Perguntas fundamentais

Perguntas fundamentais
Fonte: SANTUÁRIO APARECIDA

Existe um povo que vive no deserto do norte da África que ainda hoje ao encontrar uma pessoa desconhecida, faz a ela ao menos três perguntas: Quem é você, de onde você vem, ou para onde você vai?

Esse povo em questão mora em tendas e cuida de rebanhos, passando de lugar em lugar onde podem encontrar água e pastagens para os seus rebanhos. Na verdade, ele está apenas repetindo as perguntas que são fundamentais e marcam a existência do ser humano desde que surgiu na face da terra.

Ainda hoje, ao olhar para o céu estrelado, por exemplo, com os milhões de estrelas e de outros corpos celestes, as pessoas continuam indagando sobre a origem do universo e do ser humano que é a parte essencial dele.

Na atualidade a ciência explica a origem do universo a partir da Teoria do Big Bang, ou da grande explosão do concentrado de energia que existia na origem de tudo. Desta explosão tudo surgiu ao longo de um processo evolutivo que já dura bilhões de anos, sabendo que ainda hoje o processo de mutação continua, mesmo que a gente não perceba.

Crença na vida eterna motiva novas perguntas e interrogações

Os arqueólogos e os paleontólogos ao estudarem as civilizações e a vida do ser humano na face do nosso planeta, a partir de restos arqueológicos e paleontológicos deixados, percebem que num determinado momento os falecidos passaram a receber um tratamento especial ao serem sepultados, demonstrando o desenvolvimento da crença na vida depois da morte.

Povos antigos como os babilônios da Mesopotâmia, os egípcios na África, ou os celtas na Europa passaram também a construir mausoléus e monumentos funerários dando origem ao posterior surgimento de rituais funerários cuja grandeza variava de acordo com a importância e o lugar social ocupado pela pessoa falecida.

Chegando a este ponto é importante recordar que a hipótese científica mais aceita atualmente para a origem da humanidade é de que a espécie humana moderna, chamada de Homo Sapiens, tenha surgido na África, num período de 300 a 200 mil anos, depois de um processo evolutivo de milhões de anos.

Mas, na verdade, os humanos surgiram na África Oriental há cerca de 2,5 milhões de anos, no final do período conhecido como Plioceno, que compreende de 5 a 2 milhões de anos atrás. Da África os seres humanos foram se espalhando, surgindo as variações genéticas e raciais que hoje são conhecidas. Então não é de se surpreender que ainda hoje as pessoas de todas as condições e classes sociais se debrucem sobre as muitas hipóteses que explicam sua origem, existência e destino final.

Mecanismos de busca variam com o tempo e com a história

Para conseguir responder às perguntas fundamentais as pessoas sempre usaram de alguns mecanismos que também foram variando ao longo dos tempos.

No período histórico que se originou com a Revolução do Neolítico, por volta de 10.000 a.C., o surgimento da agricultura e o início do processo de sedentarização, ao deixar de depender exclusivamente da coleta, da caça e da pesca, estabelecendo moradia fixa para poder defender suas plantações, com mais tempo livre, as perguntas também aumentaram.

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Uma das tentativas de respostas veio através da arte que ganha uma conotação religiosa com a criação de esculturas e outras expressões artísticas. Depois veio a construção de monumentos funerários e de templos religiosos, vindo por fim a utilização do conhecimento acumulado ao longo dos séculos para tentar compilar não só as interrogações, mas também as tentativas de respostas.

Os grandes filósofos da antiguidade ou os pensadores da Idade Moderna foram grandes questionadores da condição humana, achando ter conseguido respostas suficientes, mas em vão, pois os tempos mudam e as dúvidas e questionamentos também.

De muito tempo atrás veio a constituição de imensas bibliotecas, algumas das quais, como a do Vaticano, acumulam milhões de exemplares de livros, periódicos e manuscritos. No Século das Luzes foram criadas as Enciclopédias numa tentativa de acumular o conhecimento existente na face da terra, favorecendo o estudo e a busca de respostas,

No nosso tempo, o desenvolvimento da tecnologia da informação baseada nos mecanismos virtuais possibilitou o surgimento de algo inédito na história humana que é o conhecimento acumulado num só lugar e a possibilidade de acessá-lo em poucos segundos onde quer que se esteja, desde que haja um equipamento eletrônico por perto.

E não é de se admirar que os assuntos mais buscados nos mecanismos de busca da atualidade sejam aqueles que permitem uma resposta aos grandes anseios mais profundos da humanidade!

Uma única resposta

Uma coisa é certa: Por mais longe que o ser humano vá em busca de respostas, usando os mecanismos que existem ou os que ainda nem foram criados, não dá para fugir da realidade que leva ao encontro de um ser superior que está na origem de tudo. Por mais perguntas que sejam feitas, mais cedo ou mais tarde todas acabam tendo sempre uma única resposta: Tudo depende de um ser superior, cujo nome e atributos variam de religião para religião. E não existe uma religião pura, vindo sempre imersa em elementos culturais que também variam de povo para povo.

O surgimento do cristianismo, porém, com a grande mensagem de vida eterna, a partir da ressureição de Cristo, explicitada pela Igreja, acaba sendo a grande resposta aos anseios dos seres humanos e às suas perguntais fundamentais, pois somente Jesus é o nosso “caminho, verdade e vida’ e ninguém chega ao Pai se não for por ele”!

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.