Caminho Sinodal: Conhecendo a espiritualidade dominicana

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Caminho Sinodal: Conhecendo a espiritualidade dominicana
Fonte: SANTUÁRIO APARECIDA

Continuando nossa série especial sobre a preparação da Igreja Católica para o Sínodo, que vem como um convite para que todo o Povo de Deus entenda que é preciso ser uma Igreja sinodal a longo prazo, não apenas em eventos ou datas especiais.

Sabendo que esse processo de preparação é a nível mundial e envolve diferentes ordens e congregações, nós apresentamos diferentes espiritualidades a cada semana com o intuito de conhecer e refletir as características de cada grupo, que forma um único Povo de Deus.

Desta vez conheceremos um pouco mais sobre a espiritualidade Dominicana, diante das reflexões e do conhecimento compartilhado de Fr. Benjamin Earl. Leia MaisCaminho Sinodal: Conhecendo a espiritualidade salesianaCaminho Sinodal: Conhecendo a espiritualidade FranciscanaCaminho Sinodal: Conhecendo a espiritualidade beneditinaCaminho Sinodal: Conhecendo a espiritualidade Agostiniana

Começando conhecendo resumidamente a história de São Domingos, que antes de fundar a Ordem dos Pregadores era um cônego agostiniano. Por isso, escolheu a Regra de Santo Agostinho para sua Ordem. Assim, os dominicanos são também agostinianos, seguindo a tradição, embora tenham desenvolvido sua própria espiritualidade distinta, expressa em nas Constituições.

“Nas últimas décadas, alguns dos meus confrades gostam de descrever a governação dominicana como "democrática". Não é uma palavra que alguma vez tenha sido encontrada nas nossas Constituições, e eu prefiro evitar o termo. Isto deve-se em parte ao perigo de cair nos vícios do modelo político dos Estados democráticos modernos, mas também porque a própria palavra "democracia" sugere que o "povo" é a origem do "poder". Claramente na Igreja, a autoridade governante vem de Cristo; a governação da comunidade que é a Igreja não é senão uma participação no cargo régio de Cristo. Assim, eu - de acordo com as nossas Constituições 6 - preferiria dizer que a governação dominicana se caracteriza mais pelos conceitos teológicos de comunhão e participação”.

Sobre o processo sinodal, Fr. Benjamin destaca duas maneiras pelas quais suas experiências de governo capitular ao longo de oito séculos pode alimentar o interesse renovado pela sinodalidade na Igreja.

Reconhecimento de diferentes constituintes: A Ordem dos Pregadores reconheceu o valor de ouvir tanto os encarregados da governança, como os que não o são atualmente, tanto separadamente (em Capítulos de Priores Provinciais e Capítulos de Definidores) como em conjunto (em Capítulos Eletivos). Em sentido lato, o Código de Direito Canônico de 1983 reconhece papéis para leigos, religiosos e clero nos Sínodos Diocesanos, Conselhos Provinciais e Conselhos Plenários; se pretende promover a sinodalidade, poderíamos começar por utilizar efetivamente as estruturas sinodais que, na maioria dos lugares, são letras morta”.

Vida do sínodo: Tive a oportunidade de falar com alguns confrades dominicanos que participaram em Sínodos passados, bispos, antigos Mestres, ou periti. Muitos deles têm saudades da vida em comum, que seria uma parte normal dos nossos Capítulos. Uma pequena hora e uma pausa para o café não substituem realmente a comensalidade, o recreio e o ritmo diário da Missa e do Ofício Divino. A comunidade de Jerusalém, que inspirou Santo Agostinho e São Domingos e nos inspira, tinha tudo em comum. E assim os apóstolos, um em mente, alma e coração, foram capazes de dar o seu testemunho com grande poder”.