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Esperança em tempos difíceis

O que estamos esperando?

Àqueles que procuram o Reino de Deus e a sua justiça, Ele promete dar tudo por acréscimo. Com efeito, tudo pertence a Deus: nada faltará àquele que possui a Deus se ele próprio não faltar a Deus.

São Cipriano de Cartago

Mas como podemos ter esperança quando estamos infelizes? Não infelizes como se estivéssemos com febre e nosso corpo doesse, mas infelizes como se tivéssemos nossas casas destruídas e fôssemos levados para o exílio na Babilônia?

Na raiz de toda infelicidade existem desejos não realizados.

Queremos prosperidade econômica – ou simplesmente estabilidade. Queremos alívio da dor corporal. Queremos que os membros da nossa família se deem bem para variar. Queremos que nossos colegas e vizinhos nos tratem com respeito. Queremos educar nossos filhos para que sejam adultos decentes e felizes.

São coisas importantes, sem dúvida. Mas será que são objetos razoáveis da nossa esperança?

A Escritura certamente nos leva a acreditar que sim. Na Bíblia, encontramos homens e mulheres pedindo todo tipo de bens terrenos, e vemos Deus atender suas preces aparentemente nos termos deles.

Por que, então, nós devemos suportar tempos difíceis, apesar de todas as preces que fazemos pedindo um pouco de alívio?

A resposta, possivelmente, está no objeto da nossa esperança. Afinal, esperamos a felicidade terrena – ou esperamos em Deus?

A verdadeira esperança procura somente o Reino de Deus e tem certeza de que tudo o que é terreno para esta vida ser-lhe-á sem dúvida dado. O coração não consegue ter paz enquanto não adquirir essa esperança.

SÃO SERAFIM DE SAROV

Poucos anos atrás, vários americanos começaram a rezar a oração bíblica de Jabez para que pudessem aumentar sua riqueza terrena. Apesar disso, não percebi nenhuma onda correspondente no aumento do número de milionários na cidade em que moro. Os ateus vão rir e dizer que não existe nenhum deus para atender a todas essas orações. Um católico, por outro lado, estaria certo em dizer que Deus às vezes diz «sim» para essas orações, mas outras vezes diz «não», dependendo da necessidade maior de quem pede.

A necessidade maior não é financeira. É espiritual. É a necessidade de um amor que satisfaça. E esse é sempre um objeto razoável para a nossa esperança.

Às vezes Deus nos dá o que queremos – até mesmo dinheiro –, e então aprendemos a confiar nEle para nos dar aquilo de que precisamos.

Quando Ele «atende» orações em termos terrenos, não são respostas finais, pois os objetos não conseguem nos satisfazer por muito tempo. Os presentes terrenos não nos trazem felicidade do mesmo jeito que o amor traz, e essa é uma lição que aprendemos olhando em volta de nós. O que não falta neste mundo são milionários infelizes, pessoas infelizes que têm uma saúde corporal perfeita, pessoas infelizes que têm empregos estáveis que pagam bem.

Às vezes Deus nos dá o que queremos, e então aprendemos a confiar nEle para nos dar aquilo de que precisamos.

Algumas vezes, precisamos aprender essa lição pela experiência pessoal de infelicidade em meio ao sucesso terreno. Outras vezes, aprendemos a lição pela experiência pessoal de fracassar em alcançar até mesmo nossas modestas metas terrenas apesar das orações ardentes.

Deus pode atender todas as orações porque é o Criador Todo-poderoso. Ele as atende desse jeito porque é nosso Pai.

* * *

Lembre-se:

Nossa maior necessidade é um amor que satisfaça. Só o amor de Deus satisfaz.

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