De acordo com a ONU, entre quinta e sexta-feira da semana passada, mais de 7 mil residentes tiveram que deixar as cidades de Kernoi e Umm Baru, no norte de Darfur. E entre quarta e sexta-feira, cerca de 3 mil e 100 pessoas fugiram de Kadugli, capital do sul de Kordofan, sitiada pelos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (Rsf), em guerra desde abril de 2023 contra o exército de Cartum.
Giada Aquilino – Vatican News Mais de 10 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas no norte de Darfur e no sul de Kordofan devido à última onda de violência em curso no Sudão. O alarme foi dado neste domingo (28/12), pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). De acordo com a agência da ONU, entre quinta e sexta-feira da semana passada, mais de 7 mil residentes deixaram as cidades de Kernoi e Umm Baru, no norte de Darfur, perto da fronteira com o Chade, e entre quarta e sexta-feira, cerca de 3 mil e 100 pessoas fugiram de Kadugli, capital do Kordofan do Sul, sitiada pelos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (Rsf), em guerra desde abril de 2023 contra o exército de Cartum. Avançada no centro-sul Precisamente na área de Kadugli, onde em novembro foi declarada a situação de fome, as forças sudanesas atacaram neste domingo, com drones, postos paramilitares em Borno, localizada a cerca de 40 quilômetros da cidade, com o objetivo de frear seu avanço no centro-sul do país. Poucas horas antes, a RSF, que em outubro havia conquistado El Fasher, capital do norte de Darfur, anunciou a derrubada de um avião não tripulado do exército. A emergência humanitária A guerra no Sudão já causou pelo menos 150 mil mortos e mais de 13 milhões de deslocados e refugiados — segundo estimativas de várias ONGs e representantes da sociedade civil, mas difíceis de verificar devido à grave insegurança no terreno — enquanto mais da metade dos 50 milhões de habitantes é forçada a níveis graves de insegurança alimentar, de acordo com as Nações Unidas: só este ano, mais de 17 milhões de pessoas receberam ajuda humanitária de emergência.