Roberto Andò sobre audiência de Leão XIV com os cineastas: os filmes retratam a sociedade - Vatican News via Acervo Católico

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Roberto Andò sobre audiência de Leão XIV com os cineastas: os filmes retratam a sociedade - Vatican News via Acervo Católico
Fonte: VATICANO

O diretor, que estará presente este sábado no encontro do Pontífice com os artistas do mundo do Cinema, fala sobre a expectativa por esse momento de intercâmbio e reflete sobre o papel da sétima arte em nossa época

Eugenio Murrali – Vatican News A criatividade artística e a missão da Igreja têm um vínculo forte e antigo. O Papa Leão XIV retoma esse diálogo ininterrupto, desenvolvendo-o em uma audiência com o mundo do Cinema, promovida pelo Dicastério para a Cultura e a Educação em colaboração com o Dicastério para a Comunicação e os Museus Vaticanos. "Na Igreja, existe uma perspectiva muito importante e original que", observa o diretor Roberto Andò, que estará presente no dia 15 de novembro, "destaca a tarefa delegada pela sociedade à arte, mesmo no gesto do artista, em seu ser incômodo". O cineasta já participou de um encontro com o Papa Francisco em 2023: "Vou com a mesma expectativa de estabelecer um diálogo, com franqueza, com o mesmo desejo espiritual de me libertar das limitações dentro das quais o Cinema é frequentemente discutido." Queda e renascimento Em uma breve mensagem em vídeo, o Papa Leão XIV mencionou quatro filmes aos quais se sente particularmente ligado: A Felicidade Não Se Compra (1946), de Frank Capra; A Noviça Rebelde (1965), de Robert Wise; Gente Como a Gente (1980), de Robert Redford; e A Vida É Bela (1997), de Roberto Benigni. "Se traçarmos um fio condutor entre esses filmes", comenta Roberto Andò, "talvez surja a ideia do Cinema como um lugar onde vivenciamos emocionalmente histórias que nos falam dessa constante queda e renascimento do ser humano." Uma história de fragilidade Na exortação apostólica Dilexi te, de Leão XIV, emerge a preocupação da Igreja com os últimos, pois "Deus se mostra solícito com as necessidades dos pobres". Nesse sentido, podemos encontrar pontos de contato com a sétima arte. Para Andò, o Cinema sempre teve a vocação para fazer parte de um discurso social: "Hoje, populações inteiras correm o risco de sofrer uma perda de dignidade, porque vêm de partes do mundo que representam uma disparidade. Acredito que o Cinema deve contribuir nesse sentido e que sempre esteve ligado à ideia de representar aqueles que não conseguem lidar com a situação, aqueles que correm o risco constante de cair no vórtice da sociedade." A representação do sagrado Para o diretor, o sagrado se expressa de várias maneiras. Uma peça recente que ele dirigiu, Sarabanda, baseada em um filme de Ingmar Bergman, concentra-se no desespero e na angústia humana: "Mas o que são esses sentimentos, afinal, senão a manifestação de algo que perdemos, ou seja, o sagrado?" E em um dos filmes mais conhecidos de Roberto Andò, As confissões, Toni Servillo interpreta um monge cartuxo, um militante da mais pura fé, convidado para uma reunião de cúpula econômica do G8. Aqui também, o sagrado desempenha um papel fundamental: "Ao lado do universo da economia, da onipotência de um certo mundo político que domina e supervisiona os destinos do mundo, um monge silencioso procura agir, com seu próprio método, com certa distância da vida ordinária. É uma fábula, uma parábola para suscitar ideias numa época dominada por um certo tipo de economia dedicada quase exclusivamente à manutenção da riqueza, e não à sua partilha com os desfavorecidos." O horizonte da paz "Hoje, o Cinema é certamente mais marginal do que quando Chaplin fez O grande ditador", observa Andò, recordando uma época em que esta arte tinha a capacidade, espiritual ainda mais do que técnica, de irradiar por todo o mundo, de se tornar uma mensagem universal. Todavia, mesmo diante da impossibilidade, a décima musa interpreta o espírito da época: "O Cinema experimenta a mesma impotência da política, que já não é capaz de garantir um horizonte de paz e devastou o direito. É uma época de impotência, e não de possibilidade, mas alguns filmes singularmente considerados nos alcançam com sua própria força e nos tocam individualmente, contribuindo para um processo que cada um de nós desenvolve em sua própria mente e consciência." A esperança é que, a partir do diálogo com o Papa Leão XIV, o mundo do Cinema encontre inspiração e novos caminhos. Roberto Andò conclui: "Apesar das minhas dúvidas e dos meus vazios, até mesmo dramáticos, nunca perdi a fé. Vou a este encontro com a máxima abertura. Será uma primeira maneira de conhecer o nosso novo Papa, de ouvir a sua voz, de entender o que ele nos pede e o que ele vê no nosso trabalho."

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