé está profundamente preocupada com a situação dramática no Oriente Médio e que "a comunidade internacional deve continuar a trabalhar incansavelmente para promover a paz, a estabilidade e a fraternidade para todos os povos da região". Ele reiterou o apoio à solução de dois Estados e que "o progresso genuíno só pode ser alcançado por meio do multilateralismo, do diálogo paciente e da cooperação inclusiva, não pelo uso da força". A Missão da UNRWA para refugiados palestinos Em relação à UNRWA, o representante da Santa Sé lembrou que, por mais de 70 anos, a agência tem cumprido sua missão, que lhe foi confiada pela ONU, no Líbano, na Síria, na Jordânia e na Palestina, continuando a fornecer ajuda emergencial e assistência humanitária abrangente na forma de educação, saúde, ajuda alimentar e serviços sociais. A Agência oferece "esperança, proteção e a possibilidade de uma vida digna" aos mais vulneráveis - crianças, mulheres e idosos. A Santa Sé, portanto, expressa sua "dor" e oferece orações "pelas numerosas vítimas entre os funcionários da UNRWA" que estavam "cumprindo seu dever". Ao mesmo tempo, apela para que "o direito internacional humanitário seja respeitado e que seja garantido o acesso seguro, contínuo e desimpedido da ajuda humanitária", o que é tanto um dever moral quanto uma obrigação legal. Fortalecimento do apoio político e financeiro à Agência Para a Santa Sé, é essencial que o trabalho da UNRWA "permaneça solidamente alicerçado nos princípios da humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência", que devem orientar o recrutamento, a gestão e as atividades da equipe local. Somente assim, a Agência poderá continuar sendo "um instrumento confiável de solidariedade e paz" e garantir "a sobrevivência de centenas de milhares de palestinos que, caso contrário, não teriam outra fonte de ajuda". Portanto, reiterou dom Caccia, a Santa Sé "convida todos os Estados-Membros a renovarem e fortalecerem seu apoio político e financeiro à UNRWA". E ressalta a importância de salvaguardar o mandato da Agência da ONU, de modo que "qualquer consideração sobre sua modificação deve ocorrer no contexto da Assembleia Geral, refletindo a vontade coletiva e a responsabilidade compartilhada de todos os Estados-Membros".