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Prefácio
Para apresentar este livro ao leitor, citamos algumas palavras de Sua Santidade o Papa Paulo VI sobre o amor divino. Num discurso dirigido à audiência geral em 2 de junho de 1969, o Santo Padre falou o seguinte:
Qual é a descoberta a que chega o homem de fé quando busca o sentido profundo e completo da Revelação Divina? Essa descoberta é amor. Deus revelou-se acima de tudo como sendo Amor. Toda a história da salvação, todo o Evangelho é amor.
Poderíamos citar muitas páginas das Escrituras aqui. Por exemplo, este vem à mente:
“O Senhor apareceu de longe para mim. Sim, eu te amei com amor eterno: por isso te atraí, tendo pena de você. 1
Toda a epopeia da Redenção é amor e misericórdia, efusão do amor de Deus sobre nós. E a história da salvação se resume nesta conhecida frase de São Paulo:
“Para que Cristo habite pela fé em vossos corações: para que, estando arraigados e fundados na caridade, possais compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, para conhecer também a caridade de Cristo, que excede todo o conhecimento: para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.” 2
Vamos parar aqui. Teremos dito o suficiente sobre isso hoje ao celebrarmos duas festas - [as festas] da Eucaristia e do Sagrado Coração - sendo, por assim dizer, levados por ela para o ponto profético que as apresenta e nos permite saborear, se não compreender , algo do seu verdadeiro sentido religioso, da sua realidade superlativa e violenta: “Porque Deus tanto amou…” 3 E isso nos move, nos oprime. Se chegarmos a compreender que somos amados num grau supremo, inimaginável, até à morte silenciosa, gratuita, cruel, até à imolação total 4 por Aquele que nem sequer conhecemos, ou se o conhecemos, a quem negamos e ofendemos; se chegarmos a compreender que somos objetos de tal amor, de um amor tão grande, não podemos permanecer complacentes.…
Tal é a origem do culto ao Sagrado Coração de Jesus: lembremo-nos que a palavra coração é um símbolo, um sinal, uma síntese da nossa Redenção vista a partir da vida interior divina e humana de Cristo. Jesus nos amou, o Concílio 5 nos diz, igualmente “com coração de homem”, e quanto! Você sabia disso? Você pensa sobre isso? Como você vai responder?
Ajudar-nos a compreender o amor de Deus por nós e a responder-lhe mais plenamente é o propósito das conferências contidas neste livro.
1 Jer. 31:3.
2 Ef. 3:17–19.
3 João 3:16.
4 Cf. João 19:30.
5 O Concílio Vaticano II, 1962–1965.
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