Roman Maksymets, ex-soldado ucraniano, em encontro com o Papa na audiência de quarta-feira passada, 29 de outubro, relatou os testemunhos de quem ficou gravemente ferido na guerra: “Espero que os nossos filhos não precisem combater”
Svitlana Dukhovych – Città del Vaticano Depois de ter falado com Roman Maksymets, a gente se sente mais leve. Não é muito falante, mas a sua espontaneidade, unida a uma grande força de vontade e uma profunda generosidade, não precisa de muitas palavras. Ferido em ação em 2016, Roman subitamente amputou os membros inferiores, um braço e perdeu a visão de um olho. Na última quarta-feira, 29 de outubro, ao final da audiência geral, ele pode cumprimentar o Papa, e o agradeceu pelo apoio à Ucrânia. Próteses de ponta na Ucrânia “Nasci na região de Lviv. Desde 2017, quando saí do hospital, sempre usei as próteses, que, na época, foram fabricadas na Itália, com as tecnologias mais avançadas. Agora, as próteses que uso foram feitas na Ucrânia porque no momento dispomos de tecnologias de ponta e, aos militares que ficaram feridos, aplicam próteses modernas”, disse Roman em entrevista à mídia do Vaticano. Testemunhar para ajudar os outros Hoje a sua missão consiste no apoio aos militares que ficaram mutilados. “Vou ao encontro dos militares que estão feridos ou amputados nos membros superiores ou inferiores. E posso compartilhar com eles a minha experiência, porque se passaram nove anos do meu ferimento e são oito anos e meio que uso as próteses”, explica. “No início, é sempre difícil, mas depois, com o tempo, nos acostumamos”. Em casa, Roman tem a esposa e quatro filhos que o esperam. Ao ser perguntado sobre o que deseja para os seus filhos, responde: “Que possam viver livres no próprio país e que não precisem combater. Todo o resto, penso, depende deles”.