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V. AQUI ESTOU
Caminho e missão
Quando Jesus viu Mateus, desempenhando seu trabalho de cobrador de impostos, aproximou-se e chamou: segue-me! Assim também chamou Guadalupe, no meio do seu trabalho diário. “Acho que tenho vocação”, foi o que Guadalupe disse a São Josemaria quando o conheceu. E a resposta a animou a descobrir a vontade de Deus: “isso eu não posso dizer. Se quiser, posso ser seu diretor espiritual, atender a sua confissão, conhece-la...”. Deus chama e o homem responde. Guadalupe buscava responder a Deus com essa mesma atitude de Mateus. Também se levantou e seguiu a Deus pelo caminho que Ele lhe havia preparado no Opus Dei. “Se me perguntardes como se nota a chamada divina, como é que a pessoa percebe, dir-vos-ei que é uma visão nova da vida. É como se acendesse uma luz dentro de nós; é um impulso misterioso, que impele o homem a dedicar as suas mais nobres energias a uma atividade que, com prática, chega a ganhar caráter de segunda natureza. Essa força vital, que tem alguma coisa de avalanche irresistível, é o que os outros denominam vocação”140. Estas palavras de São Josemaria ajudaram Guadalupe a compreender o que tinha acontecido.
Bilbao, 17 de março de 1946141
Padre: que alegria me dá dizer que estou aqui [aqui me tens], agora estando na liderança e amanhã no último lugar , sempre contente porque sirvo a Deus. A cada dia tenho mais confiança na ajuda divina e menos em minhas forças, e por isso, desde o momento em que Nisa me disse que ia embora142, pedi muito sinceramente a Deus que não se separe de mim em nenhum momento, quero me responsabilizar pela casa com Ele, em todos os momentos, e empurrar minhas irmãs até Ele. (...)
Bilbao, 30 de abril de 1947143
Padre: (...) como sobre o andamento da casa, etc. já falo sempre, hoje vou ser um pouco egoísta e contarei coisas minhas. Em primeiro lugar, no dia da Ascensão já vão fazer muitos anos que vim morar em Casa, e quero com toda a minha alma fazer a Fidelidade144. Estou pedindo muito a Deus, e não ache que, embora eu seja jovenzinha por meu modo de ser, não percebo a grandeza do que significa.
Padre, tenho mil defeitos, mas tenho uma fé em minha vocação e na ajuda de Deus muito grande, garanto-lhe, e estou disposta a fazer tudo o que me disserem sempre com alegria. Às vezes, as coisas sairão mal, o senhor já sabe, mas ponho tudo o que sou capaz. (...)
Madri, 17 de maio de 1947145
Padre: de manhã o padre Pedro veio a Zurbarán e me disse que posso fazer a fidelidade. Que alegria tão grande! Reze muito para que Deus esteja sempre contente e que eu saiba amá-lo com toda a minha alma. (...) Não sei o que dizer, sou muito feliz, tenho muita paz, e devo tudo isso ao senhor e à Obra, então tudo o que Deus me deu (saúde, alegria, etc.) gostaria de gastar unicamente trabalhando muito, muito.
Disseram-me também sobre o assunto da Assessoria146; Padre, isso me impressionou menos. Talvez eu não seja capaz de perceber ainda o que significa. Eu só sei que, onde o senhor quiser, estou disposta a obedecer, refletir e trabalhar tudo o que puder. (...)
Madri, 31 de agosto de 1948147
Padre: hoje termina o nosso curso148. Como sempre, eu acho que todas estamos cheias de desejos e propósitos de nos comportarmos melhor. Nesses dias, pensei muito em minhas falhas; são muito grandes, mas me dá muita tranquilidade ter a segurança de que o senhor e o padre José Maria as conhecem melhor que eu mesma, e quando, ao fazer a confidência, me falam, sinto que é precisamente quando estou me conhecendo verdadeiramente como Deus me vê. Antes tinha uma grande preocupação em ser sincera e gostava de contar as coisas interpretando meus defeitos, etc. E se não fazia assim, pensava que não me daria a conhecer. Agora já não me preocupo com isso, conto as coisas que faço e penso, e espero para que me digam por onde tenho que atacar e, se é por uma direção contrária à que pensava, vejo que estava errada e não preocupo mais. Gostaria de estar tão unida ao senhor através de quem dirige, que na oração quase só peço isso. (...)
