
A secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Emilce Cuda, participou recentemente da COP-16, que está sendo realizada em Cali, Colômbia, de 21 de outubro a 1º de novembro.
O evento, instituído na Cúpula da Terra de 1992, reúne representantes de mais de 190 países para discutir e revisar a implementação do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, em vigor desde dezembro de 2022. A conferência aborda a proteção de ecossistemas, a mobilização de recursos para conservação e o compartilhamento justo dos benefícios dos recursos genéticos.
Na oportunidade, Emilce transmitiu a mensagem do Papa Francisco, destacando que todos os povos, especialmente os marginalizados, têm o direito de participar das decisões governamentais.
A secretária explicou que o motivo de sua participação no evento vai ao encontro do pedido de Francisco para “sermos uma Igreja em saída”.
“A vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, visitou o Papa Francisco, há quase um ano, para pedir seu apoio à promoção integral dos afrodescendentes na América Latina e Caribe. Por isso, vim à Cali. Eu já havia iniciado um diálogo com eles e, hoje, estou aqui, a convite das Nações Unidas e do governo da Colômbia”.
Entre as atividades da programação da COP-16, Emilce conta que participou do “Fórum Internacional dos Afrodescendentes”, junto à vice-presidente da Colômbia e o representante da ONU. Em seu discurso, refletiu sobre mensagens e documentos do Santo Padre e frisou que o amor é capaz de tornar o mundo um lugar melhor.
“Falei sobre o ensinamento de Francisco, expresso na “Laudato si'” e na “Fratelli tutti”, mas também na “Querida Amazônia”, um verdadeiro hino à biodiversidade. Propus, como desafio, tornar visível o aspecto social da crise ambiental e da crise da biodiversidade. Recordei, com base no Magistério social católico, que não devemos defender apenas a vida das espécies animais e vegetais, mas também a dos seres humanos. Isto significa insistir sobre a participação dos povos indígenas e afrodescendentes nas decisões sobre o uso e abuso dos recursos naturais. A minha mensagem concentrou-se sobre o fato de que só o amor poderá levar ao reconhecimento da dignidade humana, para facilitar a sua participação no direito de tomar decisões, que afetam e dizem respeito a todos os povos”.
Ela também participou de eventos que visavam à promoção de uma vida melhor e mais digna da comunidade afro. Um deles, organizado pela Universidade de Oxford e a Ecocitizen, busca um modo de cuidar juntos da biodiversidade. E outro organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Conservação Internacional, que trata do modo de apoiar o trabalho do cuidado da biodiversidade das populações africanas e indígenas, por meio de novos instrumentos econômicos, como os créditos para a biodiversidade.
Emilce destacou ainda que a mensagem do Papa foi acolhida de forma concreta pelos participantes e conclui que “graças aos diálogos entabulados nestes eventos internacionais, conseguimos chegar a um acordo sobre o financiamento das atividades eclesiais para o cuidado da natureza e da cultura daqueles povos”.
Fonte: Vatican News
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