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CARTA AO LEITOR

Querido leitor,

Quando foi a última vez que você recebeu uma carta de um amigo? Talvez você esteja mais acostumado a se entusiasmar com a caixa de entrada do seu e-mail ou das suas redes sociais, do que com uma carta escrita à mão. Já não precisamos rasgar envelopes, nem desdobrar uma folha de papel para ler as palavras que um amigo nos confia, com um simples clique temos acesso às confidências convertidas em pixels. Mas seja em papel ou em versão digital, alguma vez você recebeu as palavras de alguém que deixava uma parte da sua alma no texto?

Estes textos, extraídos de cartas que Guadalupe Ortiz de Landázuri enviou a São Josemaria Escrivá, são fragmentos da alma de uma mulher que soube encontrar Deus no meio do mundo. Guadalupe abre o seu coração e a sua alma ao fundador do Opus Dei, ao Padre, como sempre o chamou. São cartas escritas por uma pessoa convencida de que o Céu era o seu destino, e o mundo, o seu caminho.

Em 1944, quando Guadalupe, professora de química, conheceu São Josemaria, descobriu que Deus lhe apresentava um caminho de santidade no meio do mundo, por meio do trabalho profissional. Poucos meses depois daquele encontro, escreveu uma carta destinada ao “Padre” — como o chamaria desde então. Aquela carta a São Josemaria, na qual pedia ser admita no Opus Dei, foi a primeira das 350 cartas que Guadalupe lhe enviou. Uma correspondência que começa no dia 19 de março de 1944 e se conclui no dia 22 de junho de 1975, quatro dias antes do falecimento de São Josemaria em Roma.

Mais de 300 cartas, milhares de palavras escritas à mão, letras confiadas a um santo. Guadalupe escreve para São Josemaria durante mais de 30 anos, sem esperar uma resposta, porque o objetivo é abrir a sua alma, mostrá-la como é, com plena sinceridade e confiança. Essas letras são um desabafo da sua vida espiritual, que nasce, muitas vezes, de um tempo de oração: “Tanto na oração, como nas cartas que escrevo ao senhor, e ao falar com o padre Pedro, esvazio-me de tudo o que me preocupa e me sinto leve para carregar tudo o que Deus puser sobre mim”1, confessa Guadalupe em uma delas, quando estava no México. Essas cartas foram escritas com a naturalidade da filha que escreve para o pai, e também com a simplicidade de quem compartilhou estas confidências com Deus na sua oração. Guadalupe busca a luz e a oração de quem recebeu uma graça de Deus para abrir um novo caminho de santidade no mundo: “escrevo para o senhor, Padre, para que, como sempre, continue me conhecendo a fundo, ajudando e rezando por mim”.2

Passaram mais de 40 anos desde a última carta que Guadalupe Ortiz de Landázuri escreveu para Josemaria Escrivá, e apenas agora conseguimos ver que essas cartas guardam em si um tesouro por descobrir. De nossa posição privilegiada pelo transcorrer do tempo as lemos com um matiz diferente: são palavras entre santos. A canonização de São Josemaria, em 2002, e a iminente beatificação de Guadalupe confirmam que a luz que Deus confiou àquele sacerdote de Barbastro não é só para um grupo reduzido de pessoas, mas para todos os cristãos que vivem nas mais variadas circunstâncias humanas e profissionais.

Guadalupe compreendeu que esse caminho de santificação, por meio da profissão e da vida cotidiana era a via pela qual Deus a chamava e, por isso, as suas cartas são uma grande ajuda para qualquer cristão que procura amar Cristo no meio do mundo. Nessas cartas, Guadalupe revela como vive diante de Deus no meio das suas ocupações diárias, e por isso, os trechos compilados aqui podem ajudar a rezar. Lendo o que Guadalupe escreveu de seu próprio punho e letra, você poderá compreender que os santos são seres de carne e osso, e com ela, se animará a pedir ajuda no seu caminho em direção ao Céu.

Querido leitor, compartilhamos com você esta seleção de trechos das cartas de Guadalupe para São Josemaria, com a esperança de que, como ela, aprendamos a encontrar a Deus nas circunstâncias mais corriqueiras do nosso dia a dia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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