Amo muitíssimo a Deus, ainda que na oração costumo estar distraída, me custa e penso mais do que tudo nos problemas da casa, vocações, etc. De vez em quando (quando menos espero) há momentos em que os meus sentimentos transbordam quase que materialmente, e sou tão feliz que depois só de lembrar me dá força para o resto do tempo em que não sinto nada.
Padre, reze muito por mim, e por todas essas coisas que a Residência lote neste ano e que sejam meninas boas! (...) Que as jovens que estamos tratando e que poderiam ser santas se decidam! Que eu termine o doutorado agora, embora estude muito pouco! Que eu seja muito dócil para ajudá-los neste ano em qualquer coisa que me peçam! Que eu dê bom exemplo às minhas irmãs! Amo muito todas elas! Acho que já disse tudo o que queria e estou contente, muito contente. Ajude-me muito, diga-me tudo o que faço mal, sem rodeios; talvez essa seja a única coisa boa que tenho até agora: sempre recebi com verdadeira alegria as correções que me fazem (embora me dê pena ter feito mal as coisas), e amo mais do que antes quem me corrige e agradeço de verdade.
Madri, 16 de maio de 1949149
Padre: o ano letivo já está acabando. As jovens da Residência estão muito bem, contentes e estudando muito. (...) É surpreendente ver as meninas que, em um momentinho de conversa, sem quase conhecer a Obra de perto, se entusiasmam e até se decidem [a seguir este caminho]. Vê-se que Deus faz conosco como com os Apóstolos quando ficavam admirados com as coisas que faziam.
Mas isso não quer dizer que eu faça as coisas bem. Cada vez me vejo com mais falhas. Agora ponho o máximo esforço em cumprir as normas150 e estou conseguindo. A oração geralmente é de luta para não me distrair, mas ali estou, e sei que agrado a Deus assim.
Ontem, por outro lado, foi dessas vezes que se vê tudo bem claro. Rezava pelas nossas novas (hoje tinha que dar o círculo para elas), queria que se firmassem totalmente na vocação (esta graça que Deus me deu desde o princípio, sem que tenha havido nenhum instante de dúvida, talvez por me ver mais sem fundamentos que as outras) e via tão claro junto ao Sacrário nosso caminho, tão direito, tão para todo mundo que com coração e desejo de aproximar-se de Deus o conhecesse de verdade, que fisicamente compreendi que o único necessário é conhecer a Obra a fundo para criar raízes.
Padre, senti muitas coisas que não sei escrever, mas tenho certeza de que o senhor as compreende porque as viveu milhares de vezes, como eu vivi naqueles momentos. Saí do oratório com vontade de comer o mundo. O apostolado me entusiasma, embora também me custe muito (posso garantir) e em alguns momentos seria até mais fácil carregar quilos de chumbo. (...)
México D.F., 29 de junho de 1950151
Padre: hoje eu gostaria de escrever falando um pouco de mim; já sabe que geralmente sou bastante despreocupada e, em minhas cartas, conto como vão as coisas, que é o que na realidade preenche a minha vida interna e externa, e apenas em alguns dias, como hoje, faço uma pausa (melhor dito: Deus me faz pausar para que, isolada de tudo, num instante veja o fundo do meu coração e seja mais agradecida a esse amor de Deus que Ele mesmo vai colocando dentro de mim). Sim, Padre, amo muito a Deus. Cada dia mais, com mais força e com mais certeza. Embora geralmente não perceba de uma maneira sensível, e sim na maneira de reagir diante das coisas. Por isso, necessito sentir de vez em quando, para que veja que o único que importa é me esforçar para conservá-lo e assim o próprio Deus purificará a minha vida.
Tenho tanta vontade de servir, materialmente trabalhando tudo o que meu corpo seja capaz (...); e espiritualmente, entregando-me totalmente e ajudando minhas irmãs e todas as pessoas que trato, para que cheguem ao seu máximo! Isso é a única coisa que me faz sofrer, a impotência (por minha falta de... do que seja, não sei me julgar e nem me importa) de ser mais eficaz.
