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Aparições Marianas e Santuários

Ao longo dos séculos e em diversos países, há relatos de que a Bem-Aventurada Virgem Maria apareceu a esta ou aquela pessoa. Existem também muitas igrejas ou santuários construídos em homenagem à Mãe de Deus. Muitos deles atraem não poucos peregrinos. Em nossa reflexão sobre a veneração mariana, é importante discutir que atitude um cristão deve adotar diante de toda a questão das aparições.

Uma aparição é, em geral, uma aparição para as pessoas na terra de um ser celestial, que pode ser Cristo, Maria, um anjo ou um santo. Podemos chamá-la de visão sobrenatural. Pode ser uma experiência psíquica, na qual uma pessoa ou objeto não acessível aos poderes humanos normais é visto e normalmente também ouvido.

As aparições de Jesus em seu corpo ressuscitado aos seus discípulos ocorreram entre a Páscoa e sua Ascensão ao céu. Eles são totalmente excepcionais e precisam ser tratados separadamente de todas as outras aparições. O Cristo ressuscitado apareceu a Maria Madalena e outras santas mulheres, a Pedro e aos Doze, aos dois discípulos no caminho de Emaús e a quinhentos de seus discípulos. Pedro e os Doze são as principais “testemunhas de sua ressurreição” (Atos 1:22). Alguns dos discípulos, como o apóstolo Tomé, a princípio não acreditaram que a visão de Cristo fosse real e que Cristo havia ressuscitado dos mortos. Eles ainda não haviam se recuperado do choque da Paixão e morte de seu Mestre. O Cristo ressuscitado fortaleceu sua fé. Não é correto imaginar que a Ressurreição de Cristo foi produzida pela fé (ou credulidade) dos Apóstolos. “Pelo contrário, sua fé na Ressurreição nasceu, sob a ação da graça divina, da experiência direta da realidade de Jesus ressuscitado” ( Catecismo 644).

Algumas aparições estão registradas nas Sagradas Escrituras, como as de Deus a Abraão (Gn 26:24), de um anjo a Tobias (ver Tob 3:16–17; 5:4–5) e do Arcanjo Gabriel a Zacarias e a Maria (cf. Lc 1,11.26). Quando uma pessoa afirma ter recebido uma aparição, a Igreja é bastante lenta e cuidadosa porque ilusões e alucinações são comuns e o espírito maligno também pode intervir. O trabalho de um diretor espiritual e, às vezes, de médicos especialistas pode muitas vezes ajudar na investigação e avaliação da Igreja. Geralmente é o bispo diocesano quem deve realizar esse trabalho discricionário, enquanto a autoridade do papa ou de seus assistentes na Cúria Romana estaria envolvida apenas em casos raros.

Se a mensagem de uma “aparição” relatada está em desacordo com uma doutrina revelada ou com o ensinamento da Igreja, isso é um sinal de que não veio do céu ou que o “vidente” foi enganado. Mesmo quando a autoridade da Igreja se pronuncia positivamente sobre a autenticidade de uma aparição, tal decisão não é considerada infalível e não é imposta aos fiéis para crer. Obviamente, se a autoridade da Igreja examinou e se pronunciou contra a autenticidade de uma “aparição”, então os fiéis devem obedecer e não ter nada a ver com isso. 1

Mensagens ou revelações privadas geralmente seguem de aparições. O presumível vidente pode estar convencido de que recebeu uma mensagem do céu. Tais mensagens são chamadas de revelações privadas para distingui-las claramente da revelação propriamente dita, que foi concluída com o último dos doze apóstolos. Ao longo dos séculos, algumas revelações privadas foram reconhecidas como autênticas pela autoridade da Igreja. “Eles não pertencem, porém, ao depósito da fé. Não lhes compete melhorar ou completar a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente num determinado período da história. Guiado pelo magistério da Igreja, o sensus fidelium sabe discernir e acolher nestas revelações tudo o que constitui uma autêntica vocação de Cristo ou dos seus santos à Igreja» ( Catecismo 67). Quando, portanto, a Igreja aprova certas revelações privadas, como a da Bem-Aventurada Virgem Maria a São Juan Diego na Cidade do México ou a Santa Bernadette Soubirous em Lourdes ou às três crianças em Fátima, elas devem ser aceitas no julgamento da Igreja , mas não fazem parte da fé divina. Nossa fé católica não se baseia em aparições e revelações privadas, embora possam ser muito úteis para viver o Evangelho.

