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EPÍLOGO

Como dissemos no início deste livro, a última carta que Guadalupe enviou a São Josemaria foi dia 22 de junho. Vinte dias antes, foi internada na Clínica de Navarra para se submeter a uma nova intervenção cirúrgica arriscada. Durante os dias prévios à operação, Guadalupe viveu com costumeira entrega alegre nessa nova circunstância:

Padre: escrevo para o senhor na Clínica. Estou aqui há 22 dias e quando terminar o mês os cardiologistas vão decidir se convém trocar “as válvulas do coração”. Estou tranquila e não me inquieta o que quer que aconteça. Neste ano tive, até vir para cá, vida normal como nos anteriores (mas vou ficando cada vez um pouco mais cansada). Continuo dando aulas no Ensino Profissional e em Ciências Domésticas e sou diretora do centro de Lista, onde moro.

Acompanhei muito de perto sua Catequese na América169. Que bonito tudo! E rezei constantemente pelo senhor. A Virgem de Guadalupe, que sempre me acompanha, me ajuda a fazê-lo, e seu lema: “Deus não fez nada igual em outra nação” é muito significativo para mim, ao lembrar daquelas terras.

Lembro muito de tudo o que sei que é preciso rezar, e o que imagino que seja preciso. Ajude-me a comportar-me bem no que Deus quiser de mim agora. 170

No dia 26 de junho, São Josemaria faleceu repentinamente em Roma. Guadalupe recebeu a notícia com uma grande dor, mas com a paz e a alegria de saber que já estava na presença de Deus. Ela mesma, em poucos dias, enfrentaria a sua própria morte com essa serenidade. Durante aqueles dias hospitalizada, sempre tranquilizou os que a acompanhavam, e ao mesmo tempo, com total confiança, se abandonava nas mãos de Deus. Embora o resultado da operação do 1 de julho tenha sido satisfatório, quando estava se recuperando sofreu uma insuficiência respiratória repentina.

Os primeiros raios de sol do dia 16 de julho de 1975 foram testemunhas das últimas batidas do coração de Guadalupe. Um coração desgastado pela doença que, no entanto, nunca deixou de bater por Deus e pelos outros. Ela mesma reconhecia que sua doença era “muito profunda”, não só por sua gravidade, mas porque parecia responder a essa petição que tinha feito a Deus durante tantos anos: “dá-me, Senhor, um coração grande”. Deus a ajudou para que, entre sístole e diástole, seu amor a Deus e aos outros crescesse a cada dia, até alcançar o destino ao que sempre havia se dirigido.

 

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