Padre, eu que sou tão pouco sensível para tudo, viro uma manteiga derretida quando vejo uma falta de generosidade e, alguma vez (me lembro de duas agora), não fui capaz de resistir sem que percebessem e chorei diante de uma delas uma vez; e de outra que viu muito claro sua vocação e queria, para não se render a Deus, fazer uma loucura. Nesses momentos, minha tristeza é ver o pouco que amamos a Deus e me sinto tão culpada como elas, porque acredito sinceramente que, se Deus não me ajudasse tanto, em suas circunstâncias eu seria como elas. (Mas isso não altera em nada a minha paz interior, nem a certeza da minha vocação, nem a confiança na perseverança). Não sei como explicar isso.
Reze muito pelo apostolado que podemos fazer. As jovens se abrem totalmente, mas necessitam que as formemos, que as ajudemos, que demos as mãos e as levemos até Deus, e isso às vezes é difícil. Reze muito por mim; sinto-me pequena, muito pequena, para este labor, mas decidida a obedecer em tudo. Serei sincera até o fundo, eu acho que não deixo de falar nada do que penso que devo falar. Isso me descansa, e graças a Deus sou totalmente feliz. Tanto na oração, como nas cartas que escrevo ao senhor, e ao falar com o padre Pedro, esvazio-me de tudo o que me preocupa e me sinto leve para carregar tudo o que Deus puser sobre mim.
Padre: obrigada por tudo. Hoje é dia de São Pedro e me sinto tão unida à cabeça, tão rendida à Obra, que preciso dizê-lo. Sua carta foi um consolo muito grande para todas; sei que sempre está pendente de nós. Reze muito por mim e me perdoe tudo o que lhe fiz sofrer antes e agora, embora às vezes seja involuntariamente.
México D.F., 1 de junho de 1951152
Padre: o senhor já pode imaginar a alegria que nos deu a chegada do padre Pedro153 e todas as notícias tão boas que trazia. (...) Padre, se o senhor visse a vontade que suas filhas mexicanas têm de conhecê-lo, veria que, embora em muitas coisas falhamos muito, temos verdadeiro espírito de filiação, já que fomos capazes de transmitir tão vivamente às nossas irmãs que ainda não o conhecem.
A mim só me resta admirar e dar graças a Deus por meio do senhor e, ao mesmo tempo, pedir que não nos esqueça, que reze muito para que esta sua filha, que tem mais coração do que cabeça, sirva esse labor tão grande, enquanto o senhor achar que devo fazê-lo; e que isso me faça cada dia me sentir com mais confiança, certa de que a Virgem me ajudará agora e depois, quando estas irmãs nossas que acabaram de chegar na Obra já tiverem crescido, e o meu lugar for o mais escondido. Se o senhor soubesse quantas vezes penso nisso e que paz me dá!
México D.F., 16 de novembro de 1952154
No domingo passado, tivemos o primeiro recolhimento para trabalhadoras mais simples em Copenhague155. O padre Pedro pregou. Havia meninas maravilhosas. O padre Juan Antonio atendeu a confissão de muitas delas antes da Missa. Todas ficaram muito contentes. (...) Quinta-feira tivemos recolhimento para as senhoras. Vieram 40. Apitou156 outra Supernumerária. O ambiente é muito bom, e podemos ajudá-las bastante. Dá muita pena ver o ambiente de frivolidade em que vivem, inclusive as mais piedosas, e se sentem vazias e tristes. Querem outra coisa, e a Obra vai dar isso a elas, não é? Reze muito por elas e por mim, porque nunca pensei que teria que intervir nessas coisas e só a ajuda de Deus faz com que elas confiem em mim, não acha? (...)
México D.F., 28 de fevereiro de 1954157
(...) Não sei o que dizer sobre mim; Deus faz com que tudo saia sem grandes dificuldades. Mas, ao me ver por dentro, às vezes me dá tristeza (é a única coisa que me deixa triste). O senhor já me conhece; sou um pequeno animalzinho, forte, alegre, com muito coração às vezes, mas outras vezes insensível. Na Basílica, no dia 14, pedi à nossa Senhora que nos ajude como até agora (mais, acho que é impossível).
