Papa: comunidade internacional não pode renunciar ao dever de buscar a paz

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Papa: comunidade internacional não pode renunciar ao dever de buscar a paz
Fonte: VATICANO
"Vocês assumem suas novas responsabilidades num momento crítico para a diplomacia internacional", disse Francisco aos embaixadores que apresentaram suas credenciais, encorajando-os "a continuarem trabalhando com coragem e criatividade para promoção de laços de amizade, cooperação e diálogo a serviço da paz".
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Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã deste sábado (07/12), na Sala Clementina, no Vaticano, os embaixadores, junto à Santa Sé, extraordinários e plenipotenciários da Índia, Jordânia, Dinamarca, Luxemburgo, República Democrática de São Tomé e Príncipe, Ruanda, Turquemenistão, Argélia, Bangladesh, Zimbabué e Quênia, para a apresentação de suas credenciais.

Ao expressar satisfação por recebê-los por ocasião da apresentação de suas credenciais, o Santo Padre pediu-lhes que fossem transmitidas suas respeitosas saudações aos seus Chefes de Estado, junto com a garantia de suas orações por eles.

O trabalho paciente da diplomacia

"Vocês assumem suas novas responsabilidades num momento crítico para a diplomacia internacional", disse Francisco, recordando que "o nosso mundo está cada vez mais assolado por problemas que afetam toda a família humana e que exigem uma ação conjunta de todos os que se preocupam com o futuro do nosso planeta".

“Penso, em particular, nos contínuos efeitos devastadores das mudanças climáticas, que afetam especialmente as nações em desenvolvimento e os membros mais pobres da sociedade. Penso nos conflitos armados, que causam sofrimentos indescritíveis a tantos dos nossos irmãos e irmãs; e na situação de inúmeros migrantes e refugiados que fogem dos seus países de origem, em busca de um futuro melhor para as suas famílias.”

"Estes problemas não têm uma solução simples, nem podem ser resolvidos pelo compromisso de uma única nação ou de um pequeno grupo de Estados. Cada país deve ter voz ativa no enfrentamento desses desafios de interesse internacional e na formulação de soluções globais e de longo prazo. Nesse sentido, o trabalho paciente da diplomacia é de extrema importância", disse ainda o Papa aos embaixadores.

A Santa Sé a serviço bem comum

Segundo Francisco, "em meio a dificuldades, derrotas, conflitos armados e reivindicações conflitantes de estar do lado da lei, a Comunidade internacional não pode renunciar ao seu dever de buscar a paz, promovendo o diálogo, a reconciliação, a compreensão recíproca, o respeito pela dignidade e pelos direitos de cada pessoa e povo, e das exigências do direito internacional".

“Com a sua presença na assembleia das Nações, a Santa Sé, de acordo com a sua natureza e missão específicas, procura promover este diálogo a serviço do bem comum, sem perseguir objetivos políticos, comerciais ou militares.”

Através da sua “neutralidade positiva” - e não digo "neutralidade", digo "neutralidade positiva" - pretende contribuir para a resolução de conflitos e outras questões, destacando a sua dimensão ética intrínseca.

De acordo com o Papa, "a história nos mostrou que é possível fazer muito progresso na resolução de situações aparentemente insolúveis através de esforços diplomáticos discretos, pacientes e persistentes, inspirados no respeito recíproco, na boa vontade e na convicção moral. Certa vez, ouvi dizer que o trabalho do diplomata é como a dança do minueto: pequenos passos para criar uma harmonia. Na verdade, muitos dos problemas globais atuais são de longa data e isso, em vez de nos desanimar, deve nos estimular a procurar soluções novas e inovadoras".

Olhar para o futuro com esperança

O ano velho está terminando e aguardamos a chegada do ano novo em que "somos convidados a olhar para o futuro com esperança", com o «desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã», disse Francisco, citando um trecho da Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário de 2025, Spes non confundit.

“Em 24 de dezembro inaugurarei o Ano Jubilar da Igreja 2025 abrindo a Porta Santa da Basílica de São Pedro. A mensagem principal do Jubileu é precisamente a da esperança. No momento em que a Igreja embarca numa peregrinação de esperança renovada no poder de Cristo ressuscitado de fazer novas todas as coisas, encorajo os membros da Comunidade Diplomática credenciada junto à Santa Sé a continuarem trabalhando com coragem e criatividade para promoção de laços de amizade, cooperação e diálogo a serviço da paz. A sua atividade, muitas vezes discreta e escondida, ajudará a lançar as sementes de um futuro de esperança para o nosso mundo cansado de guerra.”

O Papa concluiu, garantindo aos embaixadores que "a Secretaria de Estado e os outros Dicastérios e Departamentos da Cúria Romana estão prontos para ajudá-los no cumprimento de seus deveres".

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