As aparições marianas relatadas são muitas. Gottfried Hierzenberger e Otto Nedomansky documentam mais de novecentas aparições marianas relatadas nos últimos dois mil anos em seu livro de 560 páginas, Erscheinungen und Botschaften der Gottesmutter Maria (Aparições e mensagens de Maria Mãe de Deus). 2

Admitido que a Igreja aprovou apenas algumas dessas aparições (seja no nível da Igreja local ou no nível de Roma), e concedido que as revelações privadas, mesmo quando aprovadas pela Igreja, não são impostas aos fiéis como um objeto da fé católica, ainda é verdade que a Bem-Aventurada Virgem Maria apareceu de fato e se mostrou mãe em um século após o outro. Ela não apresenta nenhuma nova revelação. Em vez disso, ela nos lembra de focar a atenção em algum aspecto do ensino do Evangelho. Ela diz-nos, como aos servos de Caná: «Fazei tudo o que ele vos disser» (Jo 2, 5). As aparições da Santíssima Virgem mostram seu amor maternal por seus filhos. “Ela cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda caminham na terra” ( LG 62). O que nossa Santíssima Mãe nos diz em muitas das aparições aprovadas é fazer penitência, abandonar o pecado, rezar, rezar o Rosário, consagrar-nos ou nossos países ao seu Imaculado Coração e frequentar os Sacramentos da Penitência e da Santa Eucaristia.

Peregrinos aos santuários marianos relatam conversões, fortalecimento da fé, reconciliações familiares, amor fraterno, cura física e retorno à vida sacramental. Os santuários marianos estão repletos de sinais ex-voto de agradecimento pelos favores recebidos.

Algumas aparições marianas aprovadas ocorreram nos seguintes lugares: Guadalupe em 1531, Paris (a Santa Catarina Labouré) em 1830-1836, La Salette em 1846, Lourdes em 1858, Knock em 1879, Fátima em 1917, Beauraing em 1932 e Banneux em 1932.

Alguns santuários marianos que atraem milhões de peregrinos todos os anos são Guadalupe, Aparecida, Lourdes, Fátima, Jasna Góra (ou Czestochowa), Loreto e Pompeia.

Três igrejas primitivas construídas em honra de Nossa Senhora têm especial dignidade e idade. Eles são a Basílica de Santa Maria Maior construída em Roma após o Concílio de Éfeso, a Basílica de Santa Maria in Trastevere em Roma e a Igreja de Santa Maria em Jerusalém.

Os santuários marianos, país a país , oferecem-nos uma lista impressionante. Sem sugerir que o seguinte seja uma lista completa, aqui estão alguns dos famosos santuários marianos em muitos países diferentes:

Argélia : Nossa Senhora da África
Argentina : Nossa Senhora de Lujan
Áustria : Nossa Senhora de Mariazell
Bélgica : Nossa Senhora de Beauraing
Bolívia : Nossa Senhora de Copacabana
Brasil : Nossa Senhora Aparecida (Aparecida)
Canadá : Santa Maria dos Hurons
República Dominicana : Nossa Senhora de Altagracia
Inglaterra : Nossa Senhora de Walsingham
França : Nossa Senhora de La Salette
Nossa Senhora de Lourdes
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa
Alemanha : Nossa Senhora de Altötting
Nossa Senhora de Kevelaer
Grécia : A Montanha Sagrada de Nossa Senhora
(Monte Athos)
Índia : Nossa Senhora de Bandel
Nossa Senhora de Bandra
Irlanda : Nossa Senhora de Knock
Israel : Basílica da Anunciação
Basílica da Natividade
Igreja da Dormição
Igreja da Visitação
Itália : Basílica de Santa Maria Maior
Santa Casa de Loreto
Santuário de Pompeia
Japão : Nossa Senhora do Japão
México : Nossa Senhora de Guadalupe
Filipinas : Nossa Senhora da Viagem Segura
Nossa Senhora de Turumba
Polônia : Nossa Senhora de Czestochowa (Jasna Góra)
Portugal : Nossa Senhora de Fátima
África do Sul : Nossa Senhora de Shongweni
Espanha : Nossa Senhora de Guadalupe de Estremadura
Nossa Senhora de Montserrat (Barcelona)
Nossa Senhora do Pilar em Saragoça
Sri Lanka : Nossa Senhora de Madhu
Suíça : Nossa Senhora dos Eremitas
Uganda : Maria, Rainha da África
EUA : Santuário Nacional da Imaculada Conceição
Vietname : Nossa Senhora de La Vang 3

É impressionante que muitos países tenham um ou mais santuários em homenagem à Mãe de Deus. Estes santuários atraem muitos peregrinos. São João Paulo II ficou famoso por suas visitas aos santuários marianos em suas 104 viagens papais fora da Itália. O Papa Francisco visita a Santíssima Virgem na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, antes e depois de cada uma de suas visitas pastorais fora da Itália. De fato, ele foi a este santuário no dia seguinte à sua eleição como papa para confiar seu pontificado à Santíssima Virgem. Esses muitos santuários marianos são um grande incentivo à veneração mariana.