Pede a bênção sua filha que nunca pode explicar mais que com a entrega total e absoluta, o que significam a Obra e o senhor para mim. Padre, aqui estou.
México D.F., 12 de dezembro de 1955158
Esta manhã o Senhor ficou no oratório do Centro de Estudos para sempre; tem a imagem da Puríssima (um quadro grande), e o altar é de mármore verde e dourado (o mármore é imitação, mas ficou precioso). O Sacrário, de madeira dourada com porta de vidro. Tudo foi feito no ateliê onde Aurora está aprendendo a dourar e esculpir. Reze muito por essa casa, para que todas as vocações que passem por ela continuem perseverando até o fim, e sejam muito santas.
Hoje como é dia do meu santo, e no México essa data é muito importante, veio muita gente para a Missa aqui em casa para rezar por mim na comunhão; notei muito que havia muita gente rezando por mim, e já sei que o senhor também rezou por mim, como todas as minhas irmãs de muitos lugares do mundo. Também recebi uma carta da minha família: parece que todos estão cada vez perto da Obra. Escrevem felizes, principalmente Eduardo e Laurita (que são de Casa). (...)
Para tudo isso que Deus quer que vá acontecendo, como o senhor diz, só é preciso santidade pessoal. Eu quero tê-la, mas compreendo que me falta muito. Cumpro as normas159, tenho vontade de servir, domino meu gênio (que é bem forte), estou sempre contente, mas daí a ser alma contemplativa e santa, ainda falta muito; embora não saiba por onde lutar para consegui-lo; reze muito por mim, muito. Quero fazer tudo o melhor possível, mas às vezes erro feio; não há maneira.
Reze muito também pelas mais velhas da Região, para que juntas façamos tudo. Sei que o senhor não quer que o governo da Obra seja pessoal; nem Deus, nem eu. Pode ter certeza. E ponho o maior empenho em dividir responsabilidades e em fazer as coisas colegialmente, rendendo o juízo muitas vezes. Padre, já faz muitos anos que faço cabeça, não seria bom começar a fazer pés? Mas já sabe que aqui, ou onde me colocar, estarei contente servindo a Deus na Obra.
Montefalco (México), 15 de fevereiro de 1956160
Padre: escrevo em Montefalco, onde vim com uma turma nossa para um retiro. (...) Parece que o fizeram muito bem, e que, com a ajuda de Deus e a sua, começará no México uma época de expansão e de profundidade espiritual. Não sabe como estou pedindo a Deus para mim e para todas. Precisamos disso. A direção espiritual já está mais organizada: em todas as casas tem confessor fixo, e todas as que fazemos cabeça vamos percebendo que temos essa enorme responsabilidade de saber ser, e ajuda a ser, santas. Estou muito contente; em casa tem umas filhas suas com muito espírito, e dóceis; acho que nada lhes parece muito para fazer e entregar.
Nas refeições, líamos a vida de São João da Cruz, mas nada do que diz nos assusta; e embora nosso espírito seja diferente, não o é por ser mais fácil, de jeito nenhum. Que claro se vê que nossa entrega (se a vivemos bem) é imensa. Não pode ser maior. (...)
Madri, 28 de maio de 1959161
Padre: ontem Maria Elena nos contou muitas coisas de Roma na tertúlia e aproveitamos muito. Disse-nos as coisas que ouviu do senhor e tentei memorizar tudo: fidelidade, felicidade, lealdade. Procuro vivê-lo desde que estou em Casa (mais de 15 anos) com todas as minhas forças. Deus, o senhor, Padre, e minhas diretoras sabem disso — e cada vez tentarei fazer com mais empenho. A Obra sou eu mesma e já não poderia ser diferente. Que alegria me dá sentir isso tão claro e sempre, desde o primeiro dia e cada vez mais!
