Solenidade De Maria, Mãe De Deus

A solenidade da Mãe de Deus, que agora coincide com o oitavo dia do Natal e o início do ano novo, foi provavelmente atribuída a este dia por causa da influência da Igreja Bizantina, que celebra a sinapse da Santíssima Theotokos em 26 de dezembro. Isso está de acordo com a prática oriental de honrar pessoas secundárias no dia seguinte à festa da personagem principal (neste caso, o nascimento de Cristo). A Igreja Copta celebra esta festa em 16 de janeiro, mas no Ocidente, já no século V, a festa era celebrada no domingo antes do Natal, embora na França fosse celebrada em 18 de janeiro e na Espanha em 18 de dezembro. Mesmo antes do Papa Sérgio introduzir quatro festas marianas no século VII (o Nascimento de Maria, a Anunciação, a Purificação e a Assunção), o oitavo dia do Natal era celebrado em Roma em homenagem à Maternidade de Maria. Mais tarde, nos séculos XIII e XIV, foi acrescentada a festa da Circuncisão, embora tenha sido introduzida na Espanha e na França no final do século VI e posteriormente incluída no Missal do Papa São Pio V. A recente reforma litúrgica restaurou a prática romana original, que substituiu a festa pagã do Ano Novo, dedicada ao deus Jano, por esta festa em homenagem à Mãe de Deus.

Um movimento popular começou em Portugal no século XVIII para uma festa em homenagem à maternidade de Maria, e em 1914 a data da festa foi fixada em 11 de outubro. Foi estendida para toda a Igreja Latina em 1931, o décimo quinto centenário do Concílio de Éfeso. A restauração da festa para 1º de janeiro, que cai na época do Natal e tem um significado ecumênico, coincide com outros aniversários; por exemplo, o oitavo dia do Natal, a circuncisão do Menino Jesus (atribuída ao primeiro domingo de janeiro); a festa do Santo Nome de Jesus (que remonta a 1721); e o dia pela paz, introduzido pelo Papa Paulo VI.

Na encíclica Marialis Cultus (1974), o Papa Paulo VI afirma: "Esta celebração, atribuída a 1º de janeiro em conformidade com a antiga liturgia da cidade de Roma, visa comemorar o papel desempenhado por Maria neste mistério de salvação. Visa também exaltar a dignidade singular que este mistério traz à 'santa Mãe... por meio da qual fomos considerados dignos... de receber o Autor da vida'. É também uma ocasião adequada para uma adoração renovada do recém-nascido Príncipe da Paz, para ouvir mais uma vez as boas novas dos anjos e para implorar de Deus, por meio da Rainha da Paz, o dom supremo da paz. Por esta razão... instituímos o Dia Mundial da Paz, uma observância que está ganhando cada vez mais apoio e já está produzindo frutos de paz nos corações de muitos" (nº 5).