Mvuato Sebastião Miezi - Vatican News
Os peregrinos ugandeses vindos a Roma pela ocasião, desafiaram o tempo, inicialmente chuvoso, para assistir, em trajes tradicionais, a essa importante celebração litúrgica que teve lugar no Altar da Cátedra. Para ali convergiram, ao meio dia, em procissão, diáconos, sacerdotes, bispos e cardeais, acompanhados pelos cânticos do coro ao som de vários instrumentos musicais, como o batuque, o trombone, o piano, etc. Tudo convidava à oração e à meditação sobre o significado dessa cerimónia. O ambiente era acolhedor e os cânticos atraíram mesmo os turistas em visita à Basílica, tendo alguns deles acabado por rezar com os convidados à cerimónia.
A celebração foi presidida pelo Cardeal Turkson, Chanceler da Academia Pontifícia das Ciências. Na sua homilia, sublinhou a importância do martírio de São Carlos Lwanga e dos seus companheiros para o continente africano, de modo particular para a África subsariana. Falando sobre a primeira leitura, o Cardeal disse que, tal como os sete irmãos do livro dos macabeus que preferiram perder a vida que renunciar à fé e à tradição dos antepassados, também os Mártires do Uganda preferiram morrer do que renunciar à tradição e à fé cristã.
Recordando que a Igreja do primeiro milénio nasceu do sangue dos mártires, o prelado afirmou que também a Igreja do Uganda nasceu do sangue do martírio de São Carlos Lwanga e dos seus companheiros. No entanto, o Cardeal Turkson fez presente que, por ocasião da canonização desses mártires, o Papa Paulo VI rezara para que o sacrifício desses Mártires ugandeses fosse o último e significasse o início duma nova era cristã e cultural; uma nova era que eliminasse não só a perseguição religiosa, mas também outros males da sociedade africana. É nesta ordem de ideias que a segunda Assembleia do Sínodo dos Bispos para África sugeriu que os pastores traduzam a fé em programas pastorais concretos para a edificação e a santidade dos fiéis.
Também o Papa Bento XVI, durante a sua visita a Luanda, em 2009, disse aos líderes africanos que a África é capaz de se desenvolver por si própria. E ao falar, nessa ocasião, dos Mártires do Uganda, Bento XVI salientou ainda que entre eles se encontravam também jovens, e que os jovens africanos deveriam ser guiados pelos valores do Evangelho, tal como o foram aqueles Mártires.
E o Cardeal Turkson terminou a sua homilia, dizendo que os Mártires do Uganda tiveram a energia para morrer pela fé porque viveram uma relação espiritual com Cristo, cujos ensinamentos punham em prática. A celebração eucarística terminou com a bênção final, durante a qual o celebrante invocou os Mártires do Uganda para que intercedam pela África e pelo mundo.
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