Padre, reze muito por todo o labor de Cooperadoras. Estamos em contato com muita gente de todos os ambientes de alto nível e tem muito por fazer. Também nos bairros pobres, onde temos os hospitais e catequese, vamos ajudando as pessoas mais simples. Hoje precisamente teve uma romaria de jovens que se reúnem aos domingos pela manhã e têm círculo em Valdebebas (com meninas de 18 a 20 anos) e se vê como se aproximam de Deus.
Eu estou muito forte, Padre, e acho que já aprendi bastante, então pode me encher de cargas, porque o burrinho existe para isso.
Madri, 7 de fevereiro de 1960162
Padre, aqui está minha felicitação por esta data, minha lembrança cheia de agradecimento por tudo o que recebi em Casa e meu carinho cada vez maior ao senhor, a minhas irmãs e ao labor que tenho nas mãos, que sempre me parece o melhor. (...)
Padre, me deu muita alegria saber que a Assessoria Central já está completa. Rezo com força por todas as minhas irmãs, seu trabalho concreto de governo em todo o mundo, e de um modo especial pelo labor de São Gabriel. Eu, como sempre, cheia de entusiasmo com o que faço agora e com o que em cada momento disponham de mim. Já sabe, Padre, que humanamente sou uma toupeira, mas com a ajuda de Deus e da Obra, nada me assusta.
Madri, 19 de março de 1960163
Padre: hoje é dia de São José, e pensei muito no senhor e na Missa (...) enquanto fazia baixinho a renovação da minha fidelidade, pedi mais de uma vez a Deus que me conceda essa lealdade humana e divina que aprendemos a viver em Casa desde o primeiro dia e que, com o passar do tempo, faz-se mais rija e mais firme. Sim, Padre, noto isso. Aumenta a liberdade de espírito e a certeza da perseverança final. Queria afinar mais a cada dia, no grande e no pequeno, no externo e no interno; no que todo mundo vê e serve de estímulo para as outras e no que só Deus e minhas diretoras164 veem e o senhor, porque é minha alegria que elas e meu pai me conheçam tão bem como Deus.
Também pedi vocações, milhares de vocações, milhares de vocações em todo o mundo, e concretizando, nomes de pessoas que estamos em contato. Tem nomes dos quais nunca me esqueço, e tudo me parece insuficiente para ajudá-las.
Padre, o senhor já me conhece, se alguma paixão me domina é o apostolado165; acho que meu entusiasmo é cada dia maior. Cresce com os anos e me dá alegria ver que os anos — como o senhor nos disse muitas vezes — não são um obstáculo para fazer um labor de São Rafael mais direto. Aqui estou outra vez, vivendo esses momentos em que uma menina entrega sua vida a Deus. Reze por elas. (...)
Madri, 14 de fevereiro de 1963166
Padre: hoje, como todas as festas grandes167, lembrei-me muitíssimo do senhor. Na tertúlia com as de Casa, lembramos dos primeiros tempos e mais vez agradeci por tudo: pela perseverança, que ao ter cada vez mais caminho percorrido se vê mais firme e dá uma paz imensa. Agradeci e pedi pelas vocações. Tem muitas, mas ainda precisamos de muitas mais. Agradeço a Deus a delicadeza de estar sempre rodeada por muito labor apostólico. Me sinto um pouco como as mães de família às quais Deus dá muitos filhos.
Agradeço também essa época de formação intensa. Adoro estudar e ensinar. Tanto as aulas de Filosofia, às que assisto como aluna, como as aulas de Física e Química, que dou como professora (no meu trabalho profissional), aproveito muitíssimo.
Madri, 19 de março de 1963168
Padre: escrevo enquanto faço a oração. Olho para o Sacrário, me lembro do senhor e me vejo por dentro. Todos concordam. Tenho paz, confiança e segurança em Deus e no Padre (que para mim são também a Obra e minhas irmãs, não dá para separá-los). E sem perceber, começo a agradecer e a pedir.
Obrigada por tudo, Padre: aqui estou, como sempre. Trabalho, faço apostolado e rezo o melhor que posso. Quero fazê-lo melhor e, se o senhor se lembrar de rezar por mim, talvez consiga.
Hoje faz 19 anos que escrevi para o senhor pela primeira vez, pedindo a admissão e acho que dizia quase as mesmas coisas. E espero repeti-lo como “ladainha” toda minha